Em 25 de Maio de 2020, numa entrevista a Livres Pensantes, Eugénio Lisboa, questionado sobre a época e o século que escolheria para viver, respondeu o seguinte: - "Escolheria o século XX, que foi aquele em que nasci. Por ser aquele em que o avanço da ciência nos deu uma vida de melhor combate à dor e à doença. E foi o século de uma nova grande arte: o cinema."
O cinema, essa grande arte . Quem não a conhece? Quem não a admira? Quem não a consome? Todos somos sensíveis à sua sedução. Uns mais exigentes, outros mais tolerantes. Uns mais consumistas, outros mais frugais. Uns mais elitistas , outros mais omnívoros. Há quem seja um indefesso cinéfilo. Confesso que me situo nessa categoria. O cinema vive a meu lado desde a infância. Descobri-o pela mão da minha mãe. Primeiro nas matinées do Monumental, do Condes, do Tivoli, do São Jorge dessa saudosa Lisboa , até às sessões da noite já adulta. Mais tarde, estreei-me nas belas noites tropicais africanas, no cinema ao ar livre. Na exuberante bancada do Cinema Miramar , um quase anfiteatro sobre a baía de Luanda, o cinema adquiriu um outro sabor. Foi o tempo do paladar africano. Os filmes serviam-se com estrelas , com a noite temperada por aquele odor que só a terra vermelha e a maresia de um mar cálido de prata podem oferecer. Em Luanda, os Cinemas Império, Avis e Miramar eram cinemas ao ar livre. Vi mundo, fantasias , dramas, comédias, sonhos nas suas telas, enquanto a noite se enfeitava para um outro dia.
O cinema, essa magistral arte, nunca cessou de exercer o seu indefectível fascínio sobre mim e eu, rendida, de o aceitar.
O convite deste domingo leva-nos ao cinema. Não com imagens de tantas telas de excelentes recordações, mas com aquilo que também ficou dessa mágica maravilha: a música. Não sei o que nos acode primeiro , quando nos assalta a lembrança de um filme que nos cativou. Será a banda sonora, a imagem ou ambas? Sei que há bandas sonoras que nos emocionam aos primeiros acordes, embora as imagens que elas animam acorram, quase de supetão, sem qualquer controle . E sei que , por vezes , ao repetirem-se em novas e gloriosas audições, apenas se sente a emoção e o prazer primeiros que nos causaram.
Will Find You é uma dessas melodias que não se esquece . A interpretação pertence a Ciaran Marion Brennan e aos Clannad e aconteceu na Christ Church Cathedral, em Dublin. I Will Find You foi composta pela própria Ciaran Marion Brennan para a banda sonora do filme, The Last of the Mohicans.
«The Last of the Mohicans» é um magnífico filme de 1992, de Michael Mann que faz uma adaptação do romance histórico de James Fenimore Cooper de 1826 .Tem a participação dos artistas Daniel Day-Lewis, Madeleine Stowe, Jodhi May, Russell Means, Wes Studi, Eric Schweig e Steven Waddington.
Your Love, interpretada por Edda Dell'Orso , a voz da canção original, composta por Ennio Morricone para a banda sonora do filme "Once Upon a Time in the West" (C'era una volta il West ).
O filme é de 1968 , do realizador Sergio Leone, com Charles Bronson, Claudia Cardinale, Henry Fonda, Jason Robards entre outros.
A canção interpretada por Dulce Pontes não faz parte da banda sonora do filme, mas do Álbum "Ennio Morricone & Dulce Pontes - Focus Once Upon a Time in the West ".
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Ernestina Jošt, em Suo Gan , do filme Empire of the Sun , acompanhada pela Youth Symphony Orchestra and Choirs , dirigidos pelo Maestro Erik Šmid . Trata-se de uma cantiga de embalar tradicional de Gales, de autor anónimo. A letra foi recolhida pelo etnomusicólogo galês Robert Bryan (1858-1920).
Empire of the Sun é um filme de 1987, com cenário na segunda guerra mundial , baseado no livro semi-autobiográfico com o mesmo nome, de J. G. Ballard. A realização é de Steven Spielberg, com a participação dos artistas Christian Bale, John Malkovich, Miranda Richardson e Nigel Havers.
Um filme muito comovente que narra o drama de um pequeno rapaz de 11 anos, James Graham ("Jamie") que, de uma confortável e abastada família inglesa em Xangai, acaba como prisioneiro de guerra num campo japonês. Suo Gan é o principal tema musical deste filme.
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Czarina Russel, em Now we are free , do compositor Hans Zimmer para o filme "Gladiator", de 2000. O realizador do filme é Ridley Scott , com a participação dos artistas Connie Nielsen, Joaquin Phoenix, Oliver Reed, Russell Crowe entre outros. Um filme duro e arrebatador com a meritória assinatura musical de um grande compositor.
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