segunda-feira, 20 de junho de 2016

Refugiados pelo Mundo



Número de deslocados em todo o mundo passa de 65 milhões, diz ONU
Número cresceu quase 10% em relação ao registrado em 2014.
Países que mais recebem refugiados são Turquia, Paquistão e Líbano
Globo,20.06.2016
"O número de pessoas deslocadas por motivos de conflitos e perseguições em todo o mundo chegou a 65,3 milhões no final de 2015, de acordo com um relatório da ONU lançado nesta segunda-feira (20), dia em que é comemorado o Dia Mundial do Refugiado.
Este total inclui refugiados, deslocados internos e requerentes de asilo. O número aumentou quase 10% em relação ao registado em 2014, que foi de 59,5 milhões, e é considerado um recorde pela agência da ONU para Refugiados, o Acnur. 65,3 milhões de pessoas é mais do que a população do Reino Unido, da França ou da Itália, segundo os dados da ONU.
Dos 65,3 milhões, a maioria de 40,8 milhões é de pessoas forçadas a sair de suas casas e que se deslocaram dentro de seus países, os chamados deslocados internos. Outros 21,3 milhões de pessoas fugiram para outros países, e são chamadas de refugiados. Além disso, 3,2 milhões são requerentes de asilo em países industrializados, ou seja, aguardam uma resposta sobre seu pedido de refúgio.
 
O drama dos mais de 1 milhão de imigrantes que arriscam suas vidas para atravessar o Mar Mediterrâneo em direcção à Europa, e a dificuldade do continente de lidar com a chegada em massa, chamou a atenção do mundo todo em 2015. No entanto, segundo o relatório, a grande maioria dos refugiados está em outros continentes.
86% dos refugiados sob o mandato do Acnur estão em países de renda média ou baixa, próximos às áreas de conflito. O índice chega a 90% do total de refugiados no mundo quando são incluídos os refugiados palestinos sob os cuidados da UNRWA, organização do Sistema ONU dedicada exclusivamente a esta população.
Os países que mais recebem refugiados em todo o mundo são a Turquia, seguida do Paquistão e do Líbano. Já os países de onde mais saíram refugiados em 2015 foram a Síria (4,9 milhões), o Afeganistão (2,7 milhões) e a Somália (1,1 milhão).
Refugiados fazem oração em rodovia perto da cidade de Edirne, na Turquia, nesta sexta (18) (Foto: Osman Orsal/Reuters)
Refugiados fazem oração em rodovia
 perto da cidade de Edirne,
 na Turquia (Foto: Osman Orsal/Reuters)
Os países com maior número de deslocados internos são Colômbia (6,9 milhões), Síria (6,6 milhões) e Iraque (4,4 milhões). O Iémen, em 2015, foi o país que mais ocasionou novos deslocados internos, que corresponderam a 2,5 milhões de pessoas, ou 9% de sua população.
Em relação aos pedidos de refúgio, o número também quebrou recordes, de acordo com o Acnur. Apenas em 2015 foram registados 2 milhões de novos pedidos de refúgio nos países industrializados. Com essas novas solicitações, 3,2 milhões de pedidos estavam pendentes de resposta no final do ano passado.
O país que mais recebeu pedidos de refúgio foi a Alemanha, com 441,9 mil, o que segundo a agência da ONU, está ligado à sua postura de abertura aos refugiados que chegam à Europa após atravessar o Mar Mediterrâneo. Depois vieram os Estados Unidos, com 172 mil pedidos de refúgio, muitos feitos por pessoas que fogem de conflitos armados na América Central.
Jovem curdo sírio refugiado carrega uma criança após cruzar a fronteira entre a Síria e a Turquia, próximo a cidade turca de Suruç. Mais de 130 mil curdos sírios atravessaram a fronteira nos últimos 3 dias fugindo do avanço do grupo Estado Islâmico (Foto: Murad Sezer/Reuters)
Jovem curdo sírio refugiado carrega uma criança 
após cruzar a fronteira entre a Síria e a Turquia,
 próximo a cidade turca de Suruç (Foto: Murad Sezer/Reuters)
Crianças
As crianças representam 51% do total de refugiados em todo o mundo. O Acnur afirma que o que preocupa é a quantidade de crianças que foram separadas de seus pais e viajam sozinhas. Segundo a agência, 98,4 mil solicitações de refúgio vieram de crianças desacompanhadas, o maior número já visto. Veja a galeria de fotos das crianças refugiadas.

Refugiados no Brasil
No continente americano, houve um aumento de 17% do deslocamento forçado, que o Acrnur atribui à actuação de gangs e outras formas de violência urbana. A maior parte é de refugiados e solicitantes de refúgio de El Salvador, Guatemala e Honduras, que somados chegam a 109,8 mil pessoas, e que em sua maioria vão para o México e os Estados Unidos.
O relatório indica que o Brasil abrigava 8.707 refugiados em 2015. Dados mais atuais do Comitê Nacional de Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, indicam que o país abriga 8.731 refugiados de 79 nacionalidades diferentes, sendo 2.252 sírios.
Omana Ngandu (de branco e boné) e um grupo de refugiados francófonos passaram a noite de Natal com uma família brasileira em São Paulo (Foto: Arquivo pessoal/Hanah Silva)
Omana Ngandu (de branco e boné) e um
 grupo de refugiados francófonos passaram a noite de Natal
 com uma família brasileira em São Paulo (Foto: Arquivo pessoal/Hanah Silva)
Combinação de fotos mostra imigrantes pulando de um barco durante naufrágio na quarta-feira (25), antes da chegada do resgate pelos navios 'Bettica' e 'Bergamini' da marinha italiana na costa da Líbia (Foto: Marinha italiana/Divulgação via Reuters)
Combinação de fotos mostra imigrantes pulando
 de um barco durante naufrágio, antes da chegada do resgate 
por navios da marinha italiana na costa da Líbia 
(Foto: Marinha italiana/Divulgação via Reuters)
Refugiados da Síria e do Iraque desembarcam na ilha grega de Lesbos após chegar em um barco de madeira a partir da costa turca. O governo da Grécia diz preaprar um programa de assistência para lidar com o crescente número de refugiados que chegam ao país (Foto: Santi Palacios/AP)
Refugiados da Síria e do Iraque desembarcam 
na ilha grega de Lesbos após chegar num barco
 de madeira a partir da costa turca (Foto: Santi Palacios/AP)
Deslocados sudaneses em Sortoni, no norte do país; eles foram obrigados a deixar suas casas por causa dos fortes combates em Jebel Marra, em Darfur (Foto: Zurab Elzarov/Unamid/AFP)
Deslocados sudaneses em Sortoni, no norte do país;
 eles foram obrigados a deixar suas casas por causa
 dos fortes combates em Jebel Marra, em Darfur 
(Foto: Zurab Elzarov/Unamid/AFP)
Foto de arquivo de julho de 2011 mostra o campo de refugiados Dadaab, o maior do mundo, no leste do Quênia (Foto: Tony Karumba/AFP/Arquivo)
Foto de arquivo de julho de 2011 mostra o campo de refugiados
 Dadaab, o maior do mundo, no leste do Quénia 
(Foto: Tony Karumba/AFP/Arquivo)

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