quinta-feira, 12 de junho de 2014

Notícias do Mundo

O presidente do Centro de Estudos Espeleológicos e Arqueológicos do Algarve (CEEAA) alertou hoje para a vandalização e o estado de abandono em que estão parte das mais de 200 grutas existentes no barrocal algarvio.
“Restos de fogueiras que tingiram o interior das grutas de negro, inscrições nas paredes, garrafas de vidro partidas, lixo e estalactites e estalagmites partidas são alguns dos vestígios da vandalização visíveis na gruta da Salustreira Menor, na Fonte da Benémola, Loulé, que em tempos acolhia uma comunidade de morcegos, praticamente extinta.
Segundo contou à agência Lusa o espeleólogo João Varela, as grutas algarvias que estão em maior risco de conservação são as da Fonte da Benémola, em Querença, a de Algar dos Mouros, em Salir, que está em risco de derrocada, a da Igrejinha dos Soídos, em Alte (as três no concelho de Loulé) e ainda a gruta de Ibne Amar, em Lagoa.”Diário Digital / Lusa
OCDE: menos crescimento nas economias emergentes
“As principais economias emergentes do mundo estão a crescer menos, enquanto o desempenho dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) se mantém estável, revelou um relatório publicado esta terça-feira,10 de Junho, pela OCDE.
Segundo o relatório, o índice geral de indicadores antecedentes da China, Índia, Coreia do Sul, Japão e Indonésia tem diminuído de forma consecutiva, ao longo dos últimos cinco meses, e chegou a 99,0 no mês de Abril. Os índices da China, Brasil e Rússia são todos inferiores a 100.
Comparado com os países emergentes, os índices dos países-membros da OCDE e da Zona Euro atingiram 100,6 e 101,1, respectivamente, o que mostra a estabilidade do crescimento económico das duas regiões. Os Estados Unidos também mantiveram o valor de 100,5, nos últimos cincos meses. O desempenho da economia japonesa foi classificado como irregular. “

Mosquitos geneticamente modificados abrem nova frente no combate à malária
AFP - Agence France-Presse
Biólogos anunciaram nesta terça-feira ter desenvolvido uma nova arma contra a malária, ao criarem mosquitos geneticamente manipulados para produzir principalmente descendentes machos, levando, eventualmente, ao desaparecimento de uma população inteira de insectos.
A técnica de selecção sexual produz uma geração de mosquitos em que 95% são do sexo masculino, enquanto nas populações normais este percentual corresponde a 50%, reportaram os cientistas em artigo publicado, na revista Nature Communications.
Restam tão poucas fêmeas que a população de mosquitos eventualmente desaba, reduzindo o risco de que os humanos entrem em contacto com o parasita da malária, transmitido pelas fêmeas que se alimentam de sangue.
"A malária é uma doença debilitante, com frequência fatal, e nós precisamos encontrar novas formas de combatê-la", afirmou o chefe do estudo, Andrea Crisanti, professor do Imperial College de Londres.
"Achamos que nossa abordagem inovadora representa um enorme avanço. Pela primeira vez, fomos capazes de inibir a produção de descendentes fêmeas em laboratório e isto nos dá novas formas de eliminar a doença", continuou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária mata mais de 600.000 pessoas ao ano, sendo as principais vítimas as crianças pequenas da África subsaariana.
Resultado de seis anos de trabalho, o método  concentra-se nos mosquitos "Anopheles gambiae", os transmissores mais perigosos do parasita da malária.
Os cientistas injectaram uma parte de enzima de DNA no código genético dos embriões de mosquitos machos. Basicamente, a modificação parte em pedaços o cromossomo X durante a produção de espermatozoides na idade adulta.
Como resultado, quase nenhum espermatozoide funcional continha o cromossomo X, que determina descendentes fêmeas. Ao contrário, a maior parte dos espermatozoides carregava o cromossomo Y, que produz machos.
Os mosquitos modificados foram testados em cinco jaulas, cada uma contendo 50 machos geneticamente modificados e 50 fêmeas silvestres normais.
Em quatro das cinco jaulas, toda a população desapareceu em seis gerações devido à falta cada vez maior de fêmeas.
Os mosquitos machos modificados produziram apenas herdeiros machos modificados, que tiveram o mesmo tipo de descendentes até que não sobraram mais fêmeas.
"A pesquisa ainda está no começo, mas estou muito esperançoso de que esta nova abordagem possa, enfim, levar a uma forma barata e eficaz de eliminar a malária de regiões inteiras", declarou um colega de Crisanti, Roberto Galizi.
Num  comentário independente, o especialista Michael Bonsall, da Universidade de Oxford, referiu-se à pesquisa como um "trabalho muito legal".
"Isto tem implicações importantes para limitar a disseminação da malária", declarou à Science Media Centre britânica. "Será muito empolgante ver o avanço desta tecnologia específica", continuou.
Os cientistas já estão a fazer experiência na natureza com mosquitos "Aedes aegypti", que transmitem a dengue, e que foram modificados para gerar descendentes que não chegam à idade adulta.
Eles sobrevivem durante apenas uma semana, enquanto mosquitos normais vivem um mês.
O Brasil e a Malásia já soltaram nuvens desses insectos, e em Janeiro o Panamá anunciou que também fará o mesmo.
No entanto, estes programas despertam a preocupação de ambientalistas, que chamam atenção para o impacto desconhecido de animais geneticamente modificados no equilíbrio da biodiversidade.
Eles argumentam que se uma espécie de mosquito for eliminada de uma região, isto abriria a oportunidade para uma espécie concorrente - e potencialmente perigosa - vir à tona.”
Macau, uma ponte que interliga as culturas, ocidental e oriental

"Hoje, os turistas passeiam pelas ruas em Macau, e tudo que eles vêem, construções, calçadas, comidas, placas de estrada, etc, foi feito sob influência nitidamente ocidental, com excepção dos habitantes com rostos orientais e falando o cantonês. Dá uma sensação de que estamos num lugar europeu. Na realidade, tudo isso constitui o cunho cultural ocidental deixado pelas actividades portuguesas ao longo dos últimos 500 anos. Há 500 anos, as culturas orientais e ocidentais coexistem, conflituam-se e combinam-se em Macau, formando a maior particularidade da região. Jin Guoping, professor catedrático do Centro de Sinologia Exterior da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, definiu que Macau é um centro de combinação das culturas do Ocidente e Oriente."

Espanha: Deputados aprovam lei que regulamenta a sucessão no trono
“Os deputados espanhóis aprovaram, por grande maioria, uma nova lei para que o príncipe Felipe seja coroado rei a 18 de Junho, apesar dos pedidos de alguns partidos políticos para que seja realizado um referendo sobre o futuro da monarquia no país.
O rei Juan Carlos, de 76 anos, disse na semana passada que abdicaria da coroa a favor do filho, após quase quatro décadas no trono. A sua inesperada decisão colocou em debate em Espanha o papel da família real, e forçou o Parlamento a acelerar a aprovação da legislação para permitir a sucessão.
A ampla maioria dos deputados espanhóis votou pela lei, com 299 favoráveis, 19 contrários e 23 abstenções. A legislação vai agora para o Senado para aprovação final.
Juan Carlos, que teve problemas de saúde e usa uma bengala após diversas operações no quadril, perdeu popularidade nos últimos anos após uma série de escândalos envolvendo a sua família.
Felipe, que tem um índice de aprovação melhor que o do pai e não teve o nome incluído nas investigações de corrupção na sua família, deve ser coroado a 18 de Junho no Congresso, perante os parlamentares.
Milhares de pessoas pelo país têm defendido a instauração da república. Uma sondagem publicada no domingo pelo jornal El País mostrou que 62% dos espanhóis votaria a favor de um referendo pela mudança de modelo de governo do país.” Diário Digital
Violência doméstica: quase 200 mulheres usam «botão de pânico»
Sistema de teleassistência existe há cinco anos e nunca ajudou tantas vítimas
"Há 186 mulheres em Portugal, vítimas de violência doméstica, a usar o chamado «botão de pânico», um sistema de teleassistência equipado com GPS que permite pedir apoio imediato, 24 horas por dia. Trata-se de um sistema de comunicações móveis e de telelocalização, que a vítima acciona se o agressor se aproximar. 
O sistema, que as vítimas apelidaram de «botão de pânico», existe há cinco anos e nunca ajudou tantas mulheres como agora. Em 2011, estavam activos treze sistemas e, em 2012, 47. O serviço é gratuito e garante comunicação 24 horas por dia com técnicos especializados. Está ligado ao Centro de Atendimento Telefónico da Cruz Vermelha, que integra, na sua maioria, psicólogos. São eles que fazem a ligação às autoridades policiais para prestarem auxílio às vítimas, quando o sistema é accionado. 
De acordo com o «Diário de Notícias» (DN), é em Lisboa onde o sistema tem sido mais utilizado. Em 2013, foram usados 34 sistemas na região (29% do total no país nesse ano, que chegou aos 117). Fernanda Alves, a procuradora do DIAP responsável pela aplicação da medida, reconhece-lhe inúmeros benefícios: «atenua níveis de ansiedade, aumentando e reforçando o sentimento de protecção e de segurança das vítimas». 
«Representa uma segurança para a vítima que está mais fragilizada. Sabe que há sempre alguém que está do outro lado. É uma resposta para situações de emergência», resume a responsável, em declarações ao DN."
Fotografia © Sara Matos/ Global Imagens
Entrevista a Suzanne Jabbour
"A tortura é hoje uma das principais armas numa guerra"
por Abel Coelho de Morais
#Distinguida com o Prémio Norte-Sul de 2013, com o príncipe Aga Khan, Suzanne Jabbour, médica e activista libanesa, de 54 anos, disse ao DN que nem as crianças deixam de ser torturadas nos conflitos da actualidade. Para a psicóloga libanesa, "é uma clara mensagem política" destacar o papel de uma mulher libanesa e da sua acção, uma mulher do Médio Oriente, "uma região a atravessar um dos seus momentos mais negros, com milhões de deslocados e refugiados.
De que forma este prémio do Conselho Norte-Sul pode ajudar o seu trabalho e os das entidades a que está ligada?
O Prémio será de valor incalculável para a minha vida profissional, para as organizações a que estou ligada, mas também no plano nacional. Penso que me vai dar maior capacidade e potencial para atrair novos apoios e é, principalmente, uma mensagem muito forte para o meu país...
Para os seus dirigentes?
Sim. É uma clara mensagem política um prémio desta natureza destacar o papel de uma mulher libanesa e da sua acção, porque é uma mulher libanesa e do Médio Oriente, que é hoje uma região a atravessar um dos seus momentos mais negros, com milhões de deslocados e refugiados, mulheres, idosos, crianças.
A acção da organização que dirige, a Restart, está dirigida para o apoio a vítimas de tortura. Esta é uma situação cada vez mais generalizada na actualidade?
Quando comecei com a Restart, em 1996, a grande maioria das vítimas de tortura eram homens, agora até crianças são vítimas de tortura, vítimas principais e directas de tortura. A tortura tornou-se uma das principais armas de combate numa guerra. A utilização da tortura é hoje para infundir medo nas pessoas, para que não reajam, para que não resistam. E não só na Síria.” DN

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