segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Os livros que chegam

"A autobiografia do realizador norte-americano David Lynch, o livro do escritor britânico Jon McGregor vencedor do Prémio Costa 2017, e novos romances de Ali Smith e Margaret Atwood marcam a ‘rentrée’ editorial da Elsinore. O livro “Espaço para sonhar” (“Room to dream”), autobiografia do realizador e artista visual norte-americano David Lynch, chega às livrarias portuguesas em outubro, coassinado pela jornalista Kristine McKenna, com cerca de 500 páginas e 30 fotografias, muitas delas inéditas, revelou a editora 2020, responsável pela chancela Elsinore.
Segundo a editora, este “é um livro fundamental que possibilita a oportunidade única de se ter acesso total à vida e mente de um dos artistas mais enigmáticos e profundamente originais do nosso tempo”. As reflexões de Lynch, “poéticas, íntimas e francas, ecoam nas secções biográficas escritas por Kristine McKenna, sua colaboradora próxima, baseadas em mais de uma centena de entrevistas inéditas com familiares e pessoas mais próximas do autor, incluindo ex-mulheres surpreendentemente directas, actores, agentes, músicos e colegas em áreas variadas, cada um revelando a sua própria versão dos acontecimentos”, adianta a editora.
Entre as novidades da Elsinore para o mês de Outubro, conta-se também “Reservatório 13”, de Jon McGregor, que venceu o prémio literário Costa 2017, depois de ter sido finalista do prémio Man Booker, e que vai ser publicado pela primeira vez em Portugal. Ainda no mesmo mês, chega às livrarias “A Odisseia de Penélope”, de Margaret Atwood, a autora de “A história de uma serva” (“The handmaid’s tale”) e vencedora do Man Booker com “O assassino cego”.
Nesta obra, a autora reconta a “Odisseia”, centrando-se na personagem Penélope, que agora, há muito morta e esquecida pelo mundo, vagueia pelos infernos e pode finalmente contar a sua própria versão: “um relato subversivo e divertido sobre luxúria, ganância e violência, onde ninguém é poupado”. O segundo volume da tetralogia de Ali Smith iniciada com “Outono” (finalista do Prémio Man Booker 2017) chega também pela mesma altura às livrarias portuguesas.
“Inverno”, descrito pela crítica internacional como sendo uma prova de mestria literária, e já finalista dos British Book Awards, centra-se num jantar de Natal que reúne numa grande casa de campo uma mulher de 70 anos — Sophia – com início de demência, o seu filho, a braços com a ruptura de uma relação amorosa, uma emigrante croata que este contratou para a substituir, e a irmã de Sophia, com quem não fala há décadas.
No final de Agosto chegou às livrarias “21 lições para o século XXI”, um olhar sobre os grandes desafios da actualidade pelo historiador Yuval Noah Harari, depois de “Sapiens”, que se debruçou pelo passado, e “Homo Deus”, virado para o futuro. Em Setembro, a Elsinore publica “Dor”, “uma viagem catártica através do sofrimento”, de Zeruya Shalev, escritora israelita que, a par de Amos Oz e David Grossman, é uma das mais lidas no mundo, segundo a editora.
“Tudo aquilo que não lembro”, uma viagem emocional que parte de uma morte resultante de um acidente de viação, da autoria do sueco Jona Hassen Khemir, e “Tudo o que um homem é”, de David Szalay, que segue nove homens em fases diferentes da vida a tentarem compreender o que significa exactamente estar vivo, aqui e agora, são outras novidades da Elsinore.
“Fica comigo”, do nigeriano Ayobami Adebayo, “O elmo do horror”, do escritor russo Victor Pelevin, “Tudo aquilo que encontrei na praia”, de Cynan Jones – de quem a editora já publicou “A cova” e “A baía” -, e o ensaio “Histórias de livros perdidos”, de Giorgio van Straten, fecham a lista de novidades da Elsinore até final do ano.
Na chancela Cavalo de Ferro será publicado, já no próximo mês, “Raposa”, da escritora Dubravka Ugresic, que transporta o leitor numa viagem da Rússia até ao Japão, dos campos de minas dos Balcãs, às ‘road trips’ norte-americanas, e dos anos 1920 até aos dias de hoje.
Em Outubro, sai o livro “Rua Katalin”, da escritora húngara Magda Szabó, de quem a Cavalo de Ferro já publicou “A porta”, uma obra com fundo histórico, sobre os acontecimentos traumáticos que marcaram parte da História da Hungria e da Europa no século XX. Para Outubro está prevista ainda a publicação do último volume da trilogia autobiográfica do Nobel da Literatura Elias Canetti, “O jogo de olhares: História de vida 1931-1937”.
“Os peixes não têm pés”, uma saga familiar de três gerações, que acompanha a história da Islândia do século XX, livro do multipremiado autor islandês Jón Kalman Stefánsson, finalista do Prémio Man Booker Internacional 2017, e “Memórias de um morto”, escrito por Hjalmar Bergman e traduzido por João Reis, são as outras novidades da Cavalo de Ferro até ao final do ano."Agência Lusa
Segundo volume das obras completas de Maria Judite de Carvalho editado em Setembro
A editora Minotauro vai dar continuidade já em Setembro à publicação das obras completas de Maria Judite de Carvalho, uma das mais importantes escritoras portuguesas do século XX.
Por Rita Cipriano
"O segundo volume das obras completas de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das mais importantes autoras portuguesas do século XX, chega às livrarias já em Setembro. O livro inclui duas colectâneas de contos, Paisagem sem Barcos (1963) e O seu Amor por Etel (1967), e uma novela, Os Armários Vazios (1966).
As obras de Maria Judite de Carvalho, esgotadas há muito, começaram a ser reeditadas no passado mês de Maio pela editora Minotauro, 20 anos depois da morte da escritora que, apesar de reconhecida como uma das mais relevantes do século XX, é praticamente desconhecida do grande público.
“Decidimos que seria a altura ideal, 20 anos após a sua morte, para fazer renascer a sua obra, e para apresentá-la a esta nova geração de leitores, que começa a ler Maria Judite de Carvalho na escola e que nas livrarias não iria ter acesso a toda a sua escrita em vida, portanto estamos a querer juntar toda a sua obra em seis volumes”, afirmou na altura à Agência Lusa Sara Lutas, editora da Minotauro.
Com uma personalidade “recatada” e “zelosa da sua privacidade”, Maria Judite de Carvalho nunca gostou de se expor, e “a obra dela sempre falou por si mesma”, explicou Sara Lutas, que decidiu, por isso, respeitar essa vontade e não dar grande destaque à figura da escritora, que é apresentada na badana dos livros “de forma discreta e bastante lírica”. As capas dos livros reproduzem retratos que revelam outra faceta da escritora, a de pintora.
As obras completas de Maria Judite de Carvalho têm vindo a ser editadas cronologicamente, com o primeiro volume a incluir as primeiras colectâneas de contos da autora, Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), esta última vencedora do Prémio Camilo Castelo Branco. O terceiro volume deverá sair em Novembro e irá reunir os livros Flores ao Telefone (1968), Os Idólatras (1969) e Tempo de Mercês (1973)."

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