“Al cabo de los años he observado que la belleza, como la
felicidad, es frecuente. No pasa un día en que no estemos, un instante, en el
paraíso. No hay poeta, por mediocre que sea, que no haya escrito el mejor verso
de la literatura, pero también los más desdichados. La belleza no es privilegio
de unos cuantos nombres ilustres.” 9 de enero de 1985
Borges, Jorge Luis, in Prólogo de "Los conjurados", Obras
completas, Vol.2: 1975-1985, Buenos Aires, Emecé Editores. 1989, p.455.
A felicidade que advém de um bom trecho musical pode redimir e suavizar as marcas do tempo indesejado. A música, embora catalogada por categorias canónicas, não nos toca pedindo licença. Ela entra , invade e saúda-nos quando os acordes soam em nós. O paraíso deixa de ser uma quimera. Rigorosamente construída ou sem os padronizados cânones, ela seduz-nos, fazendo-nos render à beleza de um simples movimento, de um compasso rítmico, de um acorde ou da harmoniosa eufonia que se produz numa só voz. E sentimo-la com Anna Netrebko (soprano), em " Quand me'n vo" (Valsa de Musetta) de " La bohème" de Puccini, um compositor maior, embora diminuído por todos os que sempre pretendem obscurecer o propósito intrínseco da Arte.
Anna Netbreko apresenta-se no concerto de gala pelos 300 anos de S. Petersburg. Acompanham-na a Orquestra Filarmónica de S. Petersburg , regida pelo Maestro Yuri Temirkanov.
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