A leitora
abre o espaço num sopro subtil.
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em
arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as
Ela fala com as pedras do livro, com as
sílabas da
sombra.
Ela adere à
matéria porosa, à madeira do
vento.
Desce pelos bosques como uma menina
Desce pelos bosques como uma menina
descalça.
Aproxima-se das praias onde o corpo se
Aproxima-se das praias onde o corpo se
eleva
em chama de
água. Na imaculada superfície
ou na espessura latejante, despe-se das
ou na espessura latejante, despe-se das
formas,
branca no ar.
É um torvelinho harmonioso,
um pássaro suspenso. A terra ergue-se
um pássaro suspenso. A terra ergue-se
inteira
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de
tremer.
António Ramos Rosa, in “Volante Verde”, Círculo de Poesia, Nova Série, Moraes Editores
António Ramos Rosa, poeta maior... Entre nós.
ResponderEliminar..."um pássaro suspenso. A Terra ergue inteira"...
Perante um poeta, ergamo-nos, como destinos da sua mensagem!
A pintura...
ResponderEliminarRaparigas retratadas por pintores impressionistas... Renoir!?... Monet!?... Outros?!...