sábado, 30 de junho de 2012

O lugar da Arte

«A arte é, pois, incapaz de satisfazer a nossa última exigência de absoluto. Já, nos nossos dias, se não veneram as obras de arte, e a nossa atitude perante as criações artísticas é fria e reflectida. Em presença delas, sentimo-nos livres como se não era outrora, quando as obras de arte constituíam a mais elevada expressão da Ideia. A obra de arte solicita o nosso juízo: o seu conteúdo e a exactidão da sua representação são submetidos a um exame reflectido. Respeitamos, admiramos a arte; mas acontece que já não vemos nela qualquer coisa que não poderia ser ultrapassada, a manifestação íntima do Absoluto, e submetemo-la à análise do pensamento, não com o intuito de provocar a criação de novas obras de arte, mas antes com o fim de reconhecer a função e o lugar da arte no conjunto da nossa vida.
(…)Após a pintura e a música vem a arte da palavra, a poesia em geral, a verdadeira arte absoluta do espírito manifestando-se como espírito. Com efeito, só a palavra é capaz de se apropriar, de exprimir, transformando-o em objecto de representação, tudo quanto a consciência concebe e reveste de uma forma que ela encontra em si própria. Por isso, a poesia é, pelo seu conteúdo, de todas as artes a mais rica, a mais ilimitada
G W. Friedrich Hegel, in “Estética”, trad. Álvaro Ribeiro e Orlando Vitorino, Guimarães Editora, Lisboa, 1993
G W. Friedrich Hegel, in “Estética”, Guimarães Editora, Lisboa, 1993

1 comentário:

  1. ...A Arte seduz-nos, cativa-nos, envolve-nos, e por fim aprisiona-nos de um modo tal que qualquer tentativa não nos consegue libertar dela. Quer a pintura, quer a música, quer a poesia, quer a escrita narrativa... Manifestações da Arte. Matéria do espírito, matéria dos deuses!...

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