Um poema é sempre escrito numa língua estrangeira
com os contornos duros das consoantes
com a clara música das vogais
Por isso devemos lê-lo ao nível dos seus sons
e apreendê-lo para além do seu sentido
como se ele fosse um fluente felino verde ou com a cor do fogo
O que de vislumbre em vislumbre iremos compreendendo
será a ágil indolência de sucessivas aberturas
em que veremos as labaredas de um outro sentido
tão selvagem e tão preciosamente puro que anulará o sentido das palavras
É assim que lemos não as palavras já formadas
mas o seu nascimento vibrante que nas sílabas circula
ao nível físico do seu fluir oceânico
António Ramos
Rosa, in “Deambulações Oblíquas” 2001,Ed. Quetzalcom a clara música das vogais
Por isso devemos lê-lo ao nível dos seus sons
e apreendê-lo para além do seu sentido
como se ele fosse um fluente felino verde ou com a cor do fogo
O que de vislumbre em vislumbre iremos compreendendo
será a ágil indolência de sucessivas aberturas
em que veremos as labaredas de um outro sentido
tão selvagem e tão preciosamente puro que anulará o sentido das palavras
É assim que lemos não as palavras já formadas
mas o seu nascimento vibrante que nas sílabas circula
ao nível físico do seu fluir oceânico
"...quando lemos
versos que são realmente admiráveis, realmente bons, temos a tendência para o
fazer em voz alta. Um verso bom não permite ser lido em voz baixa, ou em
silêncio. Se pudermos fazê-lo, não é um verso válido: o verso exige ser
pronunciado. O verso recorda sempre que foi uma arte oral antes de ser uma arte
escrita, recorda que foi um canto.” Jorge Luis
Borges
E as vozes dos três tenores em Concerto pronunciaram versos sem fim, nos palcos do Mundo. Em canto sempre reconhecido, Plácido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti revestem em fulgor e encanto a composição "Ti voglio tanto bene" de E. De Curtis e D. Furnò, acompanhados pela Orquestra de Paris, dirigida pelo Maestro James Levine, em Paris, no ano de 1998.
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