sábado, 8 de outubro de 2016

As palavras morriam em ti

As palavras morriam em ti - II

Ouvi-te mas nada disseste
As palavras morriam em ti
E eu olhava -te sem mim
O amor fora-se sem nós.

Era a tua imagem que chegava
Os teus olhos que me procuravam
As tuas mãos que me acenavam
Num adeus que não se soltava.

Levaram dos meus ouvidos
os sons surdos do teu chamar,
ténues, inaudíveis, doridos
em mil gemidos por decifrar.

Já não sei se ainda desejo  
ficar nas pregas da tua sombra
esperando-te  quando não vens
se não sou mais  quem  te sonhou

Adeus. Já não importam
esses sinais  que ficaram 
no longo  desenho dos beijos  
que  nos lábios se afundaram.

Maria José Soares de Moura , in " Poesias do Mar e da Terra"

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