Entrei no Café com um
rio na algibeira
e pu-lo no chão,
a vê-lo correr
da imaginação...
A seguir, tirei do
bolso do colete
nuvens e estrelas
e estendi um tapete
de flores
- a concebê-las.
Depois, encostado à
mesa,
e enfeitei com ele a
Natureza
das árvores em torno
a cheirarem ao luar
que eu imagino.
E agora aqui estou a
ouvir
a melodia sem contorno
deste acaso de existir
- onde só procuro a
Beleza
para me iludir
dum destino.
José Gomes Ferreira, in " POESIA – III”, Portugália Editora, 2ª edição (1963)
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