quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

À La Recherche du Temps Perdu II

O verão era de sol violento,
mas hesitava-se entre sol e chuva.
O mundo nascia naquele momento,
feito, para nós, como uma luva.
 
Emigrados do palmar para a praia,
o mar imenso a nosso comando!
Afrontando aquele líquido Himalaia,
éramos, ali, quero-posso-e-mando.
 
Alguém mais, já viu o mundo nascer,
naquele paraíso vegetal?
Era um Big-Bang a acontecer,
 
um começar de tudo, auroral!
Do palmar à praia, dava-se um salto,
e era tudo um imenso sobressalto!
                             30.11.2022
Eugénio Lisboa

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