«A reedição de 11 discos de José Afonso e espectáculos musicais em várias cidades portuguesas e no estrangeiro contam-se entre as iniciativas a realizar, hoje, para assinalar os 25 anos da morte do cantor.
Lisboa, Grândola, Barreiro, Coimbra, Açores, Barcelona e Newark são alguns dos locais onde os 25 anos da morte de José Afonso são lembrados hoje,para manter «vivo o espírito do Zeca e a lição de dignidade» que transmitiu a todos, como disse à agência Lusa Francisco Fanhais, companheiro de cantigas e de estrada de José Afonso, no período antes do 25 de Abril de 1974 e actualmente dirigente da Associação José Afonso.
Considerado durante muito tempo um músico de intervenção, José Afonso é, para Francisco Fanhais e para o jornalista Viriato Teles, «muito mais do que um cantor ou um músico de intervenção».
Essa designação serve mesmo, para Francisco Fanhais, «para menosprezar toda a parte poética e musical que José Afonso revelou e é um álibi muito bom para que os divulgadores de música o possam banir com toda a tranquilidade».
«Cada uma das canções de José Afonso faz parte de um conjunto de grande valor musical e poético que, penso, está ainda por descobrir», disse Francisco Fanhais.
Também o jornalista Viriato Teles, autor do livro "As voltas de um andarilho – Fragmentos da vida e obra de José Afonso", considera que José Afonso «está ao nível de um dos grandes criadores musicais do mundo».
«Ao contrário do que habitualmente fazemos, que é compararmos os portugueses com artistas estrangeiros, eu acho que o Pete Seeger é o Zeca Afonso norte-americano», disse o jornalista, sublinhando que José Afonso «está ao nível de um Bob Dylan, John Lennon, Léo Ferré ou mesmo de um Jacques Brel».
Considerar a obra de José Afonso apenas do ponto de vista da cantiga de intervenção «é do mais redutor que existe, até porque mesmo nesse campo ele esteve sempre à frente do tempo dele», disse Viriato Teles à Lusa, acrescentando que a obra musical de José Afonso era «tão complexa do ponto de vista poético como musical».in "AJA", 22 de Fevereiro de 2012
Considerado durante muito tempo um músico de intervenção, José Afonso é, para Francisco Fanhais e para o jornalista Viriato Teles, «muito mais do que um cantor ou um músico de intervenção».
Essa designação serve mesmo, para Francisco Fanhais, «para menosprezar toda a parte poética e musical que José Afonso revelou e é um álibi muito bom para que os divulgadores de música o possam banir com toda a tranquilidade».
«Cada uma das canções de José Afonso faz parte de um conjunto de grande valor musical e poético que, penso, está ainda por descobrir», disse Francisco Fanhais.
Também o jornalista Viriato Teles, autor do livro "As voltas de um andarilho – Fragmentos da vida e obra de José Afonso", considera que José Afonso «está ao nível de um dos grandes criadores musicais do mundo».
«Ao contrário do que habitualmente fazemos, que é compararmos os portugueses com artistas estrangeiros, eu acho que o Pete Seeger é o Zeca Afonso norte-americano», disse o jornalista, sublinhando que José Afonso «está ao nível de um Bob Dylan, John Lennon, Léo Ferré ou mesmo de um Jacques Brel».
Considerar a obra de José Afonso apenas do ponto de vista da cantiga de intervenção «é do mais redutor que existe, até porque mesmo nesse campo ele esteve sempre à frente do tempo dele», disse Viriato Teles à Lusa, acrescentando que a obra musical de José Afonso era «tão complexa do ponto de vista poético como musical».in "AJA", 22 de Fevereiro de 2012
Canção da Paciência
Muitos sóis e luas irão nascer
Mais ondas na praia rebentar
Já não tem sentido ter ou não ter
Vivo com o meu ódio a mendigar
Tenho muitos anos para sofrer
Mais do que uma vida para andar
Bebo o fel amargo até morrer
Já não tenho pena sei esperar
A cobiça é fraca melhor dizer
A vida não presta para sonhar
Minha luz dos olhos que eu vi nascer
Num dia tão breve a clarear
As águas do rio são de correr
Cada vez mais perto sem parar
Sou como o morcego vejo sem ver
Sou como o sossego sei esperar
Muitos sóis e luas irão nascer
Mais ondas na praia rebentar
Já não tem sentido ter ou não ter
Vivo com o meu ódio a mendigar
Tenho muitos anos para sofrer
Mais do que uma vida para andar
Bebo o fel amargo até morrer
Já não tenho pena sei esperar
Letra e Música: José Afonso
Álbum: "Como Se Fora Seu Filho",1983
Mais ondas na praia rebentar
Já não tem sentido ter ou não ter
Vivo com o meu ódio a mendigar
Tenho muitos anos para sofrer
Mais do que uma vida para andar
Bebo o fel amargo até morrer
Já não tenho pena sei esperar
A cobiça é fraca melhor dizer
A vida não presta para sonhar
Minha luz dos olhos que eu vi nascer
Num dia tão breve a clarear
As águas do rio são de correr
Cada vez mais perto sem parar
Sou como o morcego vejo sem ver
Sou como o sossego sei esperar
Muitos sóis e luas irão nascer
Mais ondas na praia rebentar
Já não tem sentido ter ou não ter
Vivo com o meu ódio a mendigar
Tenho muitos anos para sofrer
Mais do que uma vida para andar
Bebo o fel amargo até morrer
Já não tenho pena sei esperar
Letra e Música: José Afonso
Álbum: "Como Se Fora Seu Filho",1983
Muito!... Recordar José Afonso é recordar um dos ídolos da minha juventude. Corremos riscos, algumas vezes, quando a polícia política reprimia quem era contra a Ditadura e a Guerra do Ultramar,em situações que não vêm ao caso reportar, até porque envolvem pessoas ainda vivas... Porém, foi bom, podermos ter percorrido, ter acompanhado um pouco o trilho que o Zeca já vinha trilhando havia largo tempo. O grupo de que fazia parte quando era estuante de liceu - em termos de teatro - foi a Lisboa insistir com ele para vir a Faro nos ver representar a peça do Romeu Correia, "O Vagabundo das Mãos de Ouro". O Romeu, grande Romeu, genial dramaturgo e generoso amigo. E ele - o Zeca- esteve em Faro, no Liceu João de Deus nessa noite a assistir (quase em anonimato...) à nossa representação. No final, a pedido de nós e da assistência, com uma capa pelos ombros subiu ao palco, mas o combinado previamente era ele não proferir qualquer palavra em público. E ele cumpriu, com grande pena nossa!... Se não tivesse sido assim, provavelemnte teria sido preso (?) mais uma vez pela PIDE... O nosso Ídolo. o maior símbolo da nossa jubventude. Aquele que representava a resistência ao Regime através da canção. Pois... o José Afonso cantou "Olhão", a outrora "Vila da Restauração", meu berço natal! E outras cançõs de combate. Que emoção!... Passaram 25 anos sobre a sua morte! Parece-nos que foi ontem!... Viva José Afonso para todo o sempre!...
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