quarta-feira, 13 de julho de 2016

Aldeias tradicionais de Portugal

Aldeias tradicionais de Arouca
Distrito: Aveiro
Concelho: Arouca
Centro Histórico
Descrição
São aldeias serranas, nas quais as populações vivem num relativo isolamento, com difíceis contactos com o mundo exterior, devido às más condições de acessibilidade inerentes à sua geografia. Estas aldeias são: Albergaria da Serra, Cabreiros, Drave, Regoufe, Silveiras, Rio de Frades, Côvelo de Paivó, Janarde, Meitriz, Paradinha e Canelas.
As populações vivem, essencialmente, da agricultura de subsistência e da criação de gado, especialmente caprino; o gado bovino (raça arouquesa) é bastante representado. Existem, ainda, vestígios de comunitarismo agro-pastoril: o gado é pastoreado "à vez" pelos vizinhos da aldeia. Nos trabalhos agrícolas (ceifas, sementeiras e desfolhadas) existe um sistema de entreajuda ou troca de serviços; se alguém não tem vacas e precisa delas para o trabalho da terra pede-as emprestadas a um lavrador que as tenha e dá-lhe, em contrapartida, uns dias de trabalho nas terras desse lavrador; é um serviço de troca por troca, não envolvendo dinheiro.
O tipo de povoamento é muito uniforme: aldeias aglomeradas, separadas por grandes extensões de baldios ou florestas. O tipo de casa rural varia conforme a sua localização, e os materiais utilizados na sua construção são os mesmos do meio natural envolvente (granito e xisto, ou ambos nas zonas de transição), integrando-se e confundindo-se com o meio ambiente. A casa tem funções múltiplas: habitação, arrecadação e palheiro (hoje começam a aparecer casas que pouco têm a ver com este meio ambiente).
A vegetação natural está degradada devido aos incêndios e à eucaliptação. Os seus cursos de água (rio Paiva e Paivô), são considerados dos menos poluídos da Europa, devido à sua limpidez e ausência de poluição apresentando uma grande riqueza piscícola.

Aldeia de Regoufe
A aldeia de Regoufe assume algum particularismo, quer pela sua dimensão, quer pela morfologia do terreno íngreme, o que terá levado à construção de um primeiro piso para habitação dos animais e um segundo para a habitação de pessoas.

Aldeia da Drave

A povoação da Drave situa-se no fundo de um elevado outeiro entre a confluência de três ribeiros, sendo estes, o rio de Palhais, que, correndo do norte, a banha do lado direito, - o Ribeirinho e o ribeiro da Bouça, que descem do lado esquerdo e se juntam todos os três no fundo da povoação. Daqui toma o nome de rio da Drave até desaguar no Paivó, à distância de 5 quilómetros; este rio depois, passando em Covelo, vai muito longe desaguar e morrer no rio Paiva. Está portanto a Drave colocada numa cova, cercada de enormes e altas montanhas, que, no coração do Inverno, lhe vedam o sol a maior parte do dia, tendo apenas uma garganta ou cortadura da parte do poente; e ainda assim obstruída pelas linguetas das serras, que se entrelaçam."
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Data de actualização
15/11/2015
 
Aldeia Histórica do Piódão
Distrito:  Coimbra

Concelho:  Arganil
Localização
Serra do Açor
Tipo de Património
Centro Histórico
Proteção Jurídica
95/78, DG 21O de 12-09-1978
Descrição
"A Aldeia Histórica do Piódão, localizada na Serra do Açor e classificada como Imóvel de Interesse Público, é um exemplo de adaptabilidade ao meio ambiente que a envolve já que se encontra construída em anfiteatro. Esta é uma das mais antigas aldeias de Portugal com uma importante história no que diz respeito aos seus usos e costumes.
A componente natural da Serra do Açor foi, desde há muitos séculos, um atrativo indispensável ao desenvolvimento e permanência do Homem na zona. Assim, dada a quantidade de pastagens e nascentes existentes, ali se fixaram pastores lusitanos com os seus rebanhos, cavalos e éguas, facto que justifica a denominação da aldeia de Chãs d'Égua.
A inacessibilidade característica da zona também servia os perseguidos pela justiça, que sentindo-se seguros se fixavam em locais inabitados. Posteriormente, os solitários aperceberam-se que em conjunto facilitariam bastante as suas vidas e formaram um povoado que apelidaram de Casas Piódam.

A par com as actividades que já desenvolviam, os habitantes começaram a dedicar-se a outras formas agrícolas como a apicultura, passando o mel a fazer parte da sua alimentação e a ser o grande responsável, até hoje, da subsistência económica da população. Sendo um local particularmente quente, a reprodução de formigas era bastante nefasta para as reservas de mel, facto determinante para a deslocação do povoado para o actual lugar do Piódão.

Foi sede do concelho de Vide de Foz do Piódão, passando no século XIX a pertencer ao antigo concelho de Avô extinto em 1855, integrando-se no Concelho de Arganil.

A adaptação do povoado à morfologia do sítio resulta em ruas muito sinuosas, conferindo-lhe uma malha compacta característica dos aglomerados medievais. O material de construção dominante é o xisto, utilizado tanto nas fachadas como nas coberturas e pavimento das ruas, facto que confere ao Piódão uma grande uniformidade arquitectónica.

O xisto é também responsável pela cor escura da aldeia, contrastada com o azul das molduras das portas e janelas, destacando-se desta mancha a alvura de algumas casas em alvenaria e Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição.
Actualmente, como no passado, a agricultura e pastorícia continuam a ser as principais componentes do modo de vida da população que, apesar de muito diminuída e envelhecida se mantém fiel aos seus costumes. Esta é a base do valor antropológico e cultural do Piódão."
Fonte de informação
CNC / Patrimatic

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