sábado, 4 de janeiro de 2014

Notícias da Cultura, em Janeiro



O filme "48" de Susana de Sousa Dias será o ponto de partida para mais um fim de semana do Harvard na Gulbenkian. Num momento em que o cinema português é celebrado internacionalmente, o Harvard Film Archive propõe um programa de encontros internacionais com projecções e debates, trazendo a Lisboa alguns dos mais relevantes autores do cinema actual ao encontro dos cineastas portugueses. As sessões terão lugar na Sala Polivalente do CAM, Fundação Gulbenkian (Lisboa), até ao Verão de 2014.
"Pedimos aos Canto Hondo para desenharem um encontro inesperado e especial com as obras da colecção do CAM e com isso criar um outro espaço de fruição e de relacionamento com a exposição Sob o Signo de Amadeo – Um Século de Arte. O resultado deste encontro inesperado tem a forma de dois breves concertos, diálogos musicais e poéticos entre o universo musical (com fortes ligações à cultura popular) destes dois músicos – Tânia Cardoso e Rodrigo Crespo - e as obras e o imaginário de Amadeo de Souza-Cardoso e de Helena Vieira da Silva Nos dias 14 de Dezembro e 11 de Janeiro (16h) os Canto Hondo apresentam Do alto do peito às campainhas da garganta - Um Diálogo Musical com as Vanguardas Modernistas para voz, guitarra e adufe. Convidando a um mergulho nas paisagens e costumes populares de Manhufe, universo pictórico de Amadeo, traduzindo essa ligação à terra e ao seu imaginário em música inspirada nos cantos tradicionais portugueses. Na sua última apresentação, a 19 de Janeiro (16h) os Canto Hondo inspiram-se na obra de Vieira da Silva, abrindo as portas da sua Biblioteca em chamas e deixando entrar no museu outros poetas contemporâneos, composições melódicas, cores e crónicas antigas, contando para isso com a contribuição especial de um terceiro músico o percussionista João Luís."Fundaçaõ Calouste Gulbenkian
Estão abertas até 31 de Janeiro as inscrições nos concursos de apoio à criação de projectos de Cinema, Dança e Teatro que se distingam pelo seu carácter inovador e impulsionador de novas abordagens artísticas.
Mais informações
Norberto Rosa, Manuel Baganha, Emanuel dos Santos e Luis Morais Sarmento debatem a Lei de Enquadramento Orçamental na próxima sessão do ciclo Sextas da Reforma (10 de Janeiro, às 16h.) Os seminários decorrerão, uma vez por mês, numa sexta-feira, à tarde, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Em cada sessão, especialistas farão apresentações e comentários sobre os temas em análise, alargando-se a discussão ao público presente. A Comissão Organizadora pode dirigir convites a especialistas sobre temas concretos ou seleccionar as apresentações submetidas (call for papers)
“A Confissão da Leoa”, editado o ano passado é o livro mais recente de Mia Couto
"Em entrevista ao Bairro Alto, com José Fialho Gouveia, afirma que o seu grande prazer é ir descobrindo enquanto escreve a história…“(…)Às vezes penso que não quero regressar da escrita, e então não regresso. É um mundo de ilusão. A realidade é uma das grandes ditaduras e acabamos por ficar numa coisa que não existe.”
Mia Couto tem uma ligação especial com os sítios por onde passa, e sobre Lisboa deixa escapar um sorriso dizendo “(…) a luz que toca Lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nós” mas “O momento da despedida é um momento que eu não sei resolver. Os lugares são um encontro e a relação que temos com eles” (Passagem do livro “Jesusalém” citada pelo apresentador do Bairro Alto).
No entanto, o escritor assume que tem momentos em que não consegue escrever, que tem de haver uma pré-disposição que o transporta para outros lugares e outras vivências."
“Quando escrevo não penso que existe um público real (…) Há momentos em que é preciso pensar o texto. Mas quando se está no texto o verbo já não é pensar. É como se eu tivesse que ficar embriagado para ficar disponível para que os ecos de outras vozes, do material que vem da minha infância, possam conversar comigo. (…) A escrita acaba por ser, no meu caso, um processo pouco racional.”


 «Holocausto Brasileiro», da repórter Daniela Arbex, foi considerado o melhor livro-reportagem do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), no Brasil. Vai chegar  a Portugal, em Abril de 2014, pela Editora  da Guerra e Paz..
“Não poderia estar mais honrada em ver meu trabalho sendo recebido pelo povo português. A minha expectativa é que a obra possa, do outro lado do oceano, continuar a consciencializar as pessoas para a necessidade de humanização desses modelos de atendimento. Que o «Holocausto Brasileiro» ajude a sociedade a transformar segregação em acolhimento em qualquer parte por onde ele passe”, afirma a jornalista, feliz com a edição em conjunto com a Guerra e Paz.No Brasil, «Holocausto Brasileiro» já conta com oito edições e vendeu mais de 55 mil exemplares.“Independentemente de termos ficado mais de dez semanas no ranking dos dez livros mais vendidos do país, o que me emociona é o facto de a obra permitir que o Brasil conheça uma de suas piores tragédias”, realça Daniela Arbex.“Mais do que isso, a dor provocada pelo Hospital Colónia poderá ser compreendida em qualquer país ou língua, porque as condições sub-humanas impostas a pacientes psiquiátricos se repetem em outros lugares do mundo. O prémio da crítica só chancela ainda mais a qualidade da história, aumentando a minha responsabilidade como jornalista que busca a transformação social”.
Todos os anos, os Prémios APCA, atribuídos por 52 críticos, elegem os melhores nas categorias de Arquitectura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Música Popular, Música Erudita, Rádio, Teatro, Teatro Infantil e Televisão. A cerimónia de entrega dos prémios irá decorrer em Março de 2014.
«Holocausto Brasileiro», de Daniela Arbex, resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da História: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante os anos 60 e 70, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colónia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ali foram mortas, criminosamente, 60 mil pessoas." Um registo a não perder.

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