segunda-feira, 9 de novembro de 2015

De Avó Para Neto

Todos afirmavam  que ser avó nada tinha de comparável. Era um momento de tamanho encantamento e de tão excepcional sedução que nem o primeiro acto, a maternidade, poderia ser termo de referência. Aguardava, impaciente e com alguma antecipada ternura, o nascimento do meu primeiro neto. Era um Novembro molhado , de chuvas intermitentes, em que se anunciava um Inverno frio e tempestuoso. Estávamos perto da festa de S. Martinho, celebrada por este Portugal, em magustos requintados e, em Feiras  tradicionais, onde o  fruto, a castanha ,  é  Rainha  e Senhora
O dia chegou. O Ricardo , um singular  menino, nasceu pela noite fora de um dia nove que prometia ser cinzento e invernoso. Gritou sonoramente como todos os que nascem . E os sons desse primevo choro ressoaram até mim, quase em ondas magnéticas, para me avisar de um  novo tempo que chegava. O tempo incomparável, sem memória, até ser inaugurado por um forte apelo germinal. Tempo  que nunca mais  seria igual a qualquer outro.  Não soube , nesse primeiro momento , o que realmente era ser AVÓ. Havia um deslumbramento ,uma ternura que me forçava a olhar aquele menino como alguém que sempre esperei desde o mágico momento em que descobri um outro ser que, num dia de Fevereiro, me fez Mãe. O pai deste meu primeiro neto. Chegou rindo e chorando como que avisando que não era apenas ele que viria para mim e para o mundo.
Mas o Ricardo estava ali. Pronto e minúsculo para fazer crescer todos os dias um embevecimento imparável. Descobrir um neto em tempo e espaço é descobrir em nós um espaço para um novo tempo. O tempo dos afectos. Infindos e sempre assombrosos. 
O Ricardo faz treze anos. Crescemos: ele e eu. É um menino doce, sensível e inteligente. Ensinou-me que ser Avó é  nada ter aprendido até ao dia em que se adquire esse estatuto. Queimar preconceitos, entregar-se  à descoberta de tudo e  de todos, olhar o fundo das coisas , traduzir a experiência numa prática afectuosa  de novas  e partilhadas aprendizagens  foi o que  se congregou  para uma nova vida. Vida que foi matizada por muitos assombros,  proporcionando-me  momentos de incomparável alegria , de supremo deslumbramento e de indizível carinho.
Por tudo isto e  apenas  por ti , celebro este dia. É o teu 13º aniversário, meu neto. Estás longe de mim, num país distante  e em  dia de exercício escolar. Que te chegue o meu carinho e o meu orgulhoso agradecimento por me teres permitido ser tua Avó.
Parabéns, Ricardo.

4 comentários:

  1. Parabéns ao Ricardo e a Avó do Ricardo. Como dizem no Brasil, avô e avó são como pão com manteiga....uma delícia...

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  2. Parabéns Manel e Zé . Comecei mais tarde mas já vou com cinco

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  3. QUE CONTE MUITOS POR MUITOS ANOS SOB O OLHAR ATENTO DOS AVÓS MANEL E MARIA.!!.

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  4. Os meus parabéns para o Ricardo, Pai e avós .

    Desejo que a Vida lhe sorria sempre e que encha de Alegrias todos os que lhe são próximos e lhe querem bem.

    Beijinhos da Amiga Ana Maria

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