Eugénio Lisboa |
Tem uma vasta e variada obra que vai do ensaio à poesia. Os sete volumes publicados das suas memórias, "Acta est Fabula", são um hino à arte da escrita e a afirmação de que é mestre em qualquer género literário. Obra de um riquíssimo fôlego narrativo vem demonstrar que não há géneros nobres ou menores em Literatura. Ao primeiro volume de Acta est Fabula foi atribuído o Grande Prémio de Literatura Biográfica 2012/2013, da Associação Portuguesa de Escritores (APE).
Em Novembro de 2018, Eugénio Lisboa publicou o volume primeiro de Aperto Libro, páginas de Diário. Trata-se de um novo magnum opus, um longo e rico registo diarístico, que teve início em 1977, quando Eugénio Lisboa vivia na Suécia, Estocolmo , na qualidade de professor universitário. Registo que não cessará ao longo dos anos. Fixará os dezassete anos de actividade como Conselheiro Cultural, na Embaixada de Portugal ,em Londres, o regresso a Portugal com a Presidência da Comissão Nacional da Unesco, os anos de docência na Universidade de Aveiro e todo o período posterior até à actualidade.
É dessa obra , que extraímos o preâmbulo e algumas das entradas das primeiras páginas.
O segundo volume está no prelo e acreditamos que Eugénio Lisboa terá, certamente, já finalizado a montagem de todos os volumes previstos deste grandioso Aperto Libro.
por Eugénio Lisboa
"Escrever um diário, pôr a alma a nu, dizer tudo – pode ser uma grande tentação. Desde muito jovem cedi – e resisti – a essa tentação. Já estudante universitário, iniciei, por fim, em clave de clandestinidade, a redacção de um diário. Não fui excessivamente assíduo, mas fui razoavelmente teimoso, Ao fim de algum tempo, contudo, desisti. A vida meteu-se pelo meio, com a sua turbulência, os seus dramas, as suas prioridades. Abandonei, por completo, a redacção do diário encetado e nem sei, hoje, o que será feito dessas páginas juvenis: provavelmente desaparecidas. Pouco, julgo eu, se terá perdido. Só muito mais tarde, já perto dos cinquenta, reiniciei, timidamente, sem grande assiduidade nem continuidade, a redacção de um diário. Foi isto em 1977, quando me encontrava a viver em Estocolmo, ido de África, onde investira 38 anos da minha vida. Arrancado de tudo quanto fora a minha felicidade e alegria de viver, tendo perdido, havia pouco, o meu pai, transplantado para aquela beleza gélida e branca, senti-me tentado a iniciar um registo de diário do que ia vendo e do que me ia acontecendo. A mudança de cenário fora tão brutal e traumatizante, que se me tornava difícil imaginar o futuro. À cautela, ir registando e comentando… não se sabendo o que aí vinha. Mais tarde, em 1981, retomei, com alguma continuidade, a empresa. De então para cá, uma vez, foi sol de pouca dura: nova e longa interrupção e só com alguns intervalos pelo meio e a perda de um substancial caderno, entre S. Francisco e Nova Iorque, o registo diarístico tem seguido o seu curso. Tenho, ocasionalmente, publicado, em revistas, algumas passagens desta obra, mas determinara que a publicação integral em livro seria póstuma. Fizera mesmo, da minha amiga Teresa Martins Marques minha testamentária, com plenos poderes para organizar e promover a edição da obra, após a minha morte. Isto seria, segundo me fui apercebendo, um pesado encargo, que estaria a preocupar, com alguma razão, a minha excelente amiga. As razões de querer que a obra fosse póstuma têm muito que ver com a total liberdade que a mim próprio dei, ao redigir estas páginas de diário: digo, por todo o lado, o que penso, sem grandes preocupações de ferir esta ou aquela vaidade, este ou aquele ponto mais sensível. Sei que, publicado, poderá levantar algum pelo. Mas acabei por resolver encetar, ainda em vida, a publicação do controverso opus. Dado o volume de texto envolvido, é quase certo que não terei vida para levar o empreendimento a bom termo. Ficará o resto ao cuidado de Teresa Martins Marques, em qualquer caso, já aliviada de boa parte do encargo inicial.
Os volumes 4º e 5º das minhas memórias e o volume anexo a estas e intitulado Diário de viagens fora da minha terra inserem muitas passagens deste diário, que, por isso, não serão repetidas nesta edição dele. Quem quiser ler o que aqui falta – e não é assim tanto – só terá de consultar aqueles volumes.
Dizia Stendhal, a propósito das suas obras égotistes: " Je suis convaincu que le seul antidote qui puisse faire oublier au lecteur les éternels Je que l'auteur va écrire, c'est une parfaite sincerité."
Julgo que as páginas do meu diário não fogem ao protocolo de une parfaite sincerité, pelo qual até se costuma pagar um avultado preço."
Dizia Stendhal, a propósito das suas obras égotistes: " Je suis convaincu que le seul antidote qui puisse faire oublier au lecteur les éternels Je que l'auteur va écrire, c'est une parfaite sincerité."
Julgo que as páginas do meu diário não fogem ao protocolo de une parfaite sincerité, pelo qual até se costuma pagar um avultado preço."
1977
Estocolmo, 6.04.1977 - Morrer de velho – na Suécia. Fui ontem ao Instituto Sueco, com um grupo de finalistas de engenharia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Um grupo de seis rapazes, inteligentes, educados, rápidos, gulosos de aprender. Entre vários filmes, mostram-nos um sobre a vida na Suécia: ambiente, filosofia da vida social, económica e política. Vindo de um lado, ouvi um comentário, a raspar… Observei: “Notem que os criticamos com os dados que eles próprios nos estão a fornecer… Não escondem nada. “ Com efeito. Duas cenas, inesquecíveis, de uma grande capacidade de autocrítica (de dúvida, em todo o caso), implacáveis. Numa, um velho (velhíssimo: morre-se tarde, neste país), sentado num quarto materialmente bom, só, só, só, fitando o ontem, falando com fantasmas, num monólogo solitário, gélido e despido. Morrendo a solo, sem o calor de uma presença. (Há quem morra, solitário como o rinoceronte, olhando a televisão. Fechado em casa, sem qualquer contacto humano. Durante seis meses, após a morte, ninguém dá pela sua falta e só o cheiro, por fim, denuncia o cadáver. A que ponto deixamos de contar, para os outros: seis meses e ninguém dá pela nossa falta.)
Outra cena: o comentarista do filme debita as vantagens e conquistas materiais da sociedade sueca. Depois, pergunta: “Seremos felizes?” E dá-nos uma eloquente resposta, com uma sucessão de imagens de pessoas conduzindo os seus barcos soberbos, no canal, com um ar triste e figé, de quem cumpre um ritual obrigatório: é preciso ter um barco e mostrá-lo. Aqui estou, como vês, triunfei. O ar milenarmente triste, o sorriso resignado, o desapontamento só meio confessado: então foi para isto que triunfei?
Comentário de um misógino ou, no mínimo, de um crítico implacável da mulher: “Na Suécia, a mulher é forte. É mais forte do que o homem. O homem fraqueja, soçobra, mete-se no álcool e na droga. A mulher, não. A mulher é forte.” Diz a palavra “forte”, rilhando os dentes, numa hostilidade subterrânea, numa espécie de ódio em itálico. Vive casado com uma mulherzinha obediente e calada, solitária, meio assustada. Ele começa as frases da resposta que deveria ser ela a dar e acaba também ele o que ela nem chegou a balbuciar: e conclui, por ela, a resposta, sacudindo a cabeça com ímpeto, como se estivesse a concordar, vivamente, com o que ela não chegou a dizer. E, no entanto, pressente-se que ela tem uma vida interior intensa, a sua própria filosofia da vida (que não coincidirá, necessariamente, com a dele). Quanto tempo vai durar este monólogo a dois, esta submissão aparente?
(...)
Universidade: conversa com estudantes. Vou lendo autores com mais ou menos interesse. Com Eça, é o deslumbramento. Confessam-se rendidos, vencidos, dominados. É tal o fascínio, que diagnosticam nele virtudes que não chega a ter: a penetração psicológica, por exemplo… Em Eça, a psicologia é superficial e sumária. A magia da frase é que faz o resto.
Estocolmo, 11.04.77 – Texto de Claude Roy, no Nouvel Observateur – trata-se de um prefácio para uma nova edição, em França, das Recordações da Casa Morta, de Dostoiewsky. Transcrevo um parágrafo: “On sait que de la «Confession» de Bakounine aux procès de Moscou et de Gogol et Dostoiewsky à Boukharine, l’aveu, la confession-aveu, est le plus grand genre littéraire russe. Si on est un peu à distance d’un Russe, et qu’on n’entend pas ce qu’il dit, on a de grandes chances de gagner en pariant qu’il est en train d’avouer. Avouer quoi? Ce qui intrigue l’étranger, c’est que cela n’a pas grande importance. Le Pope et le Commissaire, le bourreau de Pierre le Grand ou le tortionaire de Staline ne sont pas très regardants sur la véridicité de l’aveu. Ils ne font pas le détail. L’essentiel c’est d’avouer. La culpabilité n’est pas une conséquence de l’exposé des crimes: elle est première. On est d’abord coupable. On precise de quoi ensuite.”
O curioso é imaginar esta longa e trágica “tradição” eslava, transferida hoje para o húmus africano: Angola, Moçambique, Somália… Por lá, também, o importante é a confissão. A velha literatura confessional, tão desacreditada, voltando à luz forte da ribalta… Também, em Moçambique, o importante é o camarada vergar-se e humilhar-se aos pés do czar opressor, pedir-lhe perdão e agradecer-lhe o envio para um campo de “recuperação”. O opressor tem necessidade do amor do oprimido: estende-lhe a mão e espera que o outro lha beije, com devoção (metaforicamente, claro).
O curioso é imaginar esta longa e trágica “tradição” eslava, transferida hoje para o húmus africano: Angola, Moçambique, Somália… Por lá, também, o importante é a confissão. A velha literatura confessional, tão desacreditada, voltando à luz forte da ribalta… Também, em Moçambique, o importante é o camarada vergar-se e humilhar-se aos pés do czar opressor, pedir-lhe perdão e agradecer-lhe o envio para um campo de “recuperação”. O opressor tem necessidade do amor do oprimido: estende-lhe a mão e espera que o outro lha beije, com devoção (metaforicamente, claro).
A opressão, à esquerda, tem boa consciência: a história justifica-a. Eis por que, apesar de tudo prefiro uma boa ditadura de direita: ali, a má consciência do ditador atenua a violência da purificação. Com Salazar, era a arbitrariedade, a prisão, a tortura e, muito ocasionalmente, o assassinato. Com Staline, era a orgia do genocídio.
(...)
Londres, 08.02.1981 – Biógrafos. Como ando a escrever um grosso livro sobre Jorge de Sena, registo aqui, para meu governo, uma história que mostra a massa de que são feitos os verdadeiros biógrafos. Trata-se, para o caso, de Boswell, o biógrafo de Samuel Johnson. Um dia, o pintor Mauritius Lowe (1746 – 1793) pediu a Johnson que lhe escrevesse uma carta. Johnson fê-lo e, enquanto escrevia, Boswell apareceu. A sua atenção ficou imediatamente grudada ao papel que o seu biografando ia produzindo. Lowe pegou na carta e afastou-se, logo seguido por Boswell. O pintor estranhou o interesse de Boswell na sua pessoa porquanto, no passado, este mal dera pela sua existência. Todavia, Boswell aproximou-se dele “com os cumprimentos mais exagerados e insinuantes” que se possam conceber:
“Como está Sr. Lowe? Espero que esteja bem, Sr. Lowe. Desculpe o meu atrevimento, Sr. Lowe, mas julgo ter visto o meu querido amigo, o dr. Johnson, a escrever uma carta para si.”
“Sim, senhor.”
“Espero que não me ache grosseiro, mas far-me-ia um grande favor e deixar-me-ia infinitamente obrigado, se me deixasse simplesmente dar-lhe uma vista de olhos. Tudo quanto sai daquela mão, como sabe, é de tal modo inestimável…”
“Meu caro senhor, trata-se de um assunto particular, mas…”
“Eu seria incapaz de meter o nariz nos assuntos de outras pessoas, de modo nenhum, estou certo de que o senhor não me acusaria de tal coisa: só lhe peço, caso se não trate de nenhum segredo especial.”
“Meu caro senhor, leia a carta à sua vontade.”
“Muito obrigado, meu caro Sr. Lowe, fico-lhe infinitamente agradecido pela sua inexcedível gentileza.” Depois de ter lido a carta, observou: “Creio que não se trata de nada de que deva envergonhar-se, Sr. Lowe.”
“Claro que não.”
“Nesse caso, meu caro senhor, poderia talvez fazer-me mais um favor que tornaria a minha gratidão eterna. Se quisesse fazer-me a fineza de dar um salto comigo ao café do Peele e autorizar-me a tirar uma cópia da carta, não haveria nada que eu não fizesse, dentro das minhas possibilidades, para lhe agradecer.”
“Fiquei estupefacto”, observaria Lowe, mais tarde, contando a história aos amigos, “por esta súbita familiaridade e condescendência, acompanhadas de curvaturas (...); fomos para o café, a minha carta foi transcrita e, assim que se apanhou com o documento no bolso, o Sr. Boswell afastou-se, tão erecto e altivo como o tinha sido meia hora antes. A partir desse dia, nunca mais deu por mim.”
“Fiquei estupefacto”, observaria Lowe, mais tarde, contando a história aos amigos, “por esta súbita familiaridade e condescendência, acompanhadas de curvaturas (...); fomos para o café, a minha carta foi transcrita e, assim que se apanhou com o documento no bolso, o Sr. Boswell afastou-se, tão erecto e altivo como o tinha sido meia hora antes. A partir desse dia, nunca mais deu por mim.”
Soberbo artigo de Joseph Brodsky, na New York Review of Books, dedicado a Nadezhda Mandelstam, viúva do poeta Osip Mandelstam e autora de dois livros de memórias Hope against hope e Hope Abandoned). Os aforismos duros e intensos fulguram como diamantes que simultaneamente acusam e consolam. Falando dessa espantosa epopeia da memória – Nadezhda, com medo da vulnerabilidade dos papéis, decorava todos os poemas do marido e de alguns amigos a fim de os preservar para o futuro (como no romance de Bradbury) – Brodsky observa: “If there is any substitute for love, it’s memory.” (Vem-me ao espírito o frenesi retentivo, a fúria de recordar e transcrever tudo o que lhe ocorre, de Mécia de Sena… “Memorizar é restaurar a intimidade”. Recordar é fazer ressuscitar.)
Londres, 09.02.1981 – Ontem, toda a tarde mergulhado na papelada íntima do Sena: cartas à Mãe, à Avó e à Mulher. Uma vida de adstringência financeira, à Balzac: um tostão a tapar o buraco feito pela saída de outro tostão. E uma crença quase monstruosa – em si próprio e no acto de escrever.
(...)
Carta do Luis Amaro e do Eduardo Lourenço sobre a minha Poesia Portuguesa.. O primeiro, amigo, elogioso, levanta contudo algumas reservas, umas legítimas, outras ilegítimas. Eduardo Lourenço mantém o seu ponto de vista de que a presença foi uma marcha-atrás, em relação aos do Orpheu. E observa que o heterónimo Caeiro não foi um poeta objectivo, nem sequer o quis ser. É o que chamo puxar pelas orelhas a um texto. Às vezes, um pouco de candura ajuda a leitura (rima e é verdade). E demasiada esperteza não é sinal de sageza. Pretender ser demasiado inteligente, na interpretação que se propõe de um texto pode influenciar a constante quântica que intervém na deformação do observado pelo observador. Olhar o percurso da bola perturba esse percurso. Olhá-lo com demasiada intensidade transtorna marcadamente esse percurso. Fernando Pessoa corre o risco de ser manipulado em excesso, tornando-se, eventualmente, vítima de um estupro interpretativo.
Londres, 14.02.1981 – Em períodos de decadência, em arte, substitui-se a complexidade pela complicação. A complexidade caracteriza as obras grandes; a complicação é ingrediente das obras interessantes. A tortuosidade da escrita e da montagem consome-nos, na interpretação dessas obras, mais energia do que antes gastávamos a penetrar a verdadeira riqueza. A complicação é um recurso de impotentes; a complexidade é o fardo dos vigorosos.
Londres, 15.02.1981 – Ontem foi dia de leitura, música e televisão. Na televisão, 8ª sinfonia de Mahler, dirigida por Leonard Bernstein. Hoje, manhã inteira dedicada à leitura do volume II de The Collected Essays, Journalism and Letters of George Orwell. Aos ingleses ficou sempre atravessado o famoso ensaio de Tolstoi sobre Shakespeare. Mas, como o admite, com a sua integridade habitual, o próprio Orwell, quase tudo quanto Tolstoi diz em desabono de Shakespeare é incontestável. Simplesmente, uma data de coisas importantes passam ao lado das reservas do escritor russo e deixam imperturbáveis a popularidade do dramaturgo e, em larga medida, a sua demonstrável grandeza.
Este volume de Orwell inclui também o seu diário do período da guerra, que vem confirmar uma das características do povo inglês que particularmente me exasperam: a lentidão com que reagem aos estímulos, provocações e mesmo ameaças. Só à beira do abismo se convencem de que talvez nem tudo esteja bem. Isto, é verdade, permite-lhes não entrarem em pânico e reagirem com frieza à eventualidade de uma catástrofe. Por outro lado, leva-os a aproximarem-se do desastre, sempre demitindo, como frioleiras, as previsões dos clarividentes…" Eugénio Lisboa, in Aperto Libro, Páginas de Diário I - 1977-1990, Opera Omnia Editora, Novembro de 2018, pp 9-10,13-15,25-29
Quando se fala de Eugénio Lisboa, ou ainda melhor, quando o Engenheiro Eugénio Lisboa nos fala, e dedilha através a sua maravilhosa obra literária, em especial, o seu "Diário", os seus intocáveis sueltos do seu peregrinar, da sua própria vida, somos levados a ficar sentados nos degraus dos seus pés, ouvindo um dos professores mais cultos que conhecemos, um ente de uma nobreza e compreensão de alma, como já deve ser raro existir!... Tudo o que E.L. escreve e publica acompanha-nos sempre!... Um imenso abraço!...
ResponderEliminarConcordo plenamente com Eugénio Lisboa neste ponto... Estávamos em 9-02-1981...(Há 38 anos!...) E Eugénio já observava. "Fernando Pessoa corre (tem corrido... acrescentaríamos nós) o risco de ser manipulado em excesso, tornando-se eventualmente, vítima de um estupro interpretativo..." - Eugénio Lisboa. Tudo o que o poeta escreveu tem sido sujeito de milhentas interpretações, especialmente quem se "assonhereou" erraticamente da sua obra!
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