Nunca saberemos se os dias felizes
eram feitos de sol, estrelas ou luar
Nunca saberemos se os dias felizes
chegavam na manhã intensa de luz
Nunca saberemos se os dias felizes
se fechavam na espessura da noite.
Nunca saberemos se os dias felizes
brilhavam na opacidade do tempo.
Nunca saberemos se os dias felizes
tinham espaço, tempo ou forma.
Nunca saberemos se os dias felizes
vinham no sopro da brisa ou do vento
Nunca saberemos se os dias felizes
cresciam no mar, na terra ou em nós
Nunca saberemos se os dias felizes
incendiavam os corpos ou os corações.
Nunca saberemos se os dias felizes
nasceram, cresceram, aconteceram
Nunca saberemos.
Nunca saberemos se os dias felizes
foram dias de um ignoto calendário
Nunca saberemos.
Nunca saberemos
se os dias felizes que nunca saberemos
se perderam, se esfumaram, se aluíram
Nunca saberemos.
MJVS, 2014
Enquanto não descobrimos, Mozart entrega-nos uns acordes de infinda e soberba arte. E se felicidade tem som, este é um momento feliz.
Adorei o poema
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