terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Morreu Eric Rohmer

O cineasta francês Eric Rohmer morreu segunda feira, 11 de Janeiro, com 89 anos. Era juntamente com Jean-Luc Godard, François Truffaut ou ainda Claude Chabrol um dos fundadores da Nouvelle Vague no final dos anos 50.
Com a morte de Eric Rohmer, é uma lenda do cinema francês que se extingue. Como toda a lenda, tem uma parte de lugar comum e uma parte de verdade singular.
O seu verdadeiro nome era Maurice Schérer e começou por ser Professor de Letras, em seguida Crítico, tendo fundado a "Gazette du Cinéma" com Jacques Rivette, em 1950. Realizou o seu primeiro filme no final da década de cinquenta e, em 2007, assina o seu último filme," Les amours d'Astrée et de Céladon".
Rohmer colocava a palavra no coração das suas obras. Costumava dizer " Eu considero que os meus filmes são contos de fadas, mas contos realistas como os de Maupassant".
É de realçar a inteligência com a qual o realizador soube reinventar o cinema, segundo os parâmetros que não se limitam apenas a comprometer a palavra, mas associando-lhe também uma concepção de espaço e de tempo, uma encarnação das personagens, um frémito dos sentidos, uma sensibilidade pela natureza . " Eu não digo, eu mostro.", reivindicava Rohmer. Quanto ao dito classicismo "rohmérien" era de tal maneira impregnado por uma recusa às convenções, por uma inclinação para a fantasia e por um gosto pela ambiguidade moral que não se poderia atribuir-lhe plenamente esse estatuto.
Eric Rohmer realizou 25 longas metragens, um documentário sobre os filmes Lumière e programas escolares para a Televisão. Foi premiado várias vezes, tendo recebido um Leão de Oiro, em 2001.


Adaptação de um artigo de Jacques Mandelbaum, publicado no jornal "Le Monde", em 13/01/2010

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