Que de nós dois
O mais velho sou eu,
O mais velho sou eu,
- É uma forma delicada
De dizeres que sou mais velho.
Ora é verdade
Ser eu quem tem mais idade.
Mas daí a ter juízo
Vai um abismo tão grande
Que é preciso,
com certeza,
Que o digas com ironia
E nenhuma simpatia
Pelo engano em que vivo.
O engano de ter rugas
E nunca fitar um espelho...
Vê lá tu que eu não sabia
Que sou dos dois o mais velho.
Reinaldo Ferreira, in Poemas, Imprensa Nacional de Moçambique, Lourenço Marques, 1960, p.42
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