Deixem-me ouvir, uma vez mais, esses sons que foram,
durante tanto tempo, a minha consolação e alegria
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791)
Esses sons, de que fala Mozart, têm sido a via que permite ao desejo alcançar um sonho de transcendência e serenidade, longe do mundo, pairando num voo cósmico, com as asas abertas na direcção de vastas distâncias. E eu queria engolir os céus que para mim nunca se abriram…Assim dizia E. M. Ciroran, n'O Livro das Ilusões, ao aconselhar a música de Mozart e de Bach como remédio contra o desespero. Na sua pureza aérea, chega , às vezes, a alcançar uma sublime gravidade melancólica, que nos faz sentir leves, diáfanos e angélicos.Temos então a impressão de que em nós, seres inconsoláveis, crescem asas que nos lançam num voo sereno, acompanhado de discretos e velados sorrisos, numa eternidade de evanescente encanto e de doces e acariciantes transparências. (...) há finais de sinfonias que muitas vezes levam a perguntar se não seremos o princípio e o fim.
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