sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Um Epílogo

Um Epílogo

Quando estes poemas pareceram velhos,
e for risível a esperança deles:
já foi atraiçoado então o mundo novo,
ansiosamente esperado e conseguido
- e são inevitáveis outros poemas novos,
sinal da nova gravidez da Vida
concebendo, alegre e aflita, mais um mundo novo,
só perfeito e belo aos olhos de seus pais.

E a Vida, prostituta ingénua,
terá, por momentos, olhos maternais.
5/junho/1942
Jorge de Sena, in «Coroa da Terra»,  Lello&Irmão, Porto, 1946

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