Explicação da
Ausência
Desde que nos
deixaste o tempo nunca mais se transformou
Não rodou mais para a festa não irrompeu
Em labareda ou nuvem no coração de ninguém.
A mudança fez-se vazio repetido
E o a vir a mesma afirmação da falta.
Depois o tempo nunca mais se abeirou da
promessa
Nem se cumpriu
E a espera é não acontecer — fosse abertura —
E a saudade é
tudo ser igual.
Daniel Faria, in "Explicação das Árvores e de
Outros Animais". 1ª Edição: Porto: Fundação Manuel Leão, 1998.
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