Considerava-se despudoradamente o melhor escritor da América, mas acrescentava que nada tinha para dizer. Nunca se casou, mas tentou-o uma vez. Porém este homem, que trabalhara no “intelligence service”, mostrou-se pouco informado desta vez: propôs casamento a uma senhora que, por acaso, se tinha casado no dia anterior.
Uma comédia dos conhecidos dramaturgos Moss Hart e George Kaufman – THE MAN WHO CAME TO DINNER – tem como protagonista o personagem Sheridan Wkiteside, inspirado na pessoa de Alexander Woolcott. Esta peça foi adaptada ao cinema, num filme hoje clássico, com o actor Monty Woolley, numa extraordinária interpretação do protagonista, ao lado de Betty Davis.
Woolcott deixou vários livros, de que destaco WHILE ROME BURNS (1934), que por acaso possuo.
Dou, a seguir, algumas frases célebres de Alexander Woolcott:
Todas as coisas que eu gosto realmente de fazer ou são imorais, ou são ilegais ou engordam.
Muitos de nós gastamos metade da nossa vida a desejar coisas que obteríamos se não gastássemos metade do nosso tempo a desejá-las.
Los Angeles são sete subúrbios à procura de uma cidade.
Na vida de cada um de nós, não há tal coisa como um dia pouco importante.
As duas profissões mais antigas do mundo [cozinheiro e prostituta] arruinadas por amadores.
O cenário da peça de teatro era belíssimo mas os actores tapavam-no.
Sobre Oscar Levant, pianista e homem muito espirituoso: Não há nada de errado em Oscar Levant que um milagre não consiga curar.
Hoje talvez seja o melhor dia para eu começar a pensar em deixar de fumar.
Os ingleses têm uma grande habilidade para se precipitarem numa grande calma.
Ler Proust é como tomar banho em águas emporcalhadas por terceiros.
É para mim uma grande honra pertencer a uma profissão, na qual homens bons escrevem cada parágrafo, cada frase, cada linha, tão amorosamente como qualquer Addison ou Steele, e fá-lo plenamente consciente de que amanhã será tudo queimado ou, quando muito, usado para enfeitar uma prateleira.”
Eugénio Lisboa, 31.01.2022
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