quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A Chuva


A Bela de Yu

Quando era novo, ouvia a chuva
Acompanhado por bailarinas,
As velas tremulando, no vermelho
Das cortinas de cama.
Depois, ouvi-a nos barcos errantes,
Nos imensos rios, sob nuvens baixas,
No vento de Oeste – lá onde
Grita o ganso selvagem.


Ouço-a agora junto à cabana dos monges
Com prata nos cabelos
Tristeza, alegria, ausência, encontro -
Passam, indiferentes.
Que ela tombe – a chuva, sobre os degraus,
Gota a gota, a noite inteira, até ser dia.

                      Jiang Jie (1245-1310)

Jiang Jie, in "Uma Antologia de Poesia Chinesa", tradução  de  Gil de Carvalho, Ed.  Assírio & Alvim , 2010.

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