O descontentamento entrou no coração dos portugueses. A miséria que nos bate à porta foi encomendada pelo desgoverno dos que comandam o país . A cegueira que os acomete impede o discernimento necessário para promover uma política social e a correcta defesa de quem assegura a sustentabilidade do país, os trabalhadores.
Ancorados no slogan da crise mundial, o Governo continua insensível e distante dos eleitores. As empresas vão fechando, os impostos vão subindo, os ordenados diminuem e os postos de trabalho são escadalosamente reduzidos. E porque a crise é endémica e há muito germinada em Portugal pelo desnorte comprovado dos governantes, os portugueses encerraram o país. Portugal está em greve. É tempo de pensar, é tempo de corrigir, é tempo de ouvir a voz de todos nós.
Quando a opressão aumenta
Muitos se desencorajam
Mas a coragem dele cresce.
Ele organiza a luta
Pelo tostão do salário, pela água do chá
E pelo poder no Estado.
Pergunta à propriedade:
Donde vens tu?
Pergunta às opiniões:
A quem aproveitais?
Onde quer que todos calem
Ali falará ele
E onde reina a opressão e se fala do Destino
Ele nomeará os nomes.
Onde se senta à mesa
Senta-se a insatisfação à mesa
A comida estraga-se
E reconhece-se que o quarto é acanhado.
Pra onde quer que o expulsem, para lá
Vai a revolta, e donde é escorraçado
Fica ainda lá o desassossego.
Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Tradução de Paulo Quintela
Muitos se desencorajam
Mas a coragem dele cresce.
Ele organiza a luta
Pelo tostão do salário, pela água do chá
E pelo poder no Estado.
Pergunta à propriedade:
Donde vens tu?
Pergunta às opiniões:
A quem aproveitais?
Onde quer que todos calem
Ali falará ele
E onde reina a opressão e se fala do Destino
Ele nomeará os nomes.
Onde se senta à mesa
Senta-se a insatisfação à mesa
A comida estraga-se
E reconhece-se que o quarto é acanhado.
Pra onde quer que o expulsem, para lá
Vai a revolta, e donde é escorraçado
Fica ainda lá o desassossego.
Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Tradução de Paulo Quintela
Sem comentários:
Enviar um comentário