Para que serve o soneto

 

É um erro pensar que o soneto não serve
para a luta nem para o combate,
e, para coisas mais subtis, se reserve,
onde o seu rigor se não malbarate.
 
Mas o soneto, denso como a bala,
como ela, conciso e preciso,
certeiramente, o seu alvo empala
e o despacha sem muito aviso.
 
Se o soneto canta emoções
e tece teias de subtis ideias,
para as mais diversas ocasiões,
 
quando ele, no seu protocolo, ata
a matemática às melopeias,
então, sim, o soneto também mata!             
                            02.05.2022
Eugénio Lisboa