Manuel S. Fonseca, editor da Guerra & Paz , dá-nos a conhecer, no seu blog, naquele jeito próprio de fino e saboroso expressar, os (seus) livros de Março : “Eu quis, eu queria, eu quero. Estes são os meus mais queridos livros: os de Jorge de Sena. Sei, Senhor, que não sou digno, mas sou agora editor de Jorge de Sena: de toda a sua ficção, dos seus ensaios. Antes, rocei-me por umas correspondências, beijei um deus ou diabo prodigioso, umas verrinosas dedicácias, mas agora vou poder publicar tudo, menos a poesia, com as ultrajantes capas novas, que podem ver ali em cima.
Começo com perambulações demoníacas, Andanças do Demónio, ficções de louvor à mais pura imaginação, pégasos que estilhaçam o enfadonho território português. E salto logo para outro diabo, que se desespera invisível sobre outro corpo, no sensual (lúbrico?) O Físico Prodigioso. E a maior surpresa é o terceiro livro, Amor, um ensaio que é publicado pela primeira vez em edição isolada e individual: visita à explosão do amor, do erótico, do obsceno na literatura portuguesa. Livro delicioso, impuro e pecaminoso. Desmintam-me, se puderem. Mas não me desmintam sem o ler.
Há um livro de Março, um livro que não se rende, que Sena gostaria de ter lido. Falo de A Destruição do Espírito Americano, de Allan Bloom, o livro que pressentiu e adivinhou toda a execrável panóplia de proibições e cancelamentos woke a que hoje assistimos: Bloom canta os grandes livros e os grandes autores com coragem, encanto e exaltação. Publico-o e a Fundação António Manuel da Mota e a Mota Gestão e Participações vão doar um exemplar a cada uma das bibliotecas da rede pública nacional.
Entre os dez livros de Março, tenho um Atlas – a minha colecção está cada vez mais linda – é o Atlas das Fronteiras. E tenho um livro prático nos livros CMtv, que se chama Tenho um Animal de Estimação. E Agora? Escreveu-o uma médica veterinária, Sara Calisto, para cuidarmos bem dos nossos cães e gatos, mas também, se formos ousados para os ter, de canários, furões ou répteis.
José Jorge Letria trocou-me as voltas: A Última Valsa de Chopin é uma biografia, mas não posso dizer que seja não-ficção. É uma biografia romanceada, a mão de Letria a fugir para o poético, e não podia ser mais factual e verdadeira.
Fecho com três romances. Remissão, do português Carlos Guedes, é um romance-rio de culpas à procura do perdão, com três mulheres como protagonistas. Kim, de Rudyard Kipling, parece ter só um herói, o espião adolescente que dá título ao livro, mas tem na Índia o verdadeiro herói, tanto que Salman Rushdie bem avisou: «Nenhum outro escritor ocidental compreendeu a Índia como Kipling.» E acabo com Jesus, o herói solitário de Sede, romance pungente, elegante e irónico de Amélie Nothomb. É um Jesus solitário, está na cruz e desabafa. Sacrilégio? Blasfémia? Ao ouvido, Amélie disse-me: «É o romance da minha vida!»
São os meus dez livros, três vêm pintados com a turbulenta liberdade erótica de Jorge de Sena."
Quetzal Editores
Pablo D’Ors, em Espanto e Encantamento, Memórias de um vigilante de museu
Páginas: 368
Preço:17,91 €
Páginas: 368
Preço:17,91 €
Editora: Quetzal Editores
Sinopse:
Sinopse:
“Alois Vogel trabalha como vigilante do Museu dos Expressionistas de Coblença, a cidade em que nasceu. Depois de 25 anos como funcionário, começa a escrever as suas memórias: o relato de uma vida aparentemente monótona e insignificante, mas de uma intensidade assombrosa. Nessas memórias fala sobre os visitantes do museu e as vidas que lhes inventa, sobre os colegas, os mestres do expressionismo, a cerveja - e a solidão.
As confissões de Alois Vogel - tão maníaco quanto terno, e cujo olhar é de uma candura desarmante - levam-nos a descobrir o poder do diminuto, do pequeno, do pormenor e da observação. Através de uma personagem singular e anónima, Pablo d’Ors fala da busca da plenitude e do simples, e dos labirintos da mente que procura iluminação.”
Editora: Quetzal Editores
Sinopse:
“Oliver, Stuart e Gillian. Oliver é o melhor amigo de Stuart e Stuart é o melhor amigo de Oliver. Gillian é namorada de Stuart, com quem virá a casar. Oliver e Stuart não podiam ser mais diferentes: o primeiro, extravagante, está convencido de que é uma luminária; o segundo é sóbrio, tímido e ligado ao «lado prático da vida». Gillian é bonita, inteligente, e ama Stuart; defende que falar de alguém ou de um assunto de forma exaustiva (como propõe o título original em inglês, Talking It Over) só é bom quando não somos o objeto em análise. Depois do casamento, uma explosão: Oliver descobre que está apaixonado por Gillian. Para contar esta história atribulada, cómica e errática, os três revezam-se na narração - com os seus pontos de vista, tiques e tópicos preferidos. Porém, o que começa como uma comédia de equívocos depressa desliza para uma exploração sombria e profunda dos pântanos da alma. Uma história interminável.”
Sinopse:
“Oliver, Stuart e Gillian. Oliver é o melhor amigo de Stuart e Stuart é o melhor amigo de Oliver. Gillian é namorada de Stuart, com quem virá a casar. Oliver e Stuart não podiam ser mais diferentes: o primeiro, extravagante, está convencido de que é uma luminária; o segundo é sóbrio, tímido e ligado ao «lado prático da vida». Gillian é bonita, inteligente, e ama Stuart; defende que falar de alguém ou de um assunto de forma exaustiva (como propõe o título original em inglês, Talking It Over) só é bom quando não somos o objeto em análise. Depois do casamento, uma explosão: Oliver descobre que está apaixonado por Gillian. Para contar esta história atribulada, cómica e errática, os três revezam-se na narração - com os seus pontos de vista, tiques e tópicos preferidos. Porém, o que começa como uma comédia de equívocos depressa desliza para uma exploração sombria e profunda dos pântanos da alma. Uma história interminável.”
Editora: Quetzal Editores
Sinopse:
“Ilustrado com dezenas de polaroides da própria autora, M Train é uma narrativa de viagens, e uma meditação sobre literatura, escritores - e cafés.
Sentada no seu café nova-iorquino preferido, Patti Smith lembra as sucessivas viagens que alimentam as suas obsessões artísticas e literárias, bem como o seu desejo de uma beleza que transgrida a ordem do tempo. Viajamos da Guiana ou do México e da casa de Frida Kahlo até Berlim, contemplamos os túmulos de Jean Genet, Sylvia Plath, Rimbaud e Mishima, sentamo-nos na cadeira que pertenceu a Roberto Bolaño, visitamos hotéis que lembram séries de televisão, homenageamos Burroughs, ou Sebald — e, como todos os viajantes, recordamos coisas sem explicação.
Livro de viagens, M Train é uma das experiências mais contagiantes para quem alguma vez foi ferido pelo animal da literatura, levando-nos pelos lugares em nome da memória que transportam, talvez porque viajar e ler sejam formas de superar a morte.”
Sinopse:
“Ilustrado com dezenas de polaroides da própria autora, M Train é uma narrativa de viagens, e uma meditação sobre literatura, escritores - e cafés.
Sentada no seu café nova-iorquino preferido, Patti Smith lembra as sucessivas viagens que alimentam as suas obsessões artísticas e literárias, bem como o seu desejo de uma beleza que transgrida a ordem do tempo. Viajamos da Guiana ou do México e da casa de Frida Kahlo até Berlim, contemplamos os túmulos de Jean Genet, Sylvia Plath, Rimbaud e Mishima, sentamo-nos na cadeira que pertenceu a Roberto Bolaño, visitamos hotéis que lembram séries de televisão, homenageamos Burroughs, ou Sebald — e, como todos os viajantes, recordamos coisas sem explicação.
Livro de viagens, M Train é uma das experiências mais contagiantes para quem alguma vez foi ferido pelo animal da literatura, levando-nos pelos lugares em nome da memória que transportam, talvez porque viajar e ler sejam formas de superar a morte.”
Editora: Quetzal Editores
Sinopse:
“Rauli é um menino de dez anos que adivinha o futuro e se sente como uma mulher que nasceu no corpo de um homem. Uma história de iniciação sobre a Cuba dos anos 70, durante a guerra em Angola.
Como Cassandra (filha dos reis de Troia, irmã de Heitor e Páris, sacerdotisa de Apolo), Rauli tem o dom da profecia e a maldição de ninguém acreditar nele. É um rapazinho de compleição clara e delicada, quase feminina, dado à contemplação e ávido leitor dos clássicos. Nasceu no corpo errado e prevê o futuro: desde cedo sabe que irá combater em Angola e que morrerá trespassado por balas e pela homofobia.
Entre a infância e a adolescência, o romance trata da busca pela identidade num contexto hostil, além de testemunhar o colapso do sonho do «homem novo» e da utopia internacionalista. Lírico e histórico ao mesmo tempo, Chamem-me Cassandra reconstrói o quotidiano da Cuba dos anos 70, com um olhar amoroso pelas suas personagens e uma grande capacidade de ligar o mito clássico e as figuras da guerra de Troia ao enredo da guerra de Angola. Um romance de iniciação e identidade que cativa desde as primeiras páginas.”
Sinopse:
“Rauli é um menino de dez anos que adivinha o futuro e se sente como uma mulher que nasceu no corpo de um homem. Uma história de iniciação sobre a Cuba dos anos 70, durante a guerra em Angola.
Como Cassandra (filha dos reis de Troia, irmã de Heitor e Páris, sacerdotisa de Apolo), Rauli tem o dom da profecia e a maldição de ninguém acreditar nele. É um rapazinho de compleição clara e delicada, quase feminina, dado à contemplação e ávido leitor dos clássicos. Nasceu no corpo errado e prevê o futuro: desde cedo sabe que irá combater em Angola e que morrerá trespassado por balas e pela homofobia.
Entre a infância e a adolescência, o romance trata da busca pela identidade num contexto hostil, além de testemunhar o colapso do sonho do «homem novo» e da utopia internacionalista. Lírico e histórico ao mesmo tempo, Chamem-me Cassandra reconstrói o quotidiano da Cuba dos anos 70, com um olhar amoroso pelas suas personagens e uma grande capacidade de ligar o mito clássico e as figuras da guerra de Troia ao enredo da guerra de Angola. Um romance de iniciação e identidade que cativa desde as primeiras páginas.”
Edições 70- Almedina
Editora: Editora 70/Almedina
Sinopse:
"Esta é a história da nossa relação amorosa com os livros, quer os organizemos nas nossas prateleiras, inalemos o seu cheiro, rabisquemos nas suas margens ou apenas nos enrosquemos com eles na cama. Levando-nos numa viagem através de leituras de conforto, bancas de livros de rua, bibliotecas míticas, vendedores ambulantes, panfletos radicais, clientes de livraria extraordinários e colecionadores fanáticos, o livreiro Martin Latham revela a curiosa história da nossa - e da sua - obsessão pelos livros.
Em parte história cultural, em parte carta de amor aos livros e em parte memórias relutantes, estas são as crónicas de um livreiro que honra o seu ofício.”
Sinopse:
"Esta é a história da nossa relação amorosa com os livros, quer os organizemos nas nossas prateleiras, inalemos o seu cheiro, rabisquemos nas suas margens ou apenas nos enrosquemos com eles na cama. Levando-nos numa viagem através de leituras de conforto, bancas de livros de rua, bibliotecas míticas, vendedores ambulantes, panfletos radicais, clientes de livraria extraordinários e colecionadores fanáticos, o livreiro Martin Latham revela a curiosa história da nossa - e da sua - obsessão pelos livros.
Em parte história cultural, em parte carta de amor aos livros e em parte memórias relutantes, estas são as crónicas de um livreiro que honra o seu ofício.”
David Justino , em Ensaios sobre o dia seguinte
Páginas:432
Preço: 23,31€
Editora: Almedina
Sinopse:
«Estes Ensaios Sobre o Dia Seguinte são, assim o pretendo, uma abordagem do porvir a partir da reflexão sobre o passado, mais ou menos recente, tal como o interpretamos. Não os entendam como qualquer tentativa de "antecipação" do futuro.
Fiéis que somos às maneiras de pensar cientificamente conduzidas em ciências sociais, essa reflexão parte sempre dos problemas e da sua constante (re)formulação, numa incessante busca de explicações verosímeis, de preferência a conclusões ditas verdadeiras. Por isso, lembro mais uma vez, escolhi a fórmula dos ensaios que nos conferem um pouco mais de liberdade e de capacidade de questionamento do adquirido válido ou do senso comum que nos tende a esmagar neste mundo de comunicação avassaladora.»
Relógio D'Água Editores
Natalia Ginzburg, em Todos os nossos ontens
Páginas:304
Preço:16,65 €
Sinopse:
“Às vezes basta o ingénuo olhar de uma rapariga para iniciar uma história que vai alterar a vida de duas famílias e de muito mais gente.
Anna vive numa povoação no norte de Itália, nos anos que antecedem a Segunda Guerra Mundial. Já adolescente, submete-se quase sem resistência à violência do sexo, casa-se com um homem trinta anos mais velho e vai viver com ele num local inóspito do sul de Itália.
Anna permanecerá silenciosa enquanto à sua volta todos falam e gesticulam e vivem as suas alegrias e dramas, até que a guerra obriga a que se tomem decisões importantes e pratiquem gestos definitivos.
«Para mim, Todos os Nossos Ontens é um romance perfeito, ou seja, é completamente o que tenta ser, e nada mais. […] Este feito torna-se possível devido à compreensão extraordinária da alma humana por parte da autora, ao seu brilhantismo enquanto estilista da prosa e, sobretudo, à sua incomparável lucidez moral. Todos os Nossos Ontens conta-se entre os grandes romances do século xx e Ginzburg entre os seus grandes romancistas. No que a mim diz respeito, enquanto leitora, escritora e ser humano, a sua obra tocou e transformou a minha vida. Espero que lhe deem a oportunidade de fazer o mesmo à vossa.» [Da Introdução de Sally Rooney].”
Paul d'Anieri, em A Ucrânia e a Rússia — Do Divórcio Civilizado à Guerra Incivil ( Pré-Venda)
Páginas:480
Preço:22,95 €
Sinopse:
LIVRO EM PRÉ-VENDA. ENVIOS DIA 6 DE MARÇO.
LIVRO ACTUALIZADO PELO AUTOR EM 2023.
"Esta obra apresenta uma análise profunda, revista e atualizada da guerra em curso na Ucrânia. Nela, Paul D’Anieri aborda as dinâmicas no interior da Ucrânia, o conflito entre a Ucrânia e a Rússia e entre a Rússia e o Ocidente alargado, que emergiu do colapso da União Soviética e resultou na invasão russa de 24 de fevereiro de 2022. Numa sequência cronológica, o autor mostra como a separação da Ucrânia e da Rússia em 1991, na época designada por “divórcio civilizado”, levou a um dos mais violentos conflitos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. D’Anieri considera que, nesta evolução, pesaram sobretudo três factores, a saber: a questão da segurança, o impacto da democratização na geopolítica e os objetivos incompatíveis surgidos na Europa no pós-Guerra Fria.
“Um trabalho de enorme erudição. Uma leitura obrigatória para qualquer pessoa que tenha interesse pela origem da crise atual.” [Serhii Plokhy, autor de A Porta da Europa]”
SOBRE O AUTOR:
“Paul D’Anieri é professor de Ciência Política e Políticas Públicas na Universidade da Califórnia, em Riverside, nos EUA. É autor de obras como Understanding Ukrainian Politics (2007) e Economic Interdependence in Ukrainian–Russian Relations (1999). Atualmente, é vice-presidente da Associação Americana de Estudos Ucranianos.”
Katherine Mansfield, em O Garden-Party
Páginas:48
Preço:6,30€
Sinopse:
“Está um dia quente e sem vento quando a família Sheridan se prepara para fazer uma festa no seu jardim. Mas enquanto Laura, uma das filhas, se ocupa da organização do evento, notícias sobre a morte de um vizinho ameaçam a celebração.
SOBRE A AUTORA cujo centenário da sua morte foi celebrado a 9 de Janeiro deste 2023:
“Katherine Mansfield nasceu a 14 de Outubro de 1888 em Wellington na Nova Zelândia, tendo como nome de baptismo Kathleen Beauchamp. Em 1913, os pais enviaram-na com as suas irmãs para o Queen’s College em Londres, onde as raparigas desfrutavam de uma apreciável liberdade intelectual. Através do seu professor de Alemão, conheceu Ibsen, Bernard Shaw e Oscar Wilde. Após três anos no Queen’s College, Katherine e as irmãs regressaram à Nova Zelândia. Katherine teve algumas experiências amorosas que agitaram a pacatez familiar e os pais deixaram-na partir para Inglaterra com uma pensão de cem libras, vagamente confiantes nos seus dotes de escritora. Mas quando, passado algum tempo, a mãe chegou a Inglaterra, encontrou a filha grávida e separada de George Bowden, com quem se casara. Levou-a para uma estância termal na Baviera, onde Katherine deu à luz um nado-morto e começou a escrever de um modo constante.
No regresso a Inglaterra, publica na revista The New Age os primeiros contos. Em 1911, edita Numa Pensão Alemã, que obtém um êxito razoável. É nesse ano que conhece John Middleton Murry, um crítico literário que, apesar de todas as crises, passaria a ser a relação da sua vida. Katherine parte para o Sul de França, onde viveu algum tempo com D. H. Lawrence e Frieda. Conhece Virginia Woolf, que lhe edita o conto Prelude na The Ho- garth Press. Em Dezembro de 1917, é-lhe diagnosticada uma lesão pulmonar. Nas últimas semanas de vida, procurou refúgio espiritual no instituto do místico russo George Gurdjieff, em Fontainebleau. Foi aí que, em 9 de Janeiro de 1923, morreu, tendo ao lado John Murry.”
Paul Celan, em Sete Rosas Mais Tarde
Páginas:248
Preço:16,65 €
Sinopse:
“O amor está morto na obra de Celan. Perdeu a qualidade redentora. O que dele fica são apenas fragmentos, imagens que não se ordenam numa estrutura superior unificada. Porque esse é o limite que atingem, o limiar que ultrapassam: o da unificação harmoniosa num universo e numa relação de que o amor foi brutalmente cortado.” [Da Introdução de Y. K. Centeno]
“A poesia de Celan começa por tactear caminhos, dolorosamente, num tempo de feridas abertas, exorcizando memórias próximas e debatendo-se com ópios inócuos (‘Verde-bolor é a casa do esquecimento’).” [Da Introdução de João Barrento]
SOBRE O AUTOR:
"Paul Celan nasceu em Czernowitz, na Roménia, a 23 de Novembro de 1920, de pais judeus de origem germânica. Cursou Medicina em França, mas voltou à Roménia para estudar Literatura. Os pais morreram em 1942 num campo de concentração. O próprio Paul Celan foi enviado para um campo de trabalhos forçados na Moldávia, sendo libertado pelo exército russo em 1944. Em 1947 instalou-se em Viena e depois em Paris, onde retomou os estudos (Germanística e Linguística). Em 1948 publicou um primeiro livro de poemas, A Areia das Urnas. Em 1952 casou com Gisèle de Lestrange, a quem escreveu mais de 700 cartas ao longo de 19 anos. Entre 1950 e 1968 publica diversos originais e traduções de Shakespeare, Michaux, Valéry, Pessoa e Mandelstám. Em 1955, naturalizou-se francês. Em 1960, recebeu o Prémio Literário Georg Büchner, pronunciando então um importante discurso, “O Meridiano”. A partir de 1965, em diversas ocasiões foi internado em hospitais psiquiátricos, onde escreveu alguns textos em hebraico. Suicidou-se em 1970. O afogamento no Sena ocorreu três anos depois de se encontrar com Heidegger, na sua cabana na Floresta Negra. O filósofo alemão admirava o modo como Celan trabalhava a língua alemã apesar de ser judeu, e este considerava Heidegger um grande filósofo e não compreendia os seus compromissos com o nazismo, nem o seu silêncio sobre o Holocausto."
Arthur Schopenhauer, em A Arte de Ter sempre Razão
Páginas:99
Preço:9,00 €
Sinopse:
"Com Hegel, a dialéctica atinge o seu perfil filosófico mais elevado. Schopenhauer […] replica com uma operação de força igual e contrária, e redu-la ao mínimo, considerando-a a arte de ter razão, a ‘teoria de arrogância humana natural’. Operação que, de um ponto de vista filosófico, é provavelmente menos profunda, mas que acaba por se revelar mais bem adaptada às mudanças dos tempos, porque Schopenhauer não liga a dialéctica a uma filosofia, mas à própria condição do homem enquanto animal dotado de palavra, quer dizer […], enquanto ser a quem os deuses deram a palavra para que possa ocultar o seu pensamento.” [Franco Volpi]
Redigido em Berlim em 1830–31, A Arte de Ter sempre Razão foi publicado em 1864.”
Planeamento da Relógio D'Água para o mês de Março:
— O Fim do Mundo Clássico: De Marco Aurélio a Maomé, de Peter Brown
— Discursos Edificantes, de Søren Kierkegaard
— Ensaios, de Robert Musil
— Os Poemas, de Konstandinos Kavafis
— Nove Histórias, de J. D. Salinger
— O Segredo da Força Sobre-Humana (Romance Gráfico), de Alison Bechdel
— Feiticeira da Lua, Rei Aranha, de Marlon James
— O Marinheiro de Gibraltar, de Marguerite Duras
— A Tempestade, de William Shakespeare (Projecto Shakespeare)
Porto Editora
Rosa Montero, em O perigo de estar no meu perfeito juízo
Páginas:240
Peço:14, 99€
Sinopse:
“Na tradição de A Louca da Casa, um livro brilhante e sagaz sobre criatividade e loucura.
«Sempre soube que na minha cabeça alguma coisa não funcionava muito bem», diz nos logo ao início Rosa Montero. Voltando ao solo fértil que alimentou A Louca da Casa, esta sua convicção encontrou eco em estudos científicos e dados concretos, mas sobretudo na observação da sua própria vida e nas biografias desses «loucos» e «estranhos» seres dedicados, como ela, à arte da escrita, almas que transformaram o sofrimento pessoal em matéria literária. Sylvia Plath, Emily Dickinson e muitos outros estão presentes nestas páginas repletas de empatia pelos dramas humanos e, ao mesmo tempo, de admiração por toda a beleza daí resultante.
O perigo de estar no meu perfeito juízo prova a capacidade extraordinária de Rosa Montero de misturar ficção, autobiografia e ensaio, resultando numa obra perspicaz, tocante e bem-humorada sobre o custo da «normalidade» e o valor da diferença.”
Editions Gallimard
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