terça-feira, 3 de maio de 2011

Pobreza Infantil

De acordo com um Estudo promovido pela OCDE, Portugal tem a 8ª maior taxa de pobreza infantil  entre 34 países da OCDE. As crianças continuam a não usufruir dos direitos fundamentais considerados património da Humanidade: o direito a uma vida digna. Um país que tem taxas de pobreza infantil tão elevadas é um país adiado.
Portugal apresenta uma taxa de pobreza infantil acima da média dos 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que publicou um relatório sobre o bem-estar das famílias dos Estados-membros. As pressões económicas sobre as famílias têm contribuído para a descida da taxa de natalidade. Ainda segundo este estudo, as mulheres portuguesas representam 60 por cento da força laboral do país e a segunda taxa de natalidade mais baixa.
A pobreza em Portugal atinge 16,6 por cento das crianças, um valor superior à média dos países da OCDE (12,7 por cento), de acordo com o estudo “Doing better for families”, publicado em 27 de Abril de 2011. Portugal apresenta a oitava maior taxa de pobreza infantil entre os 34 países da OCDE. Os valores registados posicionam Portugal atrás de Israel, México, Turquia, Estados Unidos, Polónia, Chile e Espanha.
A OCDE, que analisou dados relativos à última década, apurou que Dinamarca, Noruega e Finlândia têm as menores taxas de pobreza infantil, com 3,7 por cento, 4,2 por cento e 5,5 por cento, respectivamente.
Portugal partilha com os países nórdicos a característica de famílias monoparentais tenderem a apresentar menor taxa de pobreza do que famílias duo-parentais em que apenas um adulto trabalha.
Mais de 60 por cento das crianças portuguesas vivem em famílias em que os dois pais estão empregados e trabalham a tempo inteiro. Esta é uma situação idêntica ao que se verifica na Eslovénia e nos Estados Unidos.
Mulheres portuguesas já são 60 por cento do mercado de trabalho

O estudo permitiu concluir que as mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho. As portuguesas constituíam 61,6 por cento da força laboral em 2009, acima da média de 59,6 por cento registada na OCDE.
No mesmo sentido e no conjunto dos países da organização, o estudo identificou o aumento do número de mulheres que participam cada vez mais em trabalhos remunerados, apesar da maior incidência no regime de tempo parcial. Vinte e um por cento das mulheres trabalha em part-time, contra 4,4 por cento dos homens neste regime.
Esta diferença é menos acentuada em Portugal, uma vez que menos de 10 por cento do emprego feminino é a tempo parcial. Característica idêntica foi registada na República Checa, Finlândia, Estónia, Hungria, Eslováquia e Eslovénia. Pelo contrário, na Alemanha, Holanda, Suíça e Reino Unido mais de 35 por cento das mulheres trabalham em part-time.
Mais de 30 por cento tem apenas um filho

Portugal é o segundo país da organização com menor taxa de fertilidade (1,32 filhos por mulher), quando a média é de 1,74 filhos por mulher em idade fértil. Mais de 30 por cento das mulheres portuguesas tem apenas um filho, tal como na Federação Russa e na República Checa.
Em contrapartida, pelo menos 30 por cento das mulheres em França, Noruega, Polónia, Suécia e Estados Unidos têm três ou mais filhos.
A taxa de mortalidade infantil caiu em quase todos os 34 Estados-membros, com Portugal a apresentar a descida mais acentuada da mortalidade entre crianças dos 0 aos 14 anos desde 1970, tanto por ferimentos acidentais como intencionais.
A organização identificou mudanças a nível da estrutura familiar, como o aumento das uniões de facto e dos divórcios. O adiamento da idade do primeiro casamento e até a não opção por este passo explicam que tenham triplicado os nascimentos fora do casamento.
A investigação também comprovou que cada vez mais mulheres concluem o ensino universitário, com tendência para os cursos de estudos humanísticos em detrimento das ciências. Ainda neste sentido, as mulheres com maior nível de escolarização tendem a adiar a maternidade. "(RTP)
Leia o Relatório da OCDE:“Doing better for families”,

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