Platão e Aristóteles em recorte do plano central da Escola de Atenas, |
Aristóteles, Ética a Nicómaco
"A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos."
Aristóteles, Ética a Nicómaco
“Quando alguém ama outrem, qual é que se torna amigo do outro: o que ama, do que é amado, ou o que é amado do que ama?” Aristóteles, Ética a Nicómaco
PLATÃO, Lísis
“Vejamos ainda outra hipótese, não se dê mais o caso de nos tornar a escapar que o amigo, na realidade, não é nenhuma dessas coisas. Aquilo que não é bom nem mau é que, por isso mesmo, se torna amigo do bom."
PLATÃO, Lísis
"Qual é a vantagem da amizade se não podemos dizer exactamente aquilo que sentimos? Qualquer um pode dizer coisas encantadoras e tentar agradar e lisonjear, mas um verdadeiro amigo diz sempre coisas desagradáveis e não se importa de provocar dor."
Oscar Wilde, O Amigo DevotadoAmizade
" É doce , quando se sofre, deitarmo-nos no calor da cama e ali, suprimido todo o esforço e toda a resitência , com a cabeça debaixo dos cobertores , abandonarmo-nos por completo , gemendo, como os ramos ao vento de Outono. Mas há uma cama ainda melhor , cheia de odores divinais . É a nossa terna, profunda, impenetrável amizade. Quando essa cama é triste e gelada, deito nela, friorento, o meu coração. Sepultando o meu próprio pensamento na nossa quente ternura, longe de tudo o que se passa lá fora, recusando-me a defender-me , desarmado, mas , por milagre da nossa ternura , inesperadamente revigorado, invencível, choro com a pena e com a alegria de ter uma confiança onde encerrá-la."
Marcel Proust, Os prazeres e os dias
Roland Barthes, em “Fragmentos de um discurso amoroso”, define ausência como sendo “todo episódio de linguagem que põe em cena a ausência do objecto amado – quaisquer que sejam a causa e a duração – e tende a transformar essa ausência em prova de abandono."
A ausência amorosa só tem um sentido, e somente pode ser dita a partir de quem fica – e não de quem parte. Só há ausência do outro. O que ama é quem fica, quem espera, quem aguarda. O amado é o que parte, que vive em eterno estado de partida, de viagem. Daí que quem ama é sempre menos amado do que aquele que se ama. A partir de Lacan, Barthes cita o enunciado “eu-te-amo” como uma expressão sem nuances que dispensa as explicações, as organizações, os graus, os escrúpulos – é uma holófrase que põe o sujeito suspenso numa linguagem especular com o outro, e só tem sentido no momento da fala, no seu dizer imediato. (BARTHES, 1997)
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