domingo, 14 de dezembro de 2014

Ao Domingo Há Música

Señoras y señores:

"A todos los que a través de su vida se han emocionado con la copla lejana que viene por el camino, a todos los que la paloma blanca del amor haya picado en su corazón maduro, a todos los amantes de la tradición engarzada con el porvenir, al que estudia en el libro como al que ara la tierra, les suplico respetuosamente que no dejen morir las apreciables joyas vivas de la raza, el inmenso tesoro milenario que cubre la superficie espiritual de Andalucía y que mediten bajo la noche de Granada la trascendencia patriótica del proyecto que unos artistas españoles presentamos.
(19 de febrero de 1922)"
Frederico Garcia Lorca

"Em 1922, o poeta granadino, cuja formação musical lhe permitiu aceder a um conhecimento mais aprofundado do cancioneiro espanhol, profere uma conferência ­­­– «El cante jondo: primitivo canto andaluz». Filho da Andaluzia como o "cante jondo" e seu "duende", Federico García Lorca, um apaixonado por tal arte, foi um dos poetas espanhóis mais representativos do século XX. A relação entre o poeta de Granada e o "cante jondo" é profunda e importantíssima para a valorização da arte andaluza e inclusive para a compreensão da obra de Lorca. O "cante jondo", segundo o poeta, é o canto mais profundo, um canto escuro e misterioso onde a magia do "duende" se manifesta em um momento imóvel e único. Para Lorca, a arte espanhola é movida pelo "duende", espécie de espírito mágico, passional e original. Lorca também é considerado por muitos como um autor passional e muito apegado a sua terra. Poema del cante jondo é então uma viagem pelas entranhas de sua terra e uma busca constante pelo "duende" espanhol. Porém, como será que o duende de Lorca se manifesta em tal obra se é que isso acontece? O duende é amigo da improvisação, mas a constituição de um poema depende também da engenhosidade do poeta. "
O espaço musical deste Domingo é dedicado a esse cante jonde. Canto que tão profundo e misterioso nos toma e arrebata porque cúmplice das penas e das alegrias do seu povo, o cantaor esconjura com «voz de sangre», através das sentidas letras e dos longos e dolorosos melismas, como num ritual, as angústias que lhe assaltam a alma, crendo que quem o escuta comungará, por empatia, da sua dor e que esta será, assim, mitigada.
A arte do flamenco requer,  pois,  vozes, talento e sentimento. Escolhemos duas vozes deste novo tempo, Miguel Proveda e Concha Buika,  num conjunto de quatro registos que cada um poderá seleccionar à la carte.

"Miguel Ángel Poveda León, nasceu  em  Barcelona (13 de Fevereiro de 1973) e cresceu em Badalona. Começou a cantar  em torno de   las peñas flamencas de Cataluña, aos 15 anos . Em 1993, inicia a carreira como profissional. Ganha quatro prémios: Premio Lámpara Minera (o mais apreciado do mundo flamenco)   e três prémios nas modalidades de La Soleá, La Cartagenera y La Malagueña no  Festival Nacional del Cante de las Minas de La Unión (Murcia).
Participou nos principais festivais de música nacional e internacional, cantando em auditórios como o Odeón de París, o Liceo de Barcelona, o Teatro Real de Madrid, o  Carnegie Hall e o Lincoln Center de Nueva York, o Wiener Koncerthaus de Viena, o Teatro Colón de Buenos Aires, o Auditorium Parco della Musica de Roma, o  Sadler’s Wells de Londres, o Maestranza de Sevilla.
Colaborou com artistas como Enrique Morente, Carmen Linares, Paco de Lucía, Manolo Sanlúcar, Joan Manuel Serrat, Santiago Auserón, Israel Galván, Eva Yerbabuena, Manuela Carrasco, Raphael, Isabel Pantoja, Martirio, Rodolfo Mederos, Tomatito, Antonio Carmona, Pasión Vega, Matilde Coral, Giovanni Hidalgo, Maria del Mar Bonet, Mariza, Pedro Guerra, Alberto Iglesias, Chavela Vargas, Manuel Carrasco, Josemi Carmona, María Dolores Pradera, Alejandro Sanz e muitos outros músicos e intérpretes. Nos  Prémios Grammy Latino 2000 foi nomeado com o Melhor Álbum flamenco em ‘Suena flamenco’."



"Aclamada como a "Rainha do Flamenco", Concha Buika é filha de refugiados políticos da Guiné Equatorial e cresceu num bairro cigano na ilha espanhola de Maiorca. O New York Times alcunhou a sua música como uma mistura única de flamengo, jazz, soul e blues, "luminoso ... magnífico ... excelente!".
Considerada uma das 50 melhores vozes do mundo pela NPR Music, Buika tem já uma extensa carreira de sucesso em diversos países. Entre as suas glórias, destacam-se a conquista de um Latin Grammy, na categoria de “Best Traditional Tropical Album”, um dueto com Seal para o álbum “Seal 6: Commitment”, a participação no filme “The Skin I Live In” do consagrado cineasta Pedro Almodóvar e, recentemente, com o lançamento do seu novo álbum “La noche más larga”, a primeira nomeação para os Grammy Awards 2014, na categoria de “Best Latin Jazz Album”. No entanto, e apesar de todas as conquistas, é ao vivo que a música de Buika floresce.
A nova alma que a música ganha, a cada palavra cantada Buika, é capaz de arrebatar qualquer plateia, de desassossegar qualquer ser, por menos afectivo e emocional que seja."


Volverás
Yo lloro como el arroyo al llegar al rio, 
yo muero. 
Y muero como el rio al llegar al agua,
de amor yo muero. 

Yo hice lo que pude, te amé como sabia,
y al final de todo tu amor yo no tenía.
Me vuelvo rio y muero… 

Cerró la puerta sin decir adiós 
nunca volví a verla, nunca más volvió, 
como yo te quise nadie, nadie te ha querido 
insensata mía, porque te has ido.
Y me dejaste sola como el mar,
yo vivo como el aire libre 
pero sin saber a dónde va, 
y nadie, nadie te ha querido 
insensata loca, porque te has ido.

Tú volverás, 
y cuando tú regreses amor, 
verás cómo alguien quiso ocupar 
mi pobre corazón, por ti. 
Y ya verás, como tú a mí me pides perdón, 
y yo que ya estoy loca de amor, 
yo voy y te perdono. 

No eran tan falsas aquellas mentiras, 
ni tan verdaderas tus verdades favoritas. 
No fueron tan callados aquellos silencios, 
no fueron tan malos algunos momentos. 

Si ahora te marchas vete para siempre, 
no te des la vuelta que las vueltas siempre duelen, 
y abre la ventana que da al paraíso, 
olvídame si puedes que yo no he podido. 

Tú volverás, 
y cuando tú regreses amor 
verás cómo alguien quiso ocupar 
mi pobre corazón, por ti. 
Y ya verás, 
como tú a mí me pides perdón, 
y yo que ya estoy loca de amor, 
yo voy y te perdono. 
Yo te perdono y tú, tú volverás, 
y cuando tú regreses amor 
verás cómo alguien quiso ocupar 
mi pobre corazón, por ti. 
Y ya verás, 
como tú a mí me pides perdón 
y yo que ya estoy loca de amor 

yo voy.
Cantora : Buika
Letra y música: Javier Limón. 
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