Perdi
a minha família.
Como
é que uma avó vai ao funeral das netas?!
Não são frases que se escutam é a dor
que nos chega. A dor daqueles que ficaram e se enxergam em pungente sofrimento.
As imagens dos incêndios, que se
sucedem, mostram uma devastação chocante:
o domínio do negrume, das cinzas e do silêncio que preenche o vazio, a ausência
de vida.
Imagens semelhantes já nos foram
mostradas, ao longo dos anos. Repetem-se sem que alguém as risque
definitivamente. É a inoperância, a passividade de quem tem poder, a
incompreensível agitação climática ou/e a difícil e nem sempre eficiente gestão de recursos?
Mas a dor, meu Deus, a dor não pode repetir-se
incessantemente. E esta atingiu o limiar
do desespero. Morrer entre fogos. Haverá morte mais dolorosa? Não sei. Mas
morreram muitos e isso não pode nunca mais repetir-se.
Aos que ficaram e se questionam por
que sobreviveram sem todos aqueles que
lhe eram família ou entes próximos não há
explicação que se baste. Há , isso sim, um dorido e longo abraço de afago de quem se sente solidário e em estupefacta desolação.
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