"A Carta do Achamento do Brasil" , de Pero Vaz de Caminho, é uma edição da Guerra & Paz , livros brancos, com 80 páginas.
«A carta de Caminha é algo inteiramente novo e, repita‑se, um documento único na história da humanidade. Estou consciente de que me restrinjo à «humanidade europeia» (e especificamente ocidental), mas na minha vasta ignorância não tenho notícia de nada que se lhe assemelhe. Nem Marco Polo revela tal candura perante o inesperado, o maravilhoso descoberto, mesmo se planeado (e a isso já iremos mais adiante).
A narrativa de Pêro Vaz de Caminha − confesso que prefiro não entrar em pormenores sobre ela para que o leitor a descubra virgem, e a aprecie por si próprio, pois ela dispensa glosas − basta lê-la atentamente para nos darmos conta da abertura de horizontes dos recém-chegados a um universo novo, inteiramente inesperado. Vemo-los fascinados perante a natureza e a beleza de um povo que os deslumbra.
Tudo surge descrito numa linguagem gostosa, ditada por um olhar eivado de quase ingénua inocência.»
Onésimo Teotónio Almeida
Famoso pelos seus romances, com destaque para “Os Detetives Selvagens” e “2666”, o autor chileno Roberto Bolaño foi, antes de tudo, um poeta. Não é por acaso que os personagens das suas extensas narrativas costumam praticar versos, imersos no submundo da América Latina — palco das narrativas do autor.
“Chegar à poesia de Roberto Bolaño é chegar a uma cidade desconhecida e reconhecê-la. Ela não só condensa e espelha muito de seus romances como parece ser o ponto onde tudo começa: laboratório de escrita no qual uma espécie de poeta despreocupado e feliz mexe com o que há de mais poético” — Marília Garcia
“A universidade desconhecida”, sexto e último livro de poemas de Bolaño, publicado postumamente em 2007, sob o título de “La universidad desconocida”, está editado pela Companhia das Letras, e reúne versos de todas as fases da sua vida.
O conjunto, traduzido para o português por Josely Vianna Baptista, foi organizado pelo próprio autor antes de sua morte precoce, em 2003, aos 50 anos. Em termos da edição, ela tem 832 páginas e a arte da capa é de Raul Loureiro.
No seu trabalho poético, ele realça a melancolia, o humor soturno e vislumbres apocalípticos do futuro, sem perder de vista uma grande devoção ao poder dos versos e à potência gerada pela comunhão dos jovens em torno da literatura.
Sobre o autor:
Nascido no Chile, em 1953, narrador e poeta, Roberto Bolaño impôs-se como um dos escritores latino-americanos do nosso tempo. Publicou, entre outros, os ensaios recolhidos em “Entre Paréntises”, os livros de contos “Llamadas Telefónicas” (Prémio Municipal de Santiago do Chile), “Putas Asesinas” e “El Gaucho Insufrible”, e os romances “Estrella Distante”, “Amuleto”, “Monsieur Pain”, “Nocturno de Chile”, “Amberes”, “Los Detectives Selvajes” (Prémio Herralde de Novela e Prémio Rómulo Gallegos, ambos por unanimidade) e o monumental “2666”.
Fonte: Porto Editora
"O Homem do Turbante Verde”, de Mário de Carvalho (ed. Porto Editora, 160 páginas)Sinopse:
"Uma expedição arqueológica no deserto, o alvoroço de uma troca de reféns e a terra dos Makalueles, numa África irreal. A tropa, a clandestinidade e toda uma juventude empenhada, a braços com os dilemas de um tempo histórico ainda recente. O celacanto, peixe pré-histórico alado, e o Alfa que nunca sai a horas. De permeio, um chochman perdido alhures, a maldita barbárie e os delírios da solidão, em narrativas curtas, cheias de inquietação e susto. E ao fundo, omnipresente, a fina ironia a que Mário de Carvalho já nos habituou."
Sobre o autor:
"Nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e viu o serviço militar interrompido pela prisão, durante a ditadura que assolou Portugal. Depois da Revolução dos Cravos, em que se envolveu intensamente, Mário de Carvalho exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, “Contos da Sétima Esfera”, editado, pela primeira vez, em 1981, causou surpresa pelo inesperado da abordagem ficcional e pela peculiar atmosfera, entre o maravilhoso e o fantástico. Desde então, tem praticado diversos géneros literários – romance, novela, conto, crónica, ensaio e teatro –, percorrendo várias épocas e ambientes, sempre em edições sucessivas. Pela sua múltipla capacidade literária, o autor foi agraciado com os prémios literários portugueses mais prestigiados, designadamente, os Grandes Prémios de Romance, Conto, Teatro da, ao qual se junta, agora, o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, todos atribuídos pela Associação Portuguesa de Escritores, o prémio do Pen Clube Português e o Prémio Internacional Pégaso. Por esse motivo, os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas. Por fim, obras como “Os Alferes”, “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”, “Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde”, “O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel”, “A Liberdade de Pátio” ou “Ronda das Mil Belas em Frol” são a comprovação dessa extrema versatilidade."
Fonte: Porto Ediotora
“O Dia da Independência” – “Trilogia Bascombe” – Livro 2, de Richard Ford (ed. Porto Editora, 568 páginas)
Sinopse:
"Frank Bascombe vive num subúrbio de New Jersey, está divorciado há sete anos e a ex-mulher voltou a casar, levando os filhos de ambos para o Connecticut. Aos 44 anos, enquanto vê vacilar todas as suas relações pessoais, abandona a carreira de jornalista desportivo e tenta a sua sorte como agente imobiliário. Porém, sempre atormentado pela mediocridade do quotidiano, não encontra grandes saídas para aquilo que considera «o Período Existencial» da sua vida.
No fim de semana do 4 de Julho, dia da afirmação da identidade americana, Frank Bascombe faz-se à estrada com o filho, numa peregrinação pela América profunda, tornando-se o melhor observador da realidade americana – um homem comum vivendo experiências comuns.
Segundo livro da “Trilogia Bascombe”, “O Dia da Independência” foi agraciado simultaneamente com o Prémio Pulitzer e o Pen/Faulkner, tornando-se o primeiro livro a receber os dois galardões e confirmando Richard Ford como um dos maiores autores americanos dos nossos tempos.
Martyn Rady narra a epopeia de uma dinastia e do mundo que ela edificou – e depois perdeu – ao longo de quase um milénio. Com origens modestas, os Habsburgos tornaram-se senhores do Sacro Império Romano-Germânico no século XV. Depois, no intervalo de poucas décadas, as suas possessões passaram a incluir grande parte da Europa, estendendo-se da Hungria a Espanha, além de regiões do Novo Mundo e do Extremo Oriente. A família continuou a dominar a Europa Central até à catástrofe da Primeira Guerra Mundial."
Sobre o autor:
Martyn Rady, nascido em 1955 em Inglaterra, é titular da cátedra Masaryk de História Centro-Europeia no University College London. Grande especialista na Europa Central, é autor de “The Habsburg Empire: A Very Short Introduction”, “The Emperor Charles V” e de outras obras sobre as histórias húngara e romena."
Fonte: Editora Minotauro
“No Tempo dos Girassóis”, de Martha Hall Kelly (ed. Editora Minotauro, 582 páginas)Sinopse:
"Inspirado em testemunhos reais, “No Tempo dos Girassóis” oferece uma visão vívida e detalhada da experiência da Guerra Civil, desde as plantações bárbaras e desumanas, a uma cidade de Nova York devastada pela guerra e aos horrores do campo de batalha. É uma história arrebatadora de mulheres presas num país à beira do colapso, numa sociedade às voltas com o nacionalismo e a crueldade racial.
Georgeanna Georgy Woolsey destoa do mundo das festas luxuosas e segue sua paixão pela enfermagem. No sul Jemma vive como escrava, mas a chegada do exército da União dá-lhe uma rara oportunidade de fuga. Mas se decidir fazê-lo, irá abandonar a família que tanto ama."
Sobre a autora:
"Martha Hall Kelly nasceu em Nova Inglaterra, mas tornou-se nómada, dividindo o seu tempo entre Nova Iorque e Atlanta, no Estado da Geórgia. Trabalhou em publicidade durante vários anos enquanto investigava para escrever “Mulheres sem Nome” (Editora Minotauro, 2018), o seu primeiro livro, que se tornou um bestseller instantâneo. No ano seguinte, chegou a Portugal, pela mesma editora, “Rosas Esquecidas”, o seu segundo romance."
Fonte: Edições ASA
“As Loucuras de Brooklyn”, de Paul Auster (ed. Edições ASA, 304 páginas)
“Paul Auster no seu melhor… Um romance de uma sabedoria tremenda.” — New Statesman
Sinopse:
Tendo como pano de fundo as polémicas eleições americanas de 2000, “As Loucuras de Brooklyn” conta-nos a história de Nathan e do seu sobrinho Tom. Divorciado e afastado da sua única filha, Nathan procura apenas a solidão e o anonimato. Por seu lado, o atormentado Tom está a fugir da sua em tempos promissora carreira académica e da vida em geral. Acidentalmente, acabam ambos a viver no mesmo subúrbio de Brooklyn, e juntos descobrem inesperadamente uma comunidade que pulsa de vida e oferece uma súbita e imprevisível possibilidade de redenção.
Sob a égide de Walt Whitman, desfila neste livro toda a dimensão e multiplicidade de Brooklyn: os personagens típicos de bairro, drag queens, intelectuais frustrados, empregadas de cafés decadentes, a burguesia urbana, tudo isto sob o olhar ternurento que Auster lança da mítica ponte de Brooklyn, sem contudo deixar de orquestrar romances improváveis e diálogos hilariantes, e considerar experiências tão extremas como o casamento entre uma actriz pornográfica e um fanático religioso.
“As Loucuras de Brooklyn” é o mais caloroso e exuberante romance de Paul Auster, um hino inesquecível às glórias e mistérios da vida comum."
Sobre o autor:
Nascido em 1947 em Newark, Nova Jersey, Estados Unidos, estudou literatura francesa, inglesa e italiana na Columbia University, em Nova Iorque. Viveu em Paris de 1971 a 1975. De volta à cidade que nunca dorme, em 1980, mudou-se para o bairro do Brooklyn, onde vive e trabalha até hoje. Poeta, tradutor, crítico de cinema e literatura, romancista e guionista de cinema, publicou ensaios, memórias, poesia e ficção. Da sua vasta e multifacetada produção literária destacam-se “Trilogia de Nova Iorque”, “Mr. Vertigo”, “A Noite do Oráculo”, “No País das Últimas Coisas”, “Timbuktu”, “Leviathan” ou, ainda, “Sunset Park” para citar apenas alguns exemplos. O seu romance mais recente, e mais longo, curiosamente, chama-se “4 3 2 1” e foi editado em Portugal pela Edições ASA e no Brasil pela Companhia das Letras."
Fonte: Relógio D’Água Editores
“De Noite Todo o Sangue É Negro”, de David Diop (ed. Relógio D’Água, 128 páginas, com tradução de Miguel Serras Pereira)
“De tal forma encantador e visceral que acho que nunca o esquecerei.” — Ali Smith
Vencedor do International Booker Prize de 2021
Sinopse:
"Numa manhã da Primeira Guerra Mundial, o capitão Armand comanda o ataque contra o inimigo alemão. Os soldados avançam. Entre eles estão Alfa Ndiaye e Mademba Diop, dois atiradores senegaleses que combatem sob a bandeira francesa.
Alguns metros à frente da trincheira de onde saiu, Mademba Diop cai ferido de morte sob o olhar de Alfa, seu amigo de infância e mais do que irmão. Alfa vê-se sozinho no meio do caos do grande massacre das trincheiras, e a sua mente é abalada. Ele, ainda há pouco um camponês africano, vai distribuir a morte numa terra desconhecida. Espalha a violência e semeia o terror, a ponto de amedrontar os próprios camaradas.
Deslocado para a Retaguarda, recorda o seu passado em África, um mundo ao mesmo tempo perdido e ressuscitado, cuja evocação é, só por si, um ato de resistência à primeira grande carnificina da era moderna.
Sobre o autor:
David Diop nasceu em Paris e foi criado no Senegal. É professor na Universidade de Pau e Pays de l’Adour, onde a sua pesquisa inclui tópicos como a literatura francesa do século XVIII e as representações europeias da África nos séculos XVII e XVIII. “De Noite Todo o Sangue É Negro” (título adoptado em Portugal), publicado como “Irmão de alma” no Brasil pela Editora Nós, que foi agraciado com o international Booker Prize de 2021, é o seu segundo romance.
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”Figuras numa Paisagem”, de Paul Theroux (ed. Quetzal Editores, 568 páginas)
“Quem ainda não leu estas trinta peças literárias ficará impressionado com a variedade dos seus interesses e o aprofundamento da pesquisa. Uma coleção abrangente, facilmente navegável, e que faz pensar.” — Booklist
Sinopse:
"Nesta sequência de grandes lugares, pessoas e prosas, os ensaios de viagem levam-nos ao Equador, ao Zimbabwe, ao Havai e muito além; as pérolas de crítica literária revelam fascinantes profundezas (e facetas pouco conhecidas) nas obras de Henry David Thoreau, Graham Greene, Joseph Conrad e Georges Simenon, entre outros; e a série de impressionantes perfis pessoais levam-nos numa viagem aérea com Elizabeth Taylor, a envolver-nos com a neurologia de rua de Oliver Sacks e a explorar Nova Iorque com Robin Williams.
A este variadíssimo leque de temas, experiências, gostos, encontros, autores, celebridades, artistas e geografias não podiam faltar as reflexões mais íntimas e as histórias e recordações mais pessoais e familiares – em textos como «O verdadeiro eu: uma recordação», «A vida e a revista Life» ou «Paizinho querido: recordações do meu pai».
“Figuras numa Paisagem” é uma entrada essencial no vasto universo de Theroux, cuja argamassa é uma ampla meditação e a procura constante do autêntico nas pessoas, nos lugares e nos livros.
Sobre o autor:
Paul Theroux nasceu no Massachusetts, em 1941, e vive atualmente entre Cape Cod e o Havai. Foi professor em Itália, no Malawi, no Uganda, e também em Singapura e Inglaterra. Escreveu romances, ensaios e alguns dos melhores livros de viagens de sempre, como “O Velho Expresso da Patagónia”, “Comboio-Fantasma para o Oriente” e “O Grande Bazar Ferroviário”, todos publicados pela Quetzal."
”O Nosso Jogo”, de John le Carré (ed. Dom Quixote, 400 páginas)
Sinopse:
"Aos 48 anos, Tim Cranmer é um agente secreto a viver uma reforma antecipada no Somerset profundo. Com a Guerra Fria travada e vencida, está livre para se dedicar ao seu solar de família, às vinhas e à amante, a jovem e bela Emma. Mas ao passado ninguém foge, e o passado de Tim vive a 30 quilómetros de distância, na pessoa do caótico Larry Pettifer, professor universitário radical e entediado, pinga amor e, durante 20 anos, multifacetado agente duplo de Tim contra a agora desaparecida ameaça comunista. E, entre os dois homens, existe Emma e uma rivalidade por resolver.
Entretanto, Larry e Emma desaparecem. E Tim embarca numa perseguição a ambos, transformando-se ele próprio em presa, ao seguir os amantes através do campo minado das suas novas lealdades. Mas, à medida que Tim atravessa o terreno devastado da Inglaterra pós-thatcheriana e entra na selva sem lei de Moscovo e do Sul da Rússia, somos também levados a partilhar com ele o dilema de um legalista despojado do nosso tempo, privado do passado e do futuro, e a braços com os últimos resquícios de humanidade."
Sobre o autor:John le Carré (19 de outubro de 1931, Poole, Reino Unido – 12 de dezembro de 2020, Royal Cornwall Hospital, Truro, Reino Unido) estudou em Berna e Oxford, foi professor em Eton e esteve durante cinco anos ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, sendo primeiro secretário da Embaixada Britânica em Bona e, posteriormente, cônsul político em Hamburgo. Começou a sua carreira literária em 1961, tendo-se tornado um escritor mundialmente reconhecido com o livro “O Espião Que Saiu do Frio”, o seu terceiro. Entre os seus romances, todos eles assinaláveis êxitos de vendas e de crítica, contam-se “O Alfaiate do Panamá”, Single & Single, “O Fiel Jardineiro”, “Amigos até ao Fim”, “O Canto da Missão” e “Um Homem Muito Procurado”
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“Nova Identidade”, de Jorge Gomes Miranda (ed. Edições Tinta da China, 412 páginas
“O poder de observação e a mestria narrativa que se evidenciam na abordagem do impacto íntimo com que enfrentamos os choques sociológicos do mundo à nossa volta fazem dele o cronista em que melhor podemos folhear as imagens que nos devolvem, em jeito de reprise, o presente que estamos a viver. […] O trajecto poético de Jorge G. Miranda insere-se em toda uma tradição da poesia contemporânea (de Cavafis a Larkin) que procura recuperar para o poema uma vocação narrativa.” — jornal Público
Sinopse:
Antologia poética de Jorge Gomes Miranda.
Num só volume, cinco livros que voltam assim às livrarias – “O Muro das Jubilações”; “Nova Identidade”; “A Herança”; “Por Baldios, a Garça”; e “A História de Uma Enxurrada”.
Sobre o autor:
"Jorge Gomes Miranda nasceu em 1965, no Porto, cidade onde vive e trabalha. Ex-crítico literário do jornal Público. É autor dos seguintes livros de poesia: “O Que Nos Protege” (Pedra Formosa, 1995); “Portadas Abertas” (Presença, 1999); “Curtas-Metragens” (Relógio D’Água, 2002); “A Hora Perdida” (Campo das Letras, 2003); “Postos de Escuta” (Presença, 2003); “Este Mundo, sem Abrigo” (Relógio D’Água, 2003); “O Caçador de Tempestades” (& etc, 2004); “Pontos Luminosos” (Averno, 2004); “Requiem” (Assírio & Alvim, 2005); “Falésias” (Teatro de Vila Real, 2006); “O Acidente (Assírio & Alvim, 2007); Velhos (Teatro de Vila Real, 2008); Resgate (Fundação Serralves, 2008); El Accidente” (Quálea Editorial, 2009). Organizou ainda antologias literárias e escreveu também uma novela: “O Transplante” (Porto 2001, 2002).
“O Pináculo”, de William Golding (ed. Dom Quixote, 208 páginas)
Sinopse:
"O Deão Jocelin tem uma visão: Deus escolheu-o para erigir um magnífico pináculo na sua catedral. O pedreiro encarregado da obra desaconselha-o fortemente, pois a velha catedral foi construída sem fundações e é um milagre que se mantenha de pé. Mesmo assim, o pináculo ergue-se, octógono sobre octógono, cume sobre cume, até os pilares começarem a estremecer e a afundar-se no solo.
A sua altura lança uma sombra cada vez mais escura sobre o chão e, em particular, sobre o Deão Jocelin. Mas este, que acredita ser um mero instrumento nas mãos de Deus, abençoado por uma visão do Criador, insiste em elevar mais e mais alto o pináculo. Todavia, as consequências da concretização do seu objectivo revelam-se trágicas para aqueles que o rodeiam.
Ambientado na Inglaterra medieval, e inspirado na história da catedral de Salisbury, “O Pináculo” é um romance sobre a realização criativa, que dá vida ao impossível, mas também sobre o custo financeiro, físico e espiritual da loucura de um homem. Ao espelhar na narrativa a progressão dessa loucura, William Golding alcança algo extraordinário. A aparente simplicidade de um livro complexo é o testemunho da sua habilidade literária."
Sobre o autor:
"Escritor inglês, William Gerald Golding nasceu a 19 de setembro de 1911 na pequena aldeia de St. Columb Minor, na Cornualha. Filho de um professor primário de fortes entusiasmos políticos e de uma activista dos direitos das mulheres, começou a escrever precocemente, com apenas sete anos de idade. Após ter concluído os seus estudos secundários na Marlborough Grammar School, ingressou no Brasenose College da Universidade de Oxford, com o intuito de cumprir o desejo paterno e versar Ciências da Natureza. Não obstante, ao fim de dois anos encontrou forças para seguir a sua verdadeira vocação e pediu transferência para Literatura Inglesa. Em 1934, ainda estudante, publicou o seu primeiro livro, uma compilação de poemas intitulada “Poems“. No ano de 1939 mudou-se para Salisbury, onde passou a lecionar Inglês na Bishop Wordsworth’s School. Em consequência da deflagração da Segunda Guerra Mundial alistou-se na Real Armada Britânica, ascendendo pouco tempo depois ao posto de comandante de um torpedeiro. Presenciou o afundamento do couraçado alemão Bismarck e o desembarque na Normandia. Finda a guerra, Golding retomou o ensino e a sua grande ambição, a escrita. Em 1954 publicou o seu primeiro romance, “Lord Of The Flies” (O Senhor das Moscas), que se tornou num sucesso de vendas imediato e internacional. Seguiram-se, entre outros volumes, “The Inheritors” (1955), “Free Fall” (1959), “The Spire” (1964), “Darkness Visible” (1979) e “Rites Of Passage” (1980, “Ritos de Passagem“). Investido cavaleiro em 1988, William Golding foi vencedor de inúmeros prémios, entre os quais o prestigiado Nobel da Literatura, em 1983. Faleceu em Perranarworthal a 19 de Junho de 1993."
Cet été, que lisez-vous?
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Novidades da Relógio D’Água que chegarão às livrarias em Julho:
1 — O Princípio da Incerteza: I — Jóia de Família, de Agustina Bessa-Luís
2 — O Hóspede de Job, de José Cardoso Pires (Prefácio de Bruno Vieira Amaral)
3 — Inventor de Vendavais, de Hélia Correia (Infanto-juvenil)
4 — Uma Estranha Amizade: Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, de Maria Filomena Mónica
Eça foi aluno de Francês de Ramalho Ortigão e mais tarde escreveu com ele capítulos alternados de O Mistério da Estrada de Sintra. Em 1871 lançaram em conjunto As Farpas, mas esta cumplicidade literária andou a par com uma amizade ambígua, que se reflectiu no modo como Ramalho tratou os inéditos que Eça deixou.
5 — Aprender a Rezar na Era da Técnica, de Gonçalo M. Tavares (Reedição)
6 — A Guerra do Mundo, de Niall Ferguson
7 — Os Ensaios, de George Orwell (Prefácio de Pedro Mexia)
8 — Homens em Tempos Sombrios, de Hannah Arendt
Hannah Arendt fala-nos de Rosa Luxemburgo, Angelo Giuseppe Roncalli, Karl Jaspers, Isak Dinesen, Hermann Broch, Walter Benjamin, Bertolt Brecht, Waldemar Gurian, Randall Jarrell, autores que viveram os tempos difíceis das primeiras décadas do século XX.
9 — Devorar o Céu, de Paolo Giordano
Neste romance, o autor de A Solidão dos Números Primos, aborda a aventura de um grupo de jovens italianos, unidos por laços de amizade e amor, cujas preocupações ecológicas se radicalizam até um inevitável ponto de ruptura.
10 — As Crónicas de Explosão, de Yan Lianke
11 — A Taça Dourada, de Henry James
É, a par de Retrato de Uma Senhora, o mais importante romance de Henry James.
12 — Linha Final, de Don DeLillo (Tradução de Paulo Faria)
Linha Final, de Don DeLillo, é um romance em que se exploram a fundo os meandros do futebol americano enquanto espelho da angústia e do medo contemporâneos.
13 — Águas Profundas, de Patricia Highsmith
14 — O Quarto de Jacob, de Virginia Woolf
15 — Encontros com Livros (Ensaios e Prefácios de 1902 a 1939), de Stefan Zweig
Stefan Zweig escreve de modo original sobre obras de Goethe, Sigmund Freud, Thomas Mann e Honoré de Balzac.
16 — De Noite Todo o Sangue É Negro, de David Diop
Vencedor do Booker International Prize.
Um jovem soldado senegalês, que luta nas trincheiras da França, durante a I Guerra Mundial, vê morrer o seu melhor amigo, esventrado por uma baioneta inimiga. Depois de um breve período em que pratica a vingança contra soldados alemães, com uma crueldade que assusta os seus próprios camaradas, é enviado para a retaguarda, onde recorda o seu passado africano, filho de camponeses.
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