segunda-feira, 6 de março de 2017

José de Almada Negreiros

O livro “Três Histórias Desenhadas” de José de Almada Negreiros, editado pela Assírio &Alvim, está já disponível nas livrarias e locais habituais.
É na década de vinte, em 1926, que Almada publica, no semanário ilustrado «Sempre Fixe», as histórias «Era Uma Vez», «O Sonho de Pechalim» e «A Menina Serpente», que aqui se apresentam com base nos desenhos originais, fora uma ou outra lacuna. Como nos diz Sara Afonso Ferreira, no prefácio a esta edição, «[…] o autor confecciona ao longo dos anos uma série de caderninhos, geralmente em harmónio, por ele manuscritos e ilustrados dedicados ao estudo do número e da geometria. No entanto, ao apresentar desta forma os desenhos destinados à publicação de uma história aos quadradinhos num jornal, sem acompanhar os desenhos originais do texto do seu conto (de que apenas temos a versão do “Sempre Fixe”), Almada sugere a importância das imagens como veículo da narrativa — a segunda história publicada no “Sempre Fixe”, “O Sonho de Pechalim”, apresenta-se, aliás, sem qualquer texto (as legendas deviam ser redigidas pelos pequenos leitores no âmbito de um concurso infantil) — que as histórias podem ser contadas apenas por desenhos, que as histórias podem ser: desenhadas.
José de Almada Negreiros (1893-1970)
Sem título (retrato de La Argentinita), 1925,
guache sobre papel, 34,4 × 23,5 cm, colecção particular
 em depósito no Museu Calouste Gulbenkian – Colecção Moderna
José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno
"Esta exposição antológica mostra a obra de um artista que catalisa a vanguarda nos anos 1910 e atravessa todo o século XX.
Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser. Ser moderno não é fazer a caligrafia moderna, é ser o legítimo descobridor da novidade.
José de Almada Negreiros, conferência O Desenho, Madrid 1927

Autor profuso e diversificado, Almada (1893-1970) pôs em prática uma concepção heteróclita do artista moderno, desdobrado por múltiplos ofícios. Toda a arte, nas suas várias formas, seria, para Almada, uma parte do «espectáculo» que o artista teria por missão apresentar perante o público, fazendo de cada obra, gesto ou atitude um meio de dar a ver uma ideia total de modernidade.
A exposição apresenta um conjunto de obras que reflecte a condição complexa, experimental, contraditória e híbrida da modernidade. A pintura e o desenho mostram-se em estreita ligação com os trabalhos que fez em colaboração com arquitectos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores. Esta escolha dá também visibilidade à presença marcante do cinema e à persistência da narrativa gráfica ao longo da sua obra. Juntam-se ainda obras e estudos inéditos que darão a conhecer diferentes facetas do processo de trabalho artístico de José de Almada Negreiros."
Exposição no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, até Segunda feira, 5 Junho 2017, das  10:00 às 18:00.
Encerra às terças,  Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro
Curadoria: Mariana Pinto dos Santos com Ana Vasconcelos


 Gulbenkian – Colecção Moderna
José de Almada Negreiros (1893-1970)
    2/6
    José de Almada Negreiros (1893-1970)
    Sem título, sem data, grafite e guache sobre cartão, 
    53,5 x 36 cm. Colecção particular 
    3 / 6
    José de Almada Negreiros (1893-1970)
    Sem título, 1940, guache sobre papel, 46,7 x 58 cm.
    Colecção particular em depósito no Museu Calouste Gulbenkian
    – Colecção Moderna
4/6
José de Almada Negreiros (1893-1970)
[Autorretrato], [1940], arame e gauche sobre madeira, 36 x 30 cm.
Colecção particular 
5/6
José de Almada Negreiros (1983-1970)
Sem título, 1928, tinta da China e guache sobre papel,
 43,3 x 41,9 cm. Museu Calouste Gulbenkian . 
Colecção Moderna, inv. DP226
6/6
José de Almada Negreiros (1893-1970)

«La Tragedia de Doña Ajada» (lanterna mágica para música
 de Salvador Bacarisse com poemas de Manuel Abril) - IV.
«La luna rota», [1929], papel recortado, lápis branco e preto
 sobre papel, 47 x 47 cm (suporte) / 62 x 62 cm.
Colecção Salvador Bacarisse e Jennifer Bacarisse 

Sem comentários:

Enviar um comentário