A 31 de Março
de 1964 , um golpe militar instaurou no Brasil uma violenta ditadura que se
estenderia por 50 anos. Esse cinquentenário foi assinalado pelas mais
diversas manifestações em todo o território brasileiro.
Na Câmara dos Deputados, registou-se uma tumultuosa Sessão Solene ,
nos escaparates das livrarias, surgiu uma profusa produção
livresca alusiva e , entre outras e diversas actividades, divulgou-se um " Manifesto Ditadura nunca mais
" assinado por cerca de 100 entidades que compõem
os movimentos sociais e o movimento sindical no Brasil que considera esse
dia como o DIA DA VERGONHA NACIONAL. Do Manifesto
transcreve-se o início e o final:
"Hoje,
31 de março de 2014, completam-se 50 anos do golpe que implantou a ditadura
militar brasileira, que atingiu violentamente nosso povo por longos 21 anos.
Mais de 70
mil pessoas foram presas e perseguidas e 437 foram mortas e desaparecidas, de
acordo com levantamento realizado por familiares das vítimas nas últimas quatro
décadas. Esse número pode chegar a milhares se considerado o extermínio de
indígenas a mando dos governos militares"
(...)
Que 2014
seja o ano da verdade e também o da justiça.
Ditadura
Nunca Mais!
Punição
aos Torturadores de Ontem e de Hoje!"
Manoel de Andrade foi uma das vítimas da Ditadura. Poeta e advogado, com uma carreira literária e profissional promissora, foi obrigado a exilar-se, ameaçado por uma prisão iminente, em 1968. Se não o tivesse feito, talvez tivesse engrossado a lista dos desaparecidos ou sucumbido nas mãos infames desses torturadores do regime fascista.
Manoel de Andrade faz parte das 70 mil pessoas perseguidas .Longe da pátria e da família percorreu dezasseis países da América Latina, numa diáspora libertária. Tal como outros milhares de exilados que percorriam esses caminhos, Manoel de Andrade viveu um tempo de luta por um mundo melhor para que a liberdade fosse um real valor adquirido. Poeta e combativo registou as memórias desses anos de exílio , num livro inédito e surpreendente que lançou em Curitiba, a 19 de Março.
“Nos Rastros da Utopia, uma memória crítica da América latina nos anos 70”, com 910 páginas e a chancela da Editora Escrituras, foi lançado, nas Livrarias Curitiba , com a presença de escritores , de muitos intelectuais, de amigos, de um enorme público e de órgãos da comunicação social. Manoel de Andrade autografou, com simpatia, os inúmeros exemplares da sua obra que lhe foram apresentados.
Foi com enorme prazer que estivemos presentes no lançamento deste livro do qual temos editado, neste espaço, alguns excertos. Testemunhar o interesse, a receptividade e o apreço dos leitores de Curitiba por Manoel de Andrade foi, para nós, um momento de grande regozijo.
A Manoel de Andrade apresentamos as melhores felicitações por esta original e extraordinária obra .
Manoel de Andrade e Chloris Casagrande Justen, Presidente da Academia Paranaense de Letras |
Manoel, atrasada mas quero te dizer que fiquei muito feliz de ter podido compartilhar da tua alegria e felicidade naquele dia que foi realmente muito especial e que bem o sabemos.
ResponderEliminarUm grande abraço
Ilca