os que de amor o amor de amar não sabem,
como não amam se de amor não pensam
os que de amar o amor de amar não gozam.
Amor, amor, nenhum amor, nenhum
em vez do sempre amar que o gesto prende
o olhar ao corpo que perpassa amante
e não será de amor se outro não for
que novamente passe como amor que é novo.
Não se ama o que se tem nem se deseja
o que não temos nesse amor que amamos,
mas só amamos quando amamos o acto
em que de amor o amor de amar se cumpre.
Amor, amor, nem antes, nem depois,
amor que não possui, amor que não se dá,
amor que dura apenas sem palavras tudo
o que no sexo é o sexo só por si amado.
Amor de amor de amar de amor tranquilamente
o oleoso repetir das carnes que se roçam
até ao instante em que paradas tremem
de ansioso terminar o amor que recomeça.
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amar o amor de amar o amor não amam.
Jorge de Sena, in "Peregrinatio Ad loca infecta" , 16.06.1965, "Antologia Poética", Edições Asa , pgs.157-158
Jorge de Sena, in "Peregrinatio Ad loca infecta" , 16.06.1965, "Antologia Poética", Edições Asa , pgs.157-158
A Poesia, a Música e a Dança são artes maiores que podem dar forma a qualquer sonho. Quando o amor anda no ar , o Homem sonha . E se as convoca , os milagres acontecem, explodem , materializam-se , revelando-lhe a magnitude desse sentimento.
Eis como Thomas Feiner o sentiu em " For Now (Love in Thoughts )".
E, num desenho de corpos, intenso, audacioso onde imperam a volúpia e a sedução , Aurélie Dupont e Manuel Legris resplandecem na celebração do amor . A dança e a música fundem-se nos labirintos da descoberta e da entrega dos amantes." Le Parc" é uma obra de 1994, com coreografia de Angelin Preljocaj, criação sonora de Goran Vejvoda e a espantosa música de Wolfgang Amadeus Mozart que se transformou num ícone do Ballet da Ópera de Paris. Eis o último acto, "3º Abandon pas de deux" , numa excelente interpretação.
Sem comentários:
Enviar um comentário