uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.
Do fundo do tempo,
martelava.
Contra o muro.
Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.
Eugénio de Andrade
Quedo-me perante a beleza de tanta voz conjugada em etérea harmonia. Os sons chegam do fundo do tempo, despidos de qualquer entropia . E na eufónica sedução que se evola, encontro a palavra que me chamava: espanto. O poder prodigioso da descoberta, o encanto de ser tocado pela voz humana, pela música.
O magnífico Agnus Dei ,op.11, de Samuel Barber (1910, West Chester, -1981, New York), pelo excelente Vlaams Radio Koor, regido pelo Maestro Marcus Creed.
Este registo foi realizado no Studio 4, Flagey (Brussels) 2015.
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