segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Celebrar Zeca Afonso

Zeca Afonso

 Sou filho da África colonial , de Coimbra e da Beira Baixa
                                      José Afonso, 1983

Há 92 anos anos nascia, em Aveiro,  Zeca Afonso, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, filho de Napomuceno Afonso e Maria das Dores . Não ficou por essa cidade natal. A vida levou-o a muitos recantos de Portugal, incluindo as colónias Angola e Moçambique. E o talento e a arte levou-o ao mundo e ao  mais alto  patamar dos grandes artistas.  
Zeca Afonso foi a voz da revolta, no tempo escuro da ditadura e a esperança, na alvorada de Abril. As suas canções são um retrato de Portugal. Foram  o grito contra  um Portugal amordaçado e  a melodia de um Portugal novo e livre.
Homenagear  Zeca Afonso  é celebrar a  sua música.

Ei-lo em , Vejam Bem ;


A morte saiu à rua;


 Filhos da Madrugada;


Somos filhos da madrugada 
Pelas praias do mar nos vamos 
À procura de quem nos traga 
Verde oliva de flor nos ramos 
Navegamos de vaga em vaga 
Não soubemos de dor nem mágoa 
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara

Lá do cimo de uma montanha 
Acendemos uma fogueira 
Para não se apagar a chama 
Que dá vida na noite inteira 
Mensageira pomba chamada 
Companheira da madrugada 
Quando a noite vier que venha 
Lá do cimo de uma montanha 
 
Onde o vento cortou amarras 
Largaremos p'la noite fora 
Onde há sempre uma boa estrela
 Noite e dia ao romper da aurora 
Vira a proa minha galera 
Que a vitória já não espera 
Fresca, brisa, moira encantada 
Vira a proa da minha barca.

 
e  , por último, na célebre e ditosa  Grândola, Vila Morena .

Zeca Afonso, fotografia de Rui Viana
 
Um velho soluço/ Traz-me o teu anexo/ Priva-me dos braços/ Quebra-me a infância/ Livra-me do medo(..)
Zeca Afonso, poema escrito na prisão PIDE/DGS, em Caxias, 1973

Sem comentários:

Enviar um comentário