Zeca Afonso |
Sou filho da África colonial , de Coimbra e da Beira Baixa
José Afonso, 1983
Há 92 anos anos nascia, em Aveiro, Zeca Afonso, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, filho de Napomuceno Afonso e Maria das Dores . Não ficou por essa cidade natal. A vida levou-o a muitos recantos de Portugal, incluindo as colónias Angola e Moçambique. E o talento e a arte levou-o ao mundo e ao mais alto patamar dos grandes artistas.
Zeca Afonso foi a voz da revolta, no tempo escuro da ditadura e a esperança, na alvorada de Abril. As suas canções são um retrato de Portugal. Foram o grito contra um Portugal amordaçado e a melodia de um Portugal novo e livre.
Homenagear Zeca Afonso é celebrar a sua música.
Ei-lo em , Vejam Bem ;
A morte saiu à rua;
Filhos da Madrugada;
Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor nos ramos
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara
Lá do cimo de uma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo de uma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos p'la noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca, brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca.
e , por último, na célebre e ditosa Grândola, Vila Morena .
Zeca Afonso, fotografia de Rui Viana
Um velho soluço/ Traz-me o teu anexo/ Priva-me dos braços/ Quebra-me a infância/ Livra-me do medo(..)
Zeca Afonso, poema escrito na prisão PIDE/DGS, em Caxias, 1973
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