ESTUDO 157
Minha poesia é ríspida.
Não há maneira de nublá-la. É ríspida.
Estas lições não aprendi com o vento.
Sou homem.
O vento
permaneça nas alfombras,
nas frondes. Eu, sou homem.
E sinto dores, fomes, injustiças.
Não sou o vento que tange árias dúcteis
nos eucaliptos: sou um homem;
e vejo os homens de banda.
Não aprendi com o vento estas lições.
O vento é o vento, eu
sou um soluço.
É ríspida minha poesia.
Não aprendi com o vento, mas com os homens.
E os homens não passam – os homens doem.
Minha poesia é ríspida.
Não há maneira de nublá-la. É ríspida.
Estas lições não aprendi com o vento.
Sou homem.
O vento
permaneça nas alfombras,
nas frondes. Eu, sou homem.
E sinto dores, fomes, injustiças.
Não sou o vento que tange árias dúcteis
nos eucaliptos: sou um homem;
e vejo os homens de banda.
Não aprendi com o vento estas lições.
O vento é o vento, eu
sou um soluço.
É ríspida minha poesia.
Não aprendi com o vento, mas com os homens.
E os homens não passam – os homens doem.
Estudo 204
Vejo o vento que sopra nas árvores
e estou aqui.
Há uma sensação de paz antiga
no vento que sopra nas árvores.
(Vou plantar esperanças no quintal
e decidir o que farei com a vida -
com esta e com a outra.)
Estou aqui e o mundo está aqui.
Olho as folhas movendo-se nas árvores
e alguma coisa silenciando no coração.
António Brasileiro, membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), in " Poemas Reunidos", Ed. Selo Letras da Bahia, 2005
António Brasileiro, membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), in " Poemas Reunidos", Ed. Selo Letras da Bahia, 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário