terça-feira, 30 de agosto de 2016

A saudade é tudo ser igual

Explicação da Ausência

 Desde que nos deixaste o tempo nunca mais se transformou
 Não rodou mais para a festa não irrompeu
 Em labareda ou nuvem no coração de ninguém.
 A mudança fez-se vazio repetido
 E o a vir a mesma afirmação da falta.
 Depois o tempo nunca mais se abeirou da promessa
 Nem se cumpriu
 E a espera é não acontecer — fosse abertura —
 E a saudade é tudo ser igual.

Daniel Faria, in "Explicação das Árvores e de Outros Animais". 1ª Edição: Porto: Fundação Manuel Leão, 1998.

Sem comentários:

Enviar um comentário