quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tempestades na Europa com alertas vermelhos

A grande tempestade que se abate persistentemente sobre a Europa é aquela que tem gerado desemprego, falta de solidariedade e ausência de rumo entre a pretensa organização que se rotula como União Europeia. Num concurso aberrante entre quem pretende representar esse colectivo que não existe, persiste incompreensível a voz inarmónica de uma chanceler de insípida cultura democrática, coadjuvada por um assíduo subalterno que faz vislumbrar o tempo sujo da guerra quando a traição morava em Vichy . Lançar no ar a hipótese de condiconar a gestão financeira de um país por outrem que lhe é exterior, externo e estranho representa uma iniquidade jamais pensável e muito menos traduzível em proposta. Quem a escuta e lhe dá palco para tal aberração é tão cúmplice quanto ela nesta derrocada caótica em que se encontra a democracia na Europa e a sanidade da falsa União Europeia. Exigir a gestão das contas de um país porque, de crise em crise, se fragilizou e se vê obrigado a mitigar a sobrevivência de cada dia, não pode passar pela usurpação da sua independência , o chão da própria pátria.
Alienar a integridade de um povo e penhorar a liberdade de uma nação serão sempre em qualquer linguagem actos criminosos contra a Humanidade. E se no mundo quase todas as grandes atrocidades foram cometidas por ditadores encobertos de gente e por gentes que apagaram a memória, o tempo de activar todos os alertas vermelhos já chegou.
Entretanto , outra tempestade proveniente da vaga de frio do nordeste russo está a gelar a Europa e já levou a um nevão inédito em Istambul em mais de 30 anos com pelo menos 20 centímetros de neve. Mas é mais a norte que os maiores problemas se fazem sentir. Na Polónia 10 pessoas morreram desde o fim de semana por causa do súbito frio que nalgumas regiões chegou aos menos 26 graus centígrados. As autoridades alertaram para a possibilidade de durante a noite as temperaturas chegarem aos menos 30.
Na Ucrânia são já 43 as vítimas mortais. Mais de 500 pessoas recorreram a tratamento contra hipotermia e mais de 17 mil outras procuraram refúgio em abrigos, segundo a comunicação social local.
República Checa, Bulgária, Roménia e Sérvia também fazem parte dos países em que o frio glacial deixou a marca de morte.
Na Rússia, além da perda de vidas humanas a lamentar, o frio extremo está a dificultar os transportes. Na Sibéria foram registados 50 graus negativos, uma temperatura invulgar para a região habituada ao frio intenso. Para Espanha prevê-se a chegada de uma onda de frio intenso que contaminará Portugal, mas com temperaturas menos rigorosas.
Os alertas vermelhos sucedem-se em vários países. Na Roménia, um exemplo de emergência surge dos arredores de Bucareste. Os reclusos de uma prisão local meteram mãos à obra para retirar a neve de um abrigo para cães que corriam o risco de ficar literalmente debaixo de neve. Fonte Euronews

2 comentários:

  1. Uma proposta vergonhosa que não foi repudiada por todos os que a permitiram. O tempo de todos alertas chegou e com ele o tempo triste que julgaramos não repetir.
    A brancura da neve contrasta com tanta sujidade verbal, mas mata também pelo frio gélido que transporta.

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  2. Em ambos os comentários, uma análise admirável, observadora, perspicaz, atenta, sintéctica, objectiva, do se vai passando por esta Europa fora. Uma Europa cheia de palavras geladas... Estranha-se o modo como procedem alguns dos grandes (?) da política e da alta finança, essa forma cruel, viva, e por vezes nauseabunda e abjecta que usam, nunca respeitando identidades, culturas, a História dos diferentes povos. A indignação perante os factos surge assim espontânea, geradora de ódios, de raiva e de medos. Mas, igualmente, ao lê-los, constatamos que em ambos os comentários se sente um "gelo" implacável, perpassa neles uma frieza deveras arrepiante, esse indomável e nunca esquecido desprezo dos países maiores pelos mais pequenos, pelos economicamente mais débeis. Essa frieza, sentimo-la de tal modo, com tal acinte, com tais cores, que a centramos mais na primeira que na segunda análise!... É que os "traidores" de Vichy ainda não desapareceram... Entretanto, parece-nos que vai sendo tempo de irmos começando a aprender a falar alemão, para os que ainda não o sabem! E em toda a Europa, urbi et orbi...

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