teria só os meus dezasseis anos,
abriu-se-me, ao futuro, uma clareira,
para mundos de gregos e troianos.
A autora era uma sueca,
Sally Salminen se chamava ela.
Teve, em Estocolmo, vida badameca,
de criada de servir, sem farpela.
Com esse romance, teve ela a glória,
mas nunca mais repetiu a façanha;
porém ficou, para sempre, na memória
de um rapaz pobre, cheio de sanha,
que, em África, vivia como ela,
pobre, à espera de saltar da sela!
24.02.2024
Eugénio Lisboa
Escrevi hoje este soneto, para me resgatar de não ter incluído, na lista de livros que marcaram a minha adolescência africana, este admirável romance: A VIDA INTEIRA (no original, KATRINA), numa tradução saborosa de Tomás Ribeiro Colaço.
Escaparam também, imperdoavelmente, estes livros: A AVENTURA EM BUDAPESTE, de Ferenc Körmendi; DOIS VIVOS E UM MORTO, de Sigurd Christiansen; OS DRAMAS DA INTERNACIONAL, de Pierre Zaccone. E ainda, nada de acanhamentos, dois livros da Condessa de Ségur: FÉRIAS e MEMÓRIAS DE UM BURRO. As dívidas pagam-se e nem todos os livros que nos marcam têm a estatura dos LUSÍADAS.
Para evitar comentários escusados, a minha lista é só de livros que me marcaram muito e não de todos os livros que li, na minha adolescência, até aos dezassete anos.
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