eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos: é por mim.
John Donne
Se há tempo marcado pela tragédia, este é o tempo. Não da forma calamitosa que muitas intempéries naturais atingem o homem e o seu habitat, embora as imagens de uma aldeia chinesa esteja presente no nosso olhar. Foi quase agora. Era a fúria das águas congregada na destruição de qualquer casa que se lhe apresentasse, derrubando-a como de papel se tratasse. Num ápice, uma aldeia passou a ser uma pequena mancha na avalanche aquosa e barrenta de uma remota e montanhosa região da China.
Não. Não é essa trágica acção da natureza que marca este tempo. O homem ultrapassou qualquer devastação provocada pelas forças que regem o mundo. É a crueldade do novo homem , de um homem que não sabíamos.
Não há dia que não nos sobressalte. Os actos são de tamanha maldade que a agonia nos toma também.
Foi a 14 de Julho, em Nice. Era dia de celebração e surgido do nada , um só homem mata, dizima quem regressa da festa da Liberdade. Era talvez um homem acossado pela liberdade de acção num país que soube resgatá-la . Friamente, mata indiscriminadamente porque é a hora da sua insana chacina.
Foi a 14 de Julho, em Nice. Era dia de celebração e surgido do nada , um só homem mata, dizima quem regressa da festa da Liberdade. Era talvez um homem acossado pela liberdade de acção num país que soube resgatá-la . Friamente, mata indiscriminadamente porque é a hora da sua insana chacina.
Explorar este tipo de mente humana não é fácil , nem o sei fazer. Apenas o horror de tal mortandade me persegue numa dilaceração profunda. A frieza, a bárbara condução deste tipo de homem que desconhecíamos e que vive em qualquer rua de uma cidade pacata ou de uma grande metrópole é a maior tragédia deste tempo.
Na Alemanha, um outro novo homem agride com um machado quem viajava num comboio. Nos USA, um ataque mortífero. A vingança assassina mata em nome de uma sangrenta e falsa justiça.
Este novo homem anda entre nós. Aparece por aí, sem anúncio , na familiar agitação do dia ou no aparente sossego da noite.
Surge inopinadamente: ataca , mata, fere, mutila quem nada temia e se pensava em segurança.
Viver entre os homens já não é o antídoto contra o perigo do isolamento.
Viver entre os homens é o sufoco que nos abafa nestes dias de terror, mas também a sã temeridade de enfrentar um novo dia sem flectir.
Viver entre os homens é querer acreditar que só pela solidariedade e união se poderá combater a crueldade daqueles que se afastam.
Viver entre os homens é o sufoco que nos abafa nestes dias de terror, mas também a sã temeridade de enfrentar um novo dia sem flectir.
Viver entre os homens é querer acreditar que só pela solidariedade e união se poderá combater a crueldade daqueles que se afastam.
Viver entre os homens é saber que sempre que um homem morre, morre também uma parte de nós.
ResponderEliminarÉ precisamente como descreveu, nada voltará a ser como era, o terror e a maldade sem sentido, podem acontecer em qualquer parte do mundo, seja na vida quotidiana ou no lazer, provocado por seres sem conteúdo, máquinas assassinas..
...