PRÉMIO PESSOA 2014
Investigador Henrique Leitão vence
Prémio Pessoa
“O Investigador Henrique Leitão venceu o Prémio Pessoa. O
prémio é de 60 mil euros e reconhece a intervenção de uma personalidade
portuguesa na vida cultural e científica do país.
Prémio Pessoa 2014 foi atribuído ao investigador Henrique
Leitão, investigador no Centro Interuniversitário da História das Ciências e
Tecnologia, conforme anunciou esta sexta-feira o presidente do júri, Francisco
Pinto Balsemão, no Palácio de Seteais, em Sintra. O prémio, que conta já com 28
edições, pretende reconhecer a intervenção de uma personalidade portuguesa na
vida cultural e científica do país.
Com 50 anos completos há pouco mais de um mês, o físico têm
dedicado os últimos anos à investigação da história da ciência em Portugal. “Um
interesse antigo, que se foi intensificando depois de finalizar o
doutoramento”, contou ao Observador Henrique Leitão, acrescentando que se
dedica a esta área a tempo inteiro desde 2002. Trabalhando na história da
ciência como um todo, sobretudo nos séculos XV, XVI e XVII, o investigador
valoriza sobretudo a história portuguesa. “O passado científico português é
muito mais vivo do que se pensa.”
O júri deixou em ata que: “No âmbito desse trabalho inovador
de reconstrução histórico científica do legado científico português e
peninsular para a Modernidade, Henrique Leitão tem sido a personalidade em
torno da qual se constituiu uma escola de pensamento neste domínio científico,
cujo reconhecimento pela comunidade académica internacional deve ser
sublinhado, motivando investigadores portugueses e estrangeiros.”
Montar um grupo de trabalho dedicado à história da ciência,
que reúne um grupo de investigadores reconhecido internacionalmente é um dos
maiores motivos de satisfação para Henrique Leitão, que aproveita para dedicar
o prémio a todas as pessoas com as quais trabalha. “É um prémio que premeia um
trabalho muito importante que se tem feito sobre a história da ciência em
Portugal ao nível académico mais elevado. Estou muito contente que tenha tido
esse reconhecimento”, disse à agência Lusa.
A combinação da “sólida formação científica com um
conhecimento humanista” torna Henrique Leitão um “verdadeiro cultor da
interdisciplinaridade”, referiu Francisco Pinto Balsemão. O júri destacou o
trabalho deste investigador pelo “contributo para resolver um problema científico
em aberto há um século, o Método da Projecção de Mercator”, em 2014, e “pela
projecção nacional e internacional da Exposição 360º Ciência Descoberta”,
realizada em 2013 na Fundação Calouste Gulbenkian. A exposição deu “a conhecer
ao grande público a importância crítica que a Península Ibérica teve para o
desenvolvimento científico e o progresso civilizacional”. Mas no âmbito do
trabalho que realiza Henrique Leitão destaca também a publicação das obras de
Pedro Nunes – matemático e cosmógrafo português do século XVI.
Sem saber ainda o que vai fazer com o prémio de 60 mil
euros, o também docente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
garante que a maior parte vai ser doado a pessoas que conhece e que sabe que
estão a precisar, como alguns alunos que não têm dinheiro para pagar as
propinas, contou Henrique Leitão.
O Prémio Pessoa é uma iniciativa do semanário Expresso com o
patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. Presidido por Francisco Pinto Balsemão
(presidente da holding Impresa, que detém o jornal Expresso), o júri integra
ainda o presidente da Caixa Geral de Depósitos Álvaro Nascimento, o presidente
executivo da Impresa Pedro Norton, a jornalista Clara Ferreira Alves, e vários
cientistas, académicos e outras personalidades, como António Barreto, Diogo
Lucena, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria de Sousa, Pedro Norton,
Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery, Viriato Soromenho-Marques e Maria Manuel
Mota, vencedora em 2013, pelos estudos desenvolvidos sobre a malária.
O Prémio Pessoa é atribuído anualmente desde 1987 e já foi
atribuído ao historiador José Mattoso, aos poetas António Ramos Rosa e Herberto
Helder (que recusou o galardão), à pianista Maria João Pires, aos
investigadores António e Hanna Damásio, aos arquitetos Eduardo Souto de Moura e
Carrilho da Graça e ao ensaísta Eduardo Lourenço, por exemplo.” Observador
Sérgio Rodrigues vence Prémio Portugal Telecom de Literatura 2014
Autor da obra "O Drible" vence na categoria romance e é distinguido com o Grande Prémio Portugal Telecom 2014
"O escritor mineiro Sérgio Rodrigues é o vencedor da 12.ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, anunciado em 8 de Dezembro, no Oi Futuro em Ipanema. A cerimónia, promovida pela primeira vez no Rio de Janeiro, foi apresentada pela actriz Fernanda D’Umbra e pelo actor Marat Descartes.
O livro O Drible (Companhia das Letras), de Sérgio Rodrigues, foi eleito na categoria Romance, Observação do verão seguido de Fogo (Móbile Editorial), do português Gastão Cruz, ganhou na categoria Poesia e Entre moscas (Confraria do Verbo), do cearense Everardo Norões, venceu entre as obras de Contos/Crónicas.
Sérgio Rodrigues foi ainda o vencedor do Grande Prémio Portugal Telecom, disputado entre os vencedores das três categorias.
Romance faz homenagem ao universo futebolístico
O Drible é o terceiro romance de Sérgio Rodrigues e baseia-se no lance falhado por Pelé no Mundial de 1970, na meia-final contra o Uruguai, vista e revista por pai e filho num velho aparelho de TV, para cobrir cinco décadas de um sombrio drama familiar.
Nascido em Muriaé, em 1962, e radicado no Rio de Janeiro, Sérgio Rodrigues é autor dos blogs Todoprosa e Sobre Palavras, ambos da Veja Online. Antes disso, trabalhou como repórter, editor e colunista de vários meios da imprensa brasileira, como o Jornal do Brasil, a Folha de S. Paulo, O Globo e a TV Globo.
Antes de se especializar em jornalismo cultural, trabalhou vários anos como jornalista desportivo, experiência usada para dar vida à obra vencedora.
Gastão Cruz vence na categoria Poesia
Nasceu em Faro, no ano de 1941, e estreou-se na literatura em 1961, na revista Poesia 61. Desde então, a obra de Gastão Cruz não parou de crescer. O seu trabalho Rua de Portugal foi vencedor do Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores 2003 e O pianista foi reconhecido com o Prémio Poesia do Pen Club 1985, entre outros.
Contista, poeta e tradutor, Everardo Norões nasceu em Crato, em 1944. Autor de uma dezena de livros, entre eles Miguel Torga e o dicionário da terra (2007), Retábulo de Jerônimo Bosch (2008), W.B. & os dez caminhos da cruz (2012) e O fabricante de histórias (2012), consta em diversas antologias nacionais e internacionais
Atribuição de prémios
O resultado do Prémio Portugal Telecom de Literatura 2014 foi decidido pelo júri formado pela curadora-coordenadora e consultora literária da Portugal Telecom, Selma Caetano, a escritora Cintia Moscovitch (curadora de contos e crónicas), o poeta Sérgio Medeiros (curador de poesia), o crítico literário Lourival Holanda (curador de romance), e pelos jurados eleitos pelo júri inicial João Cezar de Castro Rocha, José Castello, Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima, Manuel da Costa Pinto e Regina Zilberman.
Este ano, o prémio distribuiu o total de 200 mil reais (mais de 60 mil euros), divididos da seguinte forma:
- Prémio Portugal Telecom Romance: 50 mil reais (cerca de 15 mil euros);
- Prémio Portugal Telecom Poesia: 50 mil reais (cerca de 15 mil euros);
- Prémio Portugal Telecom Conto/Crónica: 50 mil reais (cerca de 15 mil euros);
- Grande Prémio Portugal Telecom 2014: 50 mil reais (cerca de 15 mil euros).
Pelo 3.º ano estudantes da Oi Kabum!, Escola de Arte e Tecnologia do Oi Futuro, Instituto de Responsabilidade Social da Oi, foram responsáveis pela criação das booktrailers dos finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura.
Os jovens, com idades entre os 16 e os 21 anos, são moradores de comunidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife, e foram desafiados a criar vídeos de até um minuto que transpusessem o universo de cada obra finalista para a linguagem audiovisual.
Selecção do prémio realizada em três etapas
Em 2014, a inscrição ao prémio foi novamente dividida nas categorias poesia, romance e conto/crónica. As categorias foram avaliadas separadamente.
A escolha dos vencedores foi feita em três etapas. Na primeira etapa de votação, um júri de 206 profissionais de literatura em língua portuguesa indicados pela curadoria seleccionou por meio de votação online 64 semifinalistas ao prémio, de um total de 489 livros inscritos, todos publicados no Brasil, em 2013.
Na segunda etapa, o júri intermediário avaliou as 64 obras classificadas na etapa anterior e elegeu os doze finalistas (quatro de cada categoria).
Na terceira etapa, o júri final escolheu o vencedor de cada categoria entre os 12 finalistas da etapa anterior, e, depois de votar nos três vencedores, realizou nova discussão para eleger o Grande Prémio Portugal Telecom 2014, entre os três vencedores."
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