sábado, 18 de janeiro de 2014

A poesia está de luto: morreu Gelman

“Si me dieran a elegir, yo elegiría
esta salud de saber que estamos muy enfermos,
esta dicha de andar tan infelices.
Si me dieran a elegir, yo elegiría
esta inocencia de no ser un inocente,
esta pureza en que ando por impuro.
Si me dieran a elegir, yo elegiría
este amor con que odio,
esta esperanza que come panes desesperados.
Aquí pasa, señores,
que me juego la muerte.”
Juan Gelman , in "El juego en que andamos", 1959

Morreu Juan Gelman , poeta maior da Argentina. Prémio Cervantes 2007 e Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana em 2005, morreu na terça-feira (14), aos 83 anos, na Cidade do México,  onde residia há mais de 20 anos, informou o governo mexicano.
"Juan Gelman, poeta da alma mexicana, poeta maior, está morto", escreveu no Twitter o presidente do Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (Conaculta), Rafael Tovar.
"Morreu tranquilo, em sua casa, ao lado da sua família, de uma doença que se chama síndrome mielodisplásica", disse uma fonte da família que preferiu não revelar a identidade. A enfermidade é provocada por uma baixa produção de células sanguíneas.
O jornal mexicano "Milenio", onde Gelman mantinha uma coluna semanal, revelou que o poeta morreu em casa, por volta das 16h30 locais (20h30 de Brasília).Morreu tranquilo, na sua casa, rodeado da sua família (...) de uma doença que se chama síndrome mielodisplásica" (disfunção da medula óssea), disse uma fonte da família citada pela agência Efe.
Juan Gelman viveu exilado desde o golpe de Estado de 1976 na Argentina. O poeta viveu em Itália, França e México, onde residia há mais de 20 anos.
Juan Gelman e a família foram vítimas da ditadura militar argentina. O filho e a nora, grávida de sete meses, foram sequestrados e mortos em 1976. Só muito depois o escritor soube que a criança tinha nascido em cativeiro. Nunca desistiu de a encontrar e em 2000 testes de ADN confirmaram o parentesco com uma jovem chamada Andrea, que adoptou o nome de Maria Macarena e os apelidos dos pais Gelman García.
A história foi contada publicamente pelo escritor, radicado no México, mas mantida à margem do seu trabalho, como contou ao DN quando esteve em Portugal, em 2010, a convite da Fundação Saramago.Gelman trabalhou como jornalista, colunista e tradutor, e publicou várias recolhas de textos em prosa, mas foi essencialmente um poeta, tendo publicado mais de vinte livros de poemas" Fonte variada
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(El País)

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