"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento" Platão
terça-feira, 17 de julho de 2012
Liberdade
Interrogo o infinito e às vezes choro... Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro E aspiro unicamente a Liberdade. Antero de Quental, " Evolução" in "Poesia Completa", Ed. Dom Quixote
Antero! Absolutamente Antero!... Meio e sombra. Êxtase e pronuncia de ti mesmo!... E no entanto, cheio de luz, dessa luz enobrecida, dessa luz divina, desses lampejos mediunicos que empalidecem os ouropéis, e asfixiam os lamentos da mediocridade... Antero! Ó Antero, elevaste o Pensamento Filosófico e inundaste, e ainda inundas de luminosidade as almas errantes, incontroversas e insatisfeitas como a tua! Almas com que a geração do teu tempo encheu Coimbra, enquanto tu lançavas a "Sociedade do Raio" entre a anónima juventude estudante, e após Coimbra. Almas com que esses moços riscaram os céus do Porto, e suavizaram os prados de Vila do Conde, e depois tu elegeste e enlouqueceste a Lisboa política, com as Conferência do Casino, onde dissertaste sobre um tema que tem hoje, em 2012, tanto de actualidade e vida e dor, e que denominaste - lembra-te!... - ... "Decadência dos Povos Peninsulares"!... Antero! Se "interrogas o infinito e choras", tu, Mestre de todos nós e imortal poeta, se "vais estendendo as mãos no vácuo", e nada encontras de relevo e pasmo, que nos resta?!... Continuamos em termos colectivos a desculpar todos os nossos erros com a tua tragicidade, com aquele "bac" sonoro do tiro, ocorridos sob um céu plúmbeo, naquele triste dia, naquele banco de jardim, pintado de verde, apoiado em ferros negros, frente ao Convento da Esperança (Esperança?!... Esperança dos desesperados, ó ironia!...) , como se tu fosses um Deus de avatares, o responsável pronunciado, quando - como confessas... - apenas "adoravas e suspiravas" pela Liberdade, ansiosa e inquietamente a procuravas, como assim aconteceu!... A Liberdade que fez com que o espírito, esse teu espírito feito de esplendor e glória, só concedido por Deus às almas grandes e vigilantes, estrelas-guia de povos, esse teu imortal espírito se separasse do teu corpo seco e ferido definitivamente, e seguisse em viagem sideral, como eterno "cavaleiro andante"...
Antero! Absolutamente Antero!... Meio e sombra. Êxtase e pronuncia de ti mesmo!... E no entanto, cheio de luz, dessa luz enobrecida, dessa luz divina, desses lampejos mediunicos que empalidecem os ouropéis, e asfixiam os lamentos da mediocridade... Antero! Ó Antero, elevaste o Pensamento Filosófico e inundaste, e ainda inundas de luminosidade as almas errantes, incontroversas e insatisfeitas como a tua! Almas com que a geração do teu tempo encheu Coimbra, enquanto tu lançavas a "Sociedade do Raio" entre a anónima juventude estudante, e após Coimbra. Almas com que esses moços riscaram os céus do Porto, e suavizaram os prados de Vila do Conde, e depois tu elegeste e enlouqueceste a Lisboa política, com as Conferência do Casino, onde dissertaste sobre um tema que tem hoje, em 2012, tanto de actualidade e vida e dor, e que denominaste - lembra-te!... - ... "Decadência dos Povos Peninsulares"!... Antero! Se "interrogas o infinito e choras", tu, Mestre de todos nós e imortal poeta, se "vais estendendo as mãos no vácuo", e nada encontras de relevo e pasmo, que nos resta?!... Continuamos em termos colectivos a desculpar todos os nossos erros com a tua tragicidade, com aquele "bac" sonoro do tiro, ocorridos sob um céu plúmbeo, naquele triste dia, naquele banco de jardim, pintado de verde, apoiado em ferros negros, frente ao Convento da Esperança (Esperança?!... Esperança dos desesperados, ó ironia!...) , como se tu fosses um Deus de avatares, o responsável pronunciado, quando - como confessas... - apenas "adoravas e suspiravas" pela Liberdade, ansiosa e inquietamente a procuravas, como assim aconteceu!... A Liberdade que fez com que o espírito, esse teu espírito feito de esplendor e glória, só concedido por Deus às almas grandes e vigilantes, estrelas-guia de povos, esse teu imortal espírito se separasse do teu corpo seco e ferido definitivamente, e seguisse em viagem sideral, como eterno "cavaleiro andante"...
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