Dai-me, Senhor, uma boa digestão,
mas também qualquer coisa para digerir.
Concede-me a saúde do corpo e o necessário
bom humor para mantê-la.
Dai-me, Senhor, uma alma simples,
que saiba aproveitar tudo o que é bom
e não se assuste demasiado perante o mal,
mas encontre maneira de recolocar
as coisas no lugar devido.
Dai-me uma alma que não fique refém do tédio
nem de resmungos, impaciências ou lamentações,
e não permitais que me atormente
para lá do razoável
com essa coisa turbulenta chamada “eu”.
Dai-me, Senhor, um sentido de humor apurado
e a capacidade de receber o que aí vem a sorrir
vivendo o que me cabe com alegria
e partilhando-a sem custos acrescidos
com os outros. Ámen.
Oração escrita por São Tomás More, rezada diariamente pelo Papa Francisco. Foi oferecida à comunidade da Capela do Rato pelo P. José Tolentino Mendonça, como gesto de agradecimento pela oração da comunidade durante o retiro ao Papa Francisco e à Cúria Romana. ( Site da Capela do Rato , Lisboa- Portugal)
Senso de humor e santidade segundo o
Papa Francisco
(As
palavras do papa Francisco ao Vatican News)
Sair
de nossa "concha" para descobrir a alegria
Se deixarmos que o Senhor faça com que
saiamos de nossa concha e nos transforme a vida - escreve o Papa - então nós
poderemos alcançar o que São Paulo exclamou: "Alegrai-vos sempre no
Senhor. Repito: alegrai-vos!" (Filipenses 4,4! ).
Existem tempos difíceis, tempos de
cruz - disse ele - mas nada pode destruir a alegria sobrenatural que “se adapta
e se transforma, e sempre permanece, pelo menos, como um raio de luz que vem da
certeza pessoal de ser infinitamente amado, acima de tudo”.
É “uma segurança interior, serenidade
cheia de esperança que oferece uma satisfação espiritual incompreensível
segundo os critérios do mundo".
Deus
nos quer positivos, não complicados
Francisco recorda uma de suas citações
favoritas do Eclesiástico, o amor paterno de Deus que nos convida: "Filho,
[...] faz algum bem a ti mesmo [...]. Não te prives de um dia feliz”. (Eclo
14,11.14)
O Senhor "quer que sejamos
positivos, agradecidos e não muito complicados: “No dia da felicidade, sê
alegre; Deus criou o homem recto, mas é ele que procura os
extravios." (Ecles 7,14.29).
Em todas as situações, é necessário
manter um espírito flexível e fazer como São Paulo: "Aprendi a
contentar-me com o que tenho." (Filipenses 4,11). É o que viveu São
Francisco de Assis, capaz de comover-se de gratidão diante de um pedaço de pão
duro, ou louvando a Deus, feliz, apenas pela brisa que acariciava seu rosto.
Uma
alegria que vem da fraternidade
O Papa não fala da "alegria
consumista e individualista, tão presente em algumas das experiências culturais
de hoje. De facto, o consumismo, torna pesado o coração; pode oferecer prazeres
ocasionais e passageiros, mas não alegria".
Em vez disso, refere-se "àquela
alegria que é vivida em comunhão, que é partilhada e participada, porque"
"é maior felicidade dar que receber!"
(Atos 20,35) e " Deus ama quem dá
com alegria "(2 Coríntios 9,7).
O amor fraterno multiplica a nossa
capacidade de alegria, pois torna-nos capazes de nos alegrarmos com o bem dos
outros".
Pedir
a graça do senso de humor
"O senso de humor é uma graça que
eu peço todos os dias" - revelou ele em Novembro de 2016, durante uma
entrevista à TV2000 e à Rádio InBlu - porque "o senso de humor levanta-o , faz que veja o provisório da vida e a encarar as coisas com um espírito de
alma redimida. É um comportamento humano, mas é o mais próximo à graça de
Deus".
"Eu - disse o Papa - conheci um
padre, um grande padre, um grande pastor, para citar um, que tinha um grande
senso de humor, mas ele fazia muito bem aos outros também com isso, porque
relativizava as coisas: “O Absoluto é Deus, mas isso se ajeita ... não se
preocupe ...!”.
Mas sem dizer isso, ele fazia as
pessoas sentirem isto, com um senso de humor. E dele se dizia: “Mas este sabe
rir dos outros, de si mesmo, e também da própria sombra".
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