sábado, 27 de abril de 2024

Intimations of mortality

 
Intimations of mortality
 
Tudo vai chegando a um fim que não
entendo. O nada é só o fim de tudo?
Os dias que passam são o que são,
Mas deixarem de ser deixa-me mudo.
 
Tento aceitar o que cessa de ser,
procuro ver o não ser que não vejo:
viver e morrer é não perceber,
e não sei sentir que nada desejo.
 
Se eu entendesse o que é tudo acabar,
se fosse o não ser o mesmo que ser,
se deixar de ser fizesse sentido
 
se fosse não ser um só descansar
(forma feliz de o ser ir não ser),
tudo apenas cansaço interrompido…
                          Roma, 28/29.03.1996
Eugénio Lisboa

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