Acabara de fazer catorze anos,
quando perdi o meu irmão mais velho.
Foi o primeiro dos meus desenganos,
e quando deixei de ser rapazelho.
O encontro com a morte amadurece-nos,
muito antes do tempo: em nós mata
ilusões: dentro de nós, comparece
suspeita de uma estrada insensata,
que será nosso percurso de vida.
É quando começamos a morrer
e a ter a esperança corroída.
A morte dos outros nos ensina
que é limitado o nosso viver:
isto ficará connosco, em surdina.
01.07.2022
Eugénio Lisboa
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