segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Memória e... o esquecimento


Como todas as coisas do universo, a memória sofre a degradação e a desintegração, o que para ela se chama esquecimento. Como qualquer coisa informacional, ela é submetida à doença que ataca a informação: o boato, que confunde, encobre e entorpece. A diminuição da memória é ininterrupta. A própria memória tende a tornar-se lacunar, incorrecta, enganadora. Além disso(...) sofre profundamente o efeito das forças de recalcamento, que expulsam a recordação incómoda, e das forças de transfiguração e mitologização, que legendarizam a recordação.
A perda de memória torna-nos imbecis. A imbecilidade contemporânea, isto é, própria deste tempo fixo no presente, que esquece o passado e receia o futuro é o nosso esquecimento do que caracterizou o último século(...)
Devemos lutar contra a desmemorização e contra a memória imobilizada(...) Devemos regenerar constantemente a memória . A regeneração da memória parte justamente das necessidades vivas do presente.

Edgar Morin, in " As grandes questões do nosso Tempo"

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