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O Museu Regional de Beja e a Câmara Municipal de Beja inauguram amanhã, dia 6 de Fevereiro, pelas 18:00h, no Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja (Igreja de Santo Amaro), a exposição “História da Escrita no Baixo Alentejo”. Esta exposição é uma iniciativa da Rede de Museus do Baixo Alentejo, que integra a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), e pretende mostrar a evolução da escrita, neste território, ao longo da história.
No sudoeste peninsular a escrita desenvolve-se há mais de 2500 anos sendo que, na sua génese, esta se encontra quase exclusivamente nos monumentos funerários. Os primeiros sistemas de escrita surgem no Oriente há mais de 5000 anos. No entanto, o nosso alfabeto tem a sua origem no Fenício, criado há cerca de 3000 anos, o que propiciou o desenvolvimento neste território, especialmente no sul do Alentejo e Algarve, de uma escrita designada como “escrita do sudoeste”. O Império Romano vem introduzir grandes transformações e deixa importantes marcas, não só nos vestígios arqueológicos e nos objectos, como também na escrita com a introdução dos caracteres latinos. Posteriormente, a extensão do domínio islâmico ao Al-Ândalus deixou importantes vestígios que não se resumem só aos suportes em pedra mas se encontram também noutros materiais como a cerâmica e o osso, sendo a maior parte dos textos marcados por um forte conteúdo religioso, transcrevendo com frequência passagens do Corão.
No Mundo Moderno, a escrita ganha novos suportes e inventa-se a imprensa o que permite revolucionar a difusão da informação e replicação dos documentos. No entanto, ao longo dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, a maioria dos documentos, públicos ou privados, são ainda manuscritos. Nos séculos XIX e XX divulga-se progressivamente a máquina de escrever e a escrita ganha uma maior uniformidade e rapidez de produção assistindo-se, na segunda metade do século XX, a um tremendo avanço tecnológico onde o suporte material dá lugar ao suporte virtual.
Padrão dos Descobrimentos recebe a mostra "A espantosa variedade do Mundo"
O mundo, natural e social, é fonte permanente de espanto, seja pela regularidade da sua ordem, seja pela surpresa da diferença. O espanto e a raridade, assim como o desconhecido, convocam a imaginação e alargam o mundo para além do real. Exposição comissariada por Palmira Fontes da Costa (CIUHCT/Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa) e Adelino Cardoso (CHAM/ Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa). Colaboração Fundação Champalimaud De terça a domingo, das 10:00 às 18:00 (última entrada às 17:30).
Cinemateca
Histórias do Cinema: Jean-Pierre Verscheure - A História dos Formatos
Ao fim de vários anos de programação regular das séries de sessões “Histórias do Cinema”, damos agora início a um novo ciclo desta rubrica, que será marcado por uma maior diversidade temática. Para arrancar as séries deste ano, e tendo também em conta o contexto ditado pelo Ano Europeu do Património Cultural organizamos uma primeira viagem em torno das relações históricas da arte cinematográfica com a sua base material, ou o que foram até hoje algumas das suas principais condicionantes materiais. Neste outro âmbito, e no que será a primeira de duas edições apresentadas pelo mesmo conferencista, é nosso convidado o historiador, coleccionador e restaurador Jean-Pierre Verscheure – grande especialista da história da tecnologia e das técnicas do cinema, hoje responsável pelo laboratório de restauro de som Cinévolution, com sede na Bélgica. Ao longo de uma semana, Jean-Pierre Verscheure irá traçar a evolução histórica do cinema ao nível dos vários formatos de imagem, não apenas numa abordagem técnica mas relacionando esta com as suas implicações na gestão do espaço de um filme e, mais geralmente, na mise-en-scène. Abordar-se-ão assim parâmetros essenciais que, tendo a ver com a tecnologia e a economia do cinema, são estruturantes para a linguagem e a expressão estética. A esta, seguir-se-á em data exacta a anunciar, uma segunda edição, na qual Jean-Pierre Verscheure abordará a evolução tecnológica do som e as suas relações com a linguagem das imagens em movimento. Sessões-conferência por Jean-Pierre Verscheure, em inglês. Consulte aqui o programa Partindo da arte e pensamento contemporâneos será ainda promovido, entre Março e Julho, um programa de visitas comentadas às exposições patentes no Fórum Cultural de Cerveira, assim como às obras de arte com presença no espaço público de Vila Nova de Cerveira. Segundo o Presidente da FBAC, Fernando Nogueira, “propõe-se aos visitantes que façam parte da programação, que procura um diálogo aberto e uma reaproximação histórica e física com a Colecção do Museu Bienal de Cerveira, dentro do cenário artístico português e internacional das últimas quatro décadas”. As visitas decorrerão aos sábados, às 11h00, e serão dinamizadas por Helena Mendes Pereira. A entrada é gratuita mas encontra-se sujeita a inscrição prévia até 72 horas antes de cada sessão (geral@bienaldecerveira.pt). Programa:
A 19.ª edição do festival Corrente d’Escritas inicia-se no próximo dia 21 de Fevereiro na Póvoa de Varzim com o anúncio do vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa – foram divulgados esta quarta-feira os 14 finalistas –, e a habitual conferência inaugural, confiada ao escritor brasileiro Ignácio de Loyola Brandão, e que será na verdade uma palestra-concerto, com o autor a fazer-se acompanhar pelo músico Edson Alves e pela cantora Rita Gullo, sua filha, com quem vem apresentando há anos Solidão no Fundo da Agulha, um livro que se transformou num espetáculo. Depois de Armando Silva Carvalho ter recebido o prémio Casino da Póvoa em 2017, poucos meses antes de morrer, pelo volume de poemas A Sombra do Mar, o principal galardão do Correntes d’Escritas cumprirá a tradicional regra de alternância de géneros literários e será atribuído em 2018 a um livro de ficção. Fernando Pinto do Amaral, José Mário Silva, Maria de Lurdes Sampaio, Teresa Martins Marques e Javier Rioyo, director do Instituto Cervantes em Lisboa, compõem o júri que terá de escolher o vencedor entre os 14 títulos que chegaram à final. A short list é extensa e contempla escritores de várias gerações e nacionalidades: Rentes de Carvalho, com O Meças, Jaime Rocha (Escola de Náufragos), Ana Teresa Pereira (Karen, vencedor do prémio Oceanos), Isabela de Figueiredo (A Gorda), Bruno Vieira Amaral (Hoje Estarás Comigo no Paraíso), Ana Margarida de Carvalho (Não se Pode Morar nos Olhos de Um Gato, vencedor do Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores), João Ricardo Pedro (Um Postal de Detroit), Djaimilia Pereira de Almeida (Esse Cabelo), João Pedro Porto (A Brecha), o moçambicano João Paulo Borges Coelho (Água), o brasileiro Julián Fuks (A Resistência), os espanhóis Enrique Vila-Matas (Marienbad Eléctrico) e Juan Marsé (Essa Puta tão Distinta) e o colombiano Juan Gabriel Vásquez, com A Forma das Ruínas. Como tem acontecido nas últimas edições, o cenário da sessão oficial de abertura, no dia 21, será o Casino da Póvoa, e o festival propriamente dito decorrerá depois, até dia 24, no Cine-Teatro Garrett, com uma programação que inclui, entre muitas outras actividades, dez mesas-redondas. A primeira está marcada logo para o dia da inauguração, às 17h30, e reunirá os poetas e ensaístas Ana Luísa Amaral e Fernando Pinto do Amaral, a poetisa Filipa Leal, a jornalista e escritora Maria Antónia Palla e o poeta cabo-verdiano Arménio Vieira, vencedor do Prémio Camões, numa conversa que terá como mote “Hoje são estas as palavras, amanhã não sei”. Entre os intervenientes nestas mesas-redondas, cujos tópicos deliberadamente desconcertantes, provocatórios ou paradoxais são já uma marca do festival, contam-se autores (muitos deles presenças habituais no Correntes d’Escritas) como Mário Zambujal, Onésimo Teotónio Almeida, Luís Sepúlveda, Miguel Real, Ana Margarida de Carvalho, Afonso Cruz, Bruno Vieira Amaral, Rodrigo Guedes de Carvalho, Valério Romão, João Tordo, Isabel Rio Novo, Kalaf Epalanga, Isabel Lucas ou os poetas Uberto Stabile, José Luiz Tavares e Daniel Jonas. |
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