quarta-feira, 25 de julho de 2012

Celebrar Fernando Pessoa


Os Mensageiros é a primeira antologia poética e musical - em formato Livro CD - que homenageia um dos maiores poetas  da poesia portuguesa e universal, Fernando Pessoa. Vários artistas cantam ou declamam a poesia pessoana e a dos seus heterónimos. Luis Filipe Sarmento é o autor deste projecto.
A voz de Dulce Pontes integra essa antologia, cantando o poema " Às vezes , em sonho triste" que foi musicado por Beto Betuk.



Às vezes, em sonho triste

Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.


Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.


O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.


Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.
                 Fernando Pessoa

1 comentário:

  1. ...."O camarada raro que lembramos..." - Assim deixou escrito o poeta português António Bôto,que haveria de morre no exílio da Pátria Brasileira atropelado numa das avenidas do Rio, referindo-se a Fernando Pessoa.
    Lembrar Pessoa e a sua obra genial é um dever de cada português!
    E continuava... "Fernnado, se tu me ouvisses!..." - Já então Pessoa se ia das leis da morte libertando...
    Em vida, Fernando apenas recebeu "ex-aequo" com o Padre Vasco Reis um prémio do SNP (Secretariado Nacional de propaganda), depois SNI, atribuído a meio do ano de 1935, ano que devria marcar a 30 de Novembro a sua morte!
    Hoje, Pessoa e a sua magnífica obra literária, continuam a ser lembrados e estudados no seu país, no Brasil e noutros pontos do mundo, especialmente em universidades, a nível internacional.
    Do Padre Vasco Reis, louvado pelo júri do Prémio, como um verdadeiro poeta quem se recorda?!...
    Assim, se teciam as loas e os encómios desses júris que nada enxergavam nem de Poesia, nem de literatura, nem de presente, nem de futuro!... Já então Mestre Caeiro tinha escrito: "Se soubesse que amanhã morria..."
    "Nem se sonha nem se vive / É uma Infância sem fim / (...) / Tão suave é viver assim..."

    ResponderEliminar